Artigo de Jânio Lopo, editor de Política. "Tribuna da Bahia", edição desta quarta-feira, 17:
No afã de defender o secretário estadual da Saúde, Jorge Solla, o deputado Zé Neto (PT) criou um desnecessário embaraço político para o governo Jaques Wagner. A oposição na Assembléia Legislativa acusa Solla de improbidade administrativa. A oposição está aí para atirar, mas se o fez (ou o faz) irresponsavelmente deve responder pelos excessos. Se Solla foi ímprobo, o esbaforido Zé Neto pode, perfeitamente, ser denunciado por ocultar informações que comprometem (e como) a gestão Paulo Souto.
No afã de defender o secretário estadual da Saúde, Jorge Solla, o deputado Zé Neto (PT) criou um desnecessário embaraço político para o governo Jaques Wagner. A oposição na Assembléia Legislativa acusa Solla de improbidade administrativa. A oposição está aí para atirar, mas se o fez (ou o faz) irresponsavelmente deve responder pelos excessos. Se Solla foi ímprobo, o esbaforido Zé Neto pode, perfeitamente, ser denunciado por ocultar informações que comprometem (e como) a gestão Paulo Souto.
Vejamos: Zé Neto, em discurso na AL, prometeu apontar “as trambicagens com as cooperativas e as maracutaias com as empresas prestadoras de serviços na área de saúda praticadas pelo governo passado”. Esperemos que não sejam meros desabafos ou meras chantagens para calar a oposição. Zé Neto está na obrigação de revelar as supostas “trambicagens” e “maracutais” do antecessor de Wagner. Esta é uma questão que diz respeito a toda a sociedade. Não pode ser tratada como moeda de troca ou como segredo pessoal ou de grupo.
Pergunto: estaria o nobre deputado infringindo as regras do decoro parlamentar? Há, inegavelmente, na Bahia e em todo o país, um clima de denuncismo que ultrapassa à barreira do bom senso. Todo homem público passou a ser corrupto, aproveitador, oportunista e ladrão. Ora, não é nada disso. Solla tem se esmerado em dar explicações sobre sua participação, quando ainda não era secretário e depois de sê-lo, no consórcio que disputou e venceu a licitação do Banco Mundial para atuar na transferência da gestão plena de saúde do Estado para a prefeitura de Salvador.
Os nomes dele e de um assessor foram substituídos por outros em agosto após concluído todo o processo, do qual saiu vencedora a empresa Conseil Santé-Consaúde. Solla garante não ter assinado qualquer contrato nem tampouco recebido qualquer dinheiro por sua participação. O secretário, creio, não agiria de má fé. As explicações foram dadas detalhadamente. Óbvio que a oposição quer que o assunto renda cada vez mais. É uma forma de desgastar o governo.
Mas, estressado ou não com relação as denúncias, Zé Neto deve mesmo abrir o verbo e mostrar os hipotéticos podres do adversário na área da saúde.
Talvez assim esclareça, de uma vez por todas, porque a saúde na Bahia é e continua sendo de péssima qualidade. Privilegiam-se as grandes organizações com verbas milionárias enquanto a população pobre morre nas filas do SUS. Está, pois, na hora de retirar a sujeira debaixo do tapete.
Quem sabe assim, médicos, enfermeiros e todo pessoal ligado ao setor da saúde venham ser tratado com respeito e dignidade e que, por sua vez, a população, em especial os mais carentes, deixe de ser tratada como bicho a pedir um socorro pelo amor de Deus e passe a ser vista como ser humano.
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