A imprensa
precisa parar de mentir aos brasileiros
Por Reinaldo Azevedo
O Brasil já assistiu a
algumas conjurações. Houve a revolta dos Mascates, a dos Emboabas, a Conjuração
Mineira, a Conjuração Baiana… Estamos assistindo, de forma inédita, à Revolta
dos Ladrões. Que coisa fabulosa! Os que hoje estão indo às ruas, abusando de todos
os rigores da violência, para falar "contra o golpe" e em favor das "Diretas
Já", emprestam uma roupagem política à defesa de um modelo que assaltou o provo
brasileiro; que quebrou a maior empresa do país, fazendo-a a mais endividada do
mundo; que nos jogou numa recessão inédita, que nos fez recuar em mais de
década em vários indicadores; que elevou o endividamento a alturas
insuportáveis, que, em suma, quebrou o Brasil.
E tudo isso para quê?
Para, como dizem em sua fantasia autocomplacente, "libertar o povo brasileiro"?
Para lhe garantir melhores condições de vida? Para ver nas ruas uma população
soberana e senhora de si? Uma ova! Tratava-se apenas da construção da chamada
hegemonia política. Seguindo a tradição da esquerda, os iluminados criaram o aparelho
partidário e decidiram que ele substituiria a sociedade. Opor-se a ele, nesse
modelo, correspondia a opor-se ao Brasil.
Para realizar tal
desígnio, os petistas juntaram-se à escória das elites tradicionais e decidiram
ser usuários de todas as safadezas do sistema político com as quais juraram que
iriam acabar.|
Não por acaso, nas
eleições, Lula e Dilma atribuíam a seus adversários as piores e mais oblíquas
intenções. Eles eram os monopolistas do bem e dos bons sentimentos, não é
assim? Agora, tragados pelas ruas, pelas leis e pela Constituição, gritam "golpe" e saem por aí pregando soluções mirabolantes.
Mentem, como sempre, de
forma determinada ao afirmar que se opõem à violência. Não! A violência lhes é
útil porque podem se fingir de heróis na luta contra a polícia, como se ainda
estivessem enfrentando alguma força ditatorial.
O pior papel, nesse
caso, cabe mesmo a amplos setores da imprensa, que se negam a chamar as coisas
pelo nome e, ao agir assim, não reconhecem, também eles, os fundamentos de uma
sociedade democrática e de direito.
É um absurdo que os atos
violentos que se seguem aos protestos sejam considerados, como é mesmo?, coisa
de vândalos. O senhor Guilherme Boulos conta com a sua tropa de choque para
elevar a temperatura das ruas, literalmente. Seus incendiários são parte da
equação. Tanto é assim que não o vemos a censurar os black blocs. Ao contrário:
ele prefere atacar a Polícia Militar.
Mais: onde está a Dilma
que convocou a resistência? Onde está Lula, que convocou a resistência? Onde
está o PT? Ora, estão assistindo à pancadaria, na aposta de que esta possa lhes
ser, de algum modo, útil. Quando menos, pode elevar o partido ao menos um
tantinho da indigência eleitoral a que lhe relegará o povo brasileiro neste
2016.
Não são apenas bandidos!
São também oportunistas.
Eles têm claro que uma
reversão do quadro se afigura impossível. Já se mobilizam contra as reformas
que estão por vir. O Brasil do atraso, do corporativismo e do estatismo
supostamente piedoso constitui a seiva de que se alimenta o PT.
Mas o Brasil já os
venceu uma vez e vai vencê-los de novo.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Nenhum comentário:
Postar um comentário