Por Reinaldo Azevedo
Santiago Andrade, o cinegrafista da Band, teve morte cerebral.
Desde junho, o Brasil tinha um encontro marcado com a tragédia. Era uma questão
de tempo. E outras acontecerão desde que se repitam os mesmos procedimentos.
Quem são os culpados? Obviamente, devem responder por essa morte aqueles que
acenderam o morteiro. Mas, se querem saber, é preciso ampliar o leque de
culpas. Também nesse caso, mais do que o alarido dos maus, o que constrange é o
silêncio dos bons - ou suas palavras e gestos irresponsáveis.
Todos
aqueles que assistiram de boca fechada à progressiva violência das
manifestações; todos aqueles que passaram a considerar a depredação, o
quebra-quebra e o confronto como liberdade de manifestação; todos aqueles que
se negaram a reconhecer o caráter congenitamente autoritário desses ditos "protestos", todos esses têm sua parcela de culpa.
As
elites políticas e intelectuais brasileiras, ignorando os fundamentos da uma
sociedade democrática, passaram a flertar com a desordem - especialmente
setores importantes da imprensa, que se conformaram em trabalhar de maneira
clandestina, tendo de se esconder desses vagabundos. Saibam, leitores: os
jornalistas têm de esconder suas respectivas identidades. Ou são linchados.
Ainda
assim, por temor da patrulha nas redes sociais, ocupadas por esses milicianos,
sempre fizeram uma cobertura favorável aos protestos e hostil à polícia - que,
na esmagadora maioria das vezes, apenas reagiu à violência, não a promoveu.
Durante
todo esse tempo, onde esteve José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça? Onde
esteve Maria do Rosário, ministra dos Direitos Humanos? Onde esteve Gilberto
Carvalho, secretário-geral da Presidência e homem responsável pelo diálogo com
os chamados movimentos sociais?
Por
incrível que pareça, toda essa gente, cada um à sua maneira, estava dando a sua
dose pessoal de contribuição à barbárie, pondo mais lenha na fogueira. Não
custa lembrar que Cardozo é um dos primeiros incitadores, ainda que não tivesse
sido essa a pretensão, dos confrontos de rua, que os feiticeiros do Planalto
imaginavam que ficariam restritos a São Paulo.
Ainda
voltarei a esse tema muitas vezes. Não dá mais! É intolerável! Há homicidas nas
ruas disfarçados de manifestantes. É preciso que a gente comece a chamar esses
caras pelo nome que eles têm.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Nenhum comentário:
Postar um comentário