Rosemary Novoa de
Noronha, chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, é agora
responsável por um dos maiores constrangimentos já impostos ao Poder Executivo
na história recente do Brasil: na sexta-feira, 23, a Polícia Federal cumpriu
mandado de busca e apreensão no escritório presidencial na capital paulista, no
âmbito da operação Porto Seguro, que investiga servidores que emitia pareceres
fraudulentos, a fim de beneficiar interesses privados.
Rosemary, a
"Rose", exerce forte influência nas decisões do Executivo desde o
governo do ex-presidente Lula, com quem ela mantém relações pessoais
especialmente íntimas. Foi "Rose" quem indicou os dois diretores da
Agência Nacional de Águas (ana) e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)
presos pela PF. Ela exerce a função desde o governo Lula e foi mantida no cargo
a pedido dele, apesar das conhecidas restrições da ex-primeira dama Marisa
Letícia.
Cara amarrada
Momentos
antes de seguirem para a posse do ministro Joaquim Barbosa na presidência do
Supremo Tribunal Federal, na quinta-feira, 22, o ministro José Eduardo
Cardoso, da Justiça, avisou a presidenta Dilma Rousseff que no dia seguinte, sexta, a
Polícia Federal deflagraria a operação Porto Seguro, cumprindo mandados de
busca e apreensão e prendendo diretores das agências reguladoras Ana e Anac.
Isso foi o que determinou sua chegada com atraso à solenidade de posse e
principalmente a "cara amarrada", interpretada como suposto desagrado
da presidenta em relação às recentes decisão da Corte no processo do mensalão.
O que mais irritou a presidente foi a informação de que a chefe de gabinete do
escritório da presidência da República em São Paulo e amiga íntima de Lula,
Rosemary Nóvoa de Noronha, era uma das principais investigadas por tráfico de
influência, segundo indicam escutas telefônicas. "Rose" foi indiciada
por corrupção ativa e passiva. Ela foi flagrada negociando suborno em dinheiro
e favores, como uma viagem de cruzeiro (que ela depois reclamou não ser luxuoso
o suficiente) e uma cirurgia plástica. Numa conversa gravada, a amiga de Lula
pediu R$ 650 mil por serviços prestados.
Fonte:
Cláudio Humberto
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