Enviado por Karenina Moss para o Blog do Noblat, na quarta-feira, 23, foi publicado o poema de Eurico Alves Boaventura "Usina":
Como um punhado de estrelas dentro da noite,
as casas dos empreiteiros
perdem-se na festa verde
das espátulas compridas do canavial contente ...
E, ondulando, farfalhando,
o canavial se estende interminavelmente,
como um sonho esmeráldico de fartura,
da usina,
que, no centro,
estridula e apita e jazzbandiza ferros,
numa alucinação fantástica de mil músculos de aço
tinindo e retinindo, zoando e retumbando no abandono do vale.
Macabra mistura de polias, cordames, manivelas e rodas dentadas, furiosamente, diabolicamente, alucinadamente ...
Na baixada, como dois braços sondando as estrelas,
as duas chaminés contemplativas se empertigam.
No rodapé, nota sobre em é o poeta: Nascido em 1909 e morto em 1974, o baiano de Feira de Santana - poeta, contista e ensaísta - foi figura de proa nos primórdios modernistas da Bahia, ao lado de seu conterrâneo Godofredo Filho.
as casas dos empreiteiros
perdem-se na festa verde
das espátulas compridas do canavial contente ...
E, ondulando, farfalhando,
o canavial se estende interminavelmente,
como um sonho esmeráldico de fartura,
da usina,
que, no centro,
estridula e apita e jazzbandiza ferros,
numa alucinação fantástica de mil músculos de aço
tinindo e retinindo, zoando e retumbando no abandono do vale.
Macabra mistura de polias, cordames, manivelas e rodas dentadas, furiosamente, diabolicamente, alucinadamente ...
Na baixada, como dois braços sondando as estrelas,
as duas chaminés contemplativas se empertigam.
No rodapé, nota sobre em é o poeta: Nascido em 1909 e morto em 1974, o baiano de Feira de Santana - poeta, contista e ensaísta - foi figura de proa nos primórdios modernistas da Bahia, ao lado de seu conterrâneo Godofredo Filho.
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