A Presidência da
República gastou R$ 135,6 mil para fazer publicidade oficial em cinco jornais
de São Paulo que não existem. As publicações fictícias são vinculadas à Laujar Empresa
Jornalística S/C Ltda, com sede registrada em um imóvel fechado e vazio, em São
Bernardo do Campo. A empresa aparece em 11º lugar em um ranking de 1.132
empresas que, desde o início do governo Dilma Rousseff, receberam recursos
públicos da Presidência para veicular propaganda do governo em diários
impressos.
Embora esteja à frente de empresas responsáveis por publicações de
ampla circulação e tradição no país, como o gaúcho "Zero Hora" e o
carioca "O Dia", a Laujar não publica nenhum jornal. Foi constatado
que os cinco nomes de jornais da empresa que teriam sido beneficiados pela
Presidência inexistem em bancas do ABC Paulista, onde supostamente são
editados. Os supostos veículos também não são cadastrados em nenhum sindicato
de nenhuma categoria do universo editorial e são completamente desconhecidos de
jornalistas e jornaleiros da região, muito menos aparecem em cadastros
municipais de jornais aptos a fazer publicidade de prefeituras, de acordo com a
reportagem.
Os exemplares enviados à Presidência como provas de que os jornais
existem apresentam sinais de serem forjados. A Laujar mandou as supostas
edições do dia 15 de março do ano passado do "Jornal do ABC
Paulista", "O Dia de Guarulhos", "Gazeta de Osasco",
"Diário de Cubatão" e "O Paulistano". Todas elas teriam os
mesmos textos e a única diferença seria o nome da publicação. Para comprovar a
existência de uma publicação que receberá dinheiro público para veicular
propaganda federal, o governo exige apenas o envio de seis exemplares de datas
aleatórias. No ato de apresentação, a Laujar declarou que seus jornais tinham
uma tiragem total de 250 mil exemplares, vendidos por R$ 2,50 cada.
Se a informação fosse verdadeira, as supostas publicações da empresa
teriam, juntas, uma circulação parecida com a do jornal "O Globo", a
quinta maior do país. Em maio, o governo afirmou que a empresa foi excluída do
cadastro, não pela existência, mas sim por não especificarem os municípios de
circulação. Já o dono da Laujar, Wilson Nascimento, disse que os jornais
existem. "Você encontra nas principais bancas da região (ABC
Paulista)", afirmou.
Fonte: "Folha de S. Paulo"
2 comentários:
Isso é um absurdo!
Isso não é um absurdo, em se tratando de governo petista. Não nos espanta mais.
Postar um comentário