(Do Blog Reinaldo Azevedo, postado neste sábado, 24)
Parece que alguns leitores ainda não entenderam direito o golpe que a Comissão de Finanças da Câmara tenta dar. Lembram-se quando Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Renan Calheiros (PMDB-AL) decidiram equiparar o salário dos parlamentares ao teto do que se paga do STF - R$ 24,5 mil? Pois é, a sociedade reagiu, um grupo de parlamentares se rebelou, e a decisão foi cancelada. O que o adorável petista de Minas Virgílio Guimarães propõe agora? Um reajuste de 26% (reposição da inflação), o que elevaria o salário a R$ 16,2 mil. Mas não só. Esse moralista pretende que os parlamentares se desobriguem de prestar contas de até R$ 5,4 mil dos R$ 15 mil que recebem de verba indenizatória. Huuummm. Entenda, leitor amigo. Se o parlamentar não precisa prestar contas, basta que pegue o dinheiro e enfie no bolso. R$ 16,2 mil mais R$ 5,4 mil somam R$ 21,6 mil. Considerando que os parlamentares não pagam nenhum tributo sobre os R$ 15 mil (e, pois, nem sobre os R$ 5,4 mil), Virgílio encontrou uma maneira de garantir, por vias tortas, aquele reajuste que tinha sido rejeitado pela sociedade. Tá claro agora? Vocês viram como não falta inteligência a certas lideranças nossas? Pode faltar vergonha. Mas espertos, ah, isso eles são.
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