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sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Colbert e Sérgio: De volta ao passado?

Está no Blog do Tarcízio:
As duas candidaturas oficialmente postas, até agora, à sucessão do prefeito José Ronaldo de Carvalho, os deputados federais Sérgio Carneiro (PT) e Colbert Filho (PMDB), são a mais completa tradução das oligarquias políticas que durante décadas se rivalizaram e se revesaram no Poder, em Feira de Santana e que, agora, buscam ser reeditadas através dos seus pimpolhos diletos.
À sombra das biografias de João Durval Carneiro e do ex-prefeito Colbert Martins da Silva, Sérgio e Colbertzinho são um apelo ao saudosismo eleitoral de uma Feira de Santana que evoluiu politicamente aprendendo com os erros dos modelos administrativos representados por seus progenitores.
E este modelo, arcaico e conservador, só pode ser rompido quando a sociedade, cansada de deixar-se levar puramente pelo elo emocional que a unia aos velhos oligarcas, descobriu, em tempo, que as suas principais demandas estavam estagnadas, na contramão da natural vocação do Município para expandir-se para o futuro, lugar de há muito alcançado por metrópoles que exibiam menos pendores e potencial.
O fim da política paroquial, quando essa alternância anacrônica governava voltada para círculos restritos da coletividade, de acordo com o gosto populista de cada gestor, ignorando as demandas mais caras da sociedade, só se deu completamente quando o eleitorado, em meio às turbulências administrativas, percebeu que era chegada a hora de substituir os paradigmas vigentes por uma nova ordem focada na modernidade e na preparação do Município para escaladas urbanísticas mais arrojadas.
A eleição do prefeito José Ronaldo de Carvalho, além de romper com uma espécie de acordo tácito estabelecido pelas duas correntes que se achavam imbatíveis na política local, inaugurou uma era de inclusão social nunca vista, agregando à administração pública austeridade e pragmatismo na busca de objetivos concretos, com obras e serviços usufruídos indistintamente por toda a coletividade, desmistificando o passado e estruturando a cidade com agilidade e determinação para receber os investimentos futuros.
DE VOLTA AO PASSADO?
Não é à toa que o deputado Colbert Filho, após a surpreendente e ainda não totalmente digerida saída do deputado Zé Neto do páreo, vem intensificando o discurso de unidade das oposições, numa manobra política ardilosa para que Feira de Santana volte a se quedar ao jugo dos velhos donatários, descendentemente repaginados.
Paradoxalmente e não menos astuto, o descendente de latifundiário Sérgio Carneiro recebe o apoio do MST e se insere na disputa eleitoral de 2008, contando apenas com exíguos 2% do eleitorado pesquisado, enquanto Zé Neto, o derrotado nas prévias petistas, estava alguns patamares acima de Carneiro em todas as sondagens pré-eleitorais.
Sem Zé Neto na disputa, caberá a um candidato governista dar continuidade ao novo representado pelo prefeito José Ronaldo, na política local. Nas ostes situacionistas, o deputado Tarcízio Pimenta (DEM) é o nome que vem se destacando nas pesquisas e cuja performance política será levada em conta pelo grupo político liderado por Ronaldo, que promete revelar o candidato do Democratas em meados de fevereiro.
Ao eleitorado do maior colégio eleitoral do interior baiano caberá decidir se continua apostando na consolidação das conquistas proporcionadas pela gestão José Ronaldo, que no atual cenário representa o novo na política de Feira de Santana, ou se, num vezo saudosista, devolve o controle político-administrativo da cidade para um dos representantes da velha oligarquia conservadora.
O eleitor terá que ter muita calma, nesta hora. Consultando a razão, e não o coração, ele será guiado para a melhor escolha.

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