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sábado, 3 de março de 2007

Olney São Paulo e eu


Capa do livro de Ângela José
Reprodução

Finalmente, consegui adquirir o livro “Olney São Paulo e a Peleja do Cinema Sertanejo”, obra de Ângela José, lançada em 1999, da Quartet Editora e co-editado pela Pulsar. Para quem conviveu com o cineasta - entre 1970 até sua morte, em 1978, através de contatos pessoais quando ele vinha do Rio de Janeiro para Feira de Santana dando notícias sobre seus filmes, bem como por meio de cartas que ele escrevia para este jornalista, também dando conta de suas realizações e andanças.
Junto com ele, a visão de vários de seus filmes, inclusive “Manhã Cinzenta”, em sessões clandestinas, com projetores conseguidos por mim em instituições, em paredes brancas da casa de meus pais e de seus familiares. Em 1973, a ajuda para conseguir exibição de “Como Nasce uma Cidade”, realizado para comemorar o centenário de Feira, junto ao Cine Timbira. Primeiro em uma sessão matinal privada com ele, o prefeito José Falcão, secretários e convidados. Depois, incluindo o filme em programação regular do cinema, durante cerca de uma semana. Ainda a lembrança de que no início de 1976, assistimos ao filme baiano “O Pistoleiro”, de Oscar Santana, também no Cine Timbira, em sessão noturna.
No Clube de Cinema de Feira de Santana, que reativei nos anos 70, a exibição de muitos de seus filmes, a exemplo de: “O Profeta de Feira de Santana”, “Cachoeira, Documento da História”, “Teatro Brasileiro I: Origens e Mudanças”, “Teatro Brasileiro II: Novas Tendências”, “Sob o Ditame de Rude Almagesto: Sinais de Chuva”, “O Grito da Terra”. Também o filme “Memórias de um Fantoche”, do seu filho Ilya São Paulo. Depois de sua morte, como diretor Executivo da Secretaria de Turismo, Recreação e Cultura, participei ativamente da promoção de mostra em memória com exibição de seus filmes “Um Crime na Rua” (fragmentos) e “Pinto Vem Aí”, no auditório da Biblioteca Municipal Arnold Silva. Seu último filme, “Dia de Erê”, também foi exibido pelo Clube de Cinema.
Ainda sobre Olney, exemplares do seu livro “A Antevéspera e o Canto do Sol” foram deixados em consignação comigo para a venda direta a pessoas interessadas na obra.
Para o jornal “Feira Hoje” e também “Folha do Norte” foram entrevistas, matérias e notas produzidas sobre o cineasta. Depois de sua morte, registros sobre Olney para que permanecesse na memória da cidade.
Precioso, o livro resgata a trajetória de vida de Olney. Assim, uma biografia que contextualiza a sua obra. Na introdução, a autora faz um agradecimento “ao jornalista feirense Dimas Oliveira, pelas dicas, histórias, casos e artigos”. Também, a citação sobre sua preocupação pela “formação de platéias para o filme brasileiro, por esta razão, considerava de extrema importância a exibição de filmes culturais em festivais, mostras e cineclubes. Entusiasta, mesmo morando no Rio de Janeiro, Olney incentivava e apoiava o movimento cineclubista feirense, desenvolvido por artistas locais como Dimas Oliveira e Juraci Dórea, comparecendo inclusive à primeira sessão do Clube de Cinema de Feira de Santana, em fevereiro de 1975” (página 159).
No dia 15 de fevereiro passado, completou-se 29 anos sem Olney, que morreu de câncer aos 41 anos, em 1978.

Um comentário:

Anônimo disse...

Memória é para ser lembrada por quem tem. É isso aí, Dimas. Belas lembranças de Olney e seu tempo.