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sexta-feira, 8 de março de 2019

A Feira de Santana há 39 anos


Por Adilson Simas
Sexta-feira, 7 de março de 1980                                  
A cidade tinha cinco grandes hotéis - Palace, Luxor, Samburá, Caroá e Flexa. O Caroá, surgido no começo dos anos 70 desapareceria nos anos 90 e com ele o famoso Bar Sapoti que todo fim de tarde reunia executivos para um drinque amigo antes do retorno ao lar.
Muitos restaurantes disputavam a preferência de visitantes e moradores da cidade. Desde o Restaurante Tao, na rua Barão do Rio Branco, com cozinha natural e alimentação integral, aos famosos Itália e Casa Caiada com cozinha italiana.
Entre as opções no centro comercial, destaque para O Gibão, Veleiro, Espeto de Ouro e o Boiadeiro. Mais distantes e disputadíssimos, Safári, no Contorno; A Cancela, na Estação; Cantinho da Paz, próximo a sede dos ex-Combatentes e  Brisk Beer, na Maria Quitéria.
Sobre os bares, inesquecíveis aqueles de pouco luxo, mas de muita fama. Entre eles, O Boteco, do sargento Regis; A Catucha, de Aniceto Carvalho, famoso por "esticar" as contas dos fregueses; A Coréia, do paciente Edgar, o Bar de Lambão da disputada dobradinha na rua do ABC e a Farmácia de Cumpadinho, que faleceu recentemente.
Poetas, escritores, jornalistas curtiam o entardecer no bar de Aniceto, e a turma da velha guarda se escondia sob as escadas do bar de Edgar. Todos eles, no dia de sua preferência, estavam no Boteco do Regi saboreando a carne de sol, de cortes padronizados, que Regis fazia com faca que amolava no passeio.
Bares como A Cancela e Casa de Sinhá e Samba brindando os fregueses com  conjuntos de samba. Outros como Engenho Velho com palco e violão para quem quisesse mostrar a voz. Bares também para cochichos, como o de Tia no beco da Coelba.
Dona Calu com suas infusões, Pingo Bar com seu chope, Xamego, Karbaça, Bule Bule, Kalilândia, A Prosinha, O Batidão, são bares que também lembram a cidade no começo dos anos 80. Muitos já desapareceram.
Iris e Timbira, os dois cinemas da cidade, ambos na avenida Senhor dos Passos, estavam sempre lotados. Naquela sexta-feira, 7 de março de 1980, o Timbira que não mais existe brindava os amantes da sétima arte com o filme "O Alvo de 4 Estrelas", com Sophia Loren (Foto: IMDb).
No Íris que também desapareceu, estava em cartaz o filme "Na Boca do Mundo", de Antônio Pitanga. No elenco grandes nomes do teatro brasileiro e mais uma participação especial de Milton Gonçalves.
Nesses pontos de encontros, principalmente nos bares e restaurantes, os frequentadores ficavam sabendo, seja através do rádio, seja através do jornal, o que estava acontecendo nos mais diversos segmentos da vida feirense; 
Na educação, ao mesmo tempo em que se comemorava a inauguração do Grupo Escolar Agrário Melo, no quilometro 14 de Ipuaçu e a Escola Valdemira Alves de Brito, na Fazenda Matias, chegava a notícia de que o prefeito Colbert Martins marcou para o dia 16 a entrega da Escola Diva Portela, no Jardim Cruzeiro.
No futebol, naquele dia mais uma vez o Fluminense estava sem comando. O presidente Albérico Novaes renunciou e o vice Humberto Magalhães sugeriu e conseguiu que toda a diretoria fizesse o mesmo, alegando que seria melhor para o clube. Eduardo Lacerda, presidente do Conselho Deliberativo segurou o pepino.
Na administração, o prefeito estava cobrando mais eficiência da Embasa, órgão estadual, na recuperação do calçamento das ruas abertas para a rede de esgotos. Era mais uma guerrinha política, entre Colbert Martins, prefeito pelo MDB e ACM, governador pela Arena.
Na política, a formação do novo PTB por conta da reforma partidária que estava em curso também chegou a esta cidade. Anunciava-se que José Falcão, Noide Cerqueira, Oscar Marques e outros oriundos do MDB  ingressariam no PTB. No fim optaram pelo PDS.
Na sociedade, o Caju de Ouro, tradicionalmente uma semana antes da Micareta, já era o assunto dominante entre os associados do  Cajueiro. Naquela sexta-feira o presidente Osvaldo Torres anunciou que "Sonho do Uma Noite de Verão" seria o tema da decoração.  
No calendário da cidade, a Micareta marcada para ser realizada de 19 a 22 de abril, já estava na ordem do dia. O secretário de Turismo Luciano Cunha reuniu a imprensa no Mercado de Arte Popular, e comunicou a abertura das inscrições para a escolha de rainha e princesas da folia de Momo.
No campo assistencial, a comunidade da Baraúna se organizava para a festa de inauguração, no domingo, 9, da Creche Dagmar Silva, ainda hoje em funcionamento. Foi uma obra da primeira-dama Beth Martins, que também criou a Associação de Promoção Humana, também ainda existente. O prefeito Colbert Martins, o deputado federal Francisco Pinto e o líder político Eduardo Motta foram algumas das presenças.
Fonte: Blog Por Simas

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