Comentário de Ricardo Noblat em seu blog:
"Lula está... Como dizer sem perder a elegância?
Recomecemos.
Lula está fulo da vida com o comportamento de alguns dos seus auxiliares no episódio do grampo ilegal que capturou uma conversa entre o ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
No início desta semana, ao afastar temporariamente a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ele imaginou que o assunto esfriaria. Era essa a sua intenção. E que mais tarde acabaria esquecido como foram esquecidos tantos outros assuntos incômodos para o governo.
A decisão de mandar a Polícia Federal descobrir quem fez o grampo foi tomada por ele para não dar em nada. Qualquer conclusão seria insatisfatória para o governo. A menos pior - a de que o grampo pudesse ter sido feito por um particular - confirmaria a impressão de que o país virou de fato uma grampolândia.
As outras duas seriam um horror. A saber: que a Abin grampeou Mendes e Demóstenes ou a de que um funcionário da Abin, a serviço de terceiros, o fez. Qualquer uma delas reforçaria a suspeita de que o governo perdeu o controle sobre o aparelho policial e de informação do Estado.
Bem, mas aí vaza a informação de que o ministro da Defesa Nelson Jobim dissera a Lula que a Abin comprara equipamento que lhe permitiria grampear telefones. E aí a CPI do Grampo convoca para depor o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix.
Que fez o ingênuo general? Primeiro negou que o grampo pudesse ter sido produzido pela Abin. Para no fim do seu depoimento derrapar e admitir que a Abin poderia ter feito o grampo, sim. Desconfiada, a mídia preferiu destacar a parte final do depoimento de Félix. Foi um desastre.
E pensa que a trapalhada acabou por aí? Que nada. Aí o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, saiu em socorro do seu colega do Gabinete de Segurança Institucional e garantiu que o equipamento comprado pela Abin não serve para grampear telefone. Serve para descobrir se há telefones grampeados.
Em seguida foi a vez de Jobim dar uma entrevista e reafirmar o que havia dito a Lula. Ou seja: que a Abin está equipada para fazer escutas. Antecipou que dará a mesma informação quando for depor na próxima semana na CPI do Grampo.
Resultado? Um assunto que tinha tudo para se esgotar rapidamente continuará vivo - para irritação, profunda irritação, quase desespero de Lula".
Recomecemos.
Lula está fulo da vida com o comportamento de alguns dos seus auxiliares no episódio do grampo ilegal que capturou uma conversa entre o ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
No início desta semana, ao afastar temporariamente a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ele imaginou que o assunto esfriaria. Era essa a sua intenção. E que mais tarde acabaria esquecido como foram esquecidos tantos outros assuntos incômodos para o governo.
A decisão de mandar a Polícia Federal descobrir quem fez o grampo foi tomada por ele para não dar em nada. Qualquer conclusão seria insatisfatória para o governo. A menos pior - a de que o grampo pudesse ter sido feito por um particular - confirmaria a impressão de que o país virou de fato uma grampolândia.
As outras duas seriam um horror. A saber: que a Abin grampeou Mendes e Demóstenes ou a de que um funcionário da Abin, a serviço de terceiros, o fez. Qualquer uma delas reforçaria a suspeita de que o governo perdeu o controle sobre o aparelho policial e de informação do Estado.
Bem, mas aí vaza a informação de que o ministro da Defesa Nelson Jobim dissera a Lula que a Abin comprara equipamento que lhe permitiria grampear telefones. E aí a CPI do Grampo convoca para depor o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix.
Que fez o ingênuo general? Primeiro negou que o grampo pudesse ter sido produzido pela Abin. Para no fim do seu depoimento derrapar e admitir que a Abin poderia ter feito o grampo, sim. Desconfiada, a mídia preferiu destacar a parte final do depoimento de Félix. Foi um desastre.
E pensa que a trapalhada acabou por aí? Que nada. Aí o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, saiu em socorro do seu colega do Gabinete de Segurança Institucional e garantiu que o equipamento comprado pela Abin não serve para grampear telefone. Serve para descobrir se há telefones grampeados.
Em seguida foi a vez de Jobim dar uma entrevista e reafirmar o que havia dito a Lula. Ou seja: que a Abin está equipada para fazer escutas. Antecipou que dará a mesma informação quando for depor na próxima semana na CPI do Grampo.
Resultado? Um assunto que tinha tudo para se esgotar rapidamente continuará vivo - para irritação, profunda irritação, quase desespero de Lula".

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