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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Economistas não conseguem fazer análise científica da crise

O sistema econômico mundial tem enfrentado, desde 1970, uma crise a cada dois anos e meio e o atual revés, iniciado em abril de 2007, tem apresentando dificuldades para que economistas analisem cientificamente a situação. A afirmação foi feita pelo professor doutor em Ciências Econômicas, Carlos Eduardo Ferreira de Carvalho (Foto: Edvan Barbosa, da Ascom/Uefs), na manhã desta segunda-feira, 21, ao proferir Aula Magna na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
Carlos Eduardo Carvalho traçou um perfil histórico da atual crise econômica mundial iniciada com os sinais de insolvência de crédito do supervalorizado mercado imobiliário dos Estados Unidos. Em consequência, conforme lembrou, houve a insolvência da estrutura bancária, culminando, em setembro de 2008, com o anúncio do governo norte-americano de que não prestaria socorro financeiro, o que ameaçou todo o sistema econômico mundial. Esta fase da crise foi classificada como aguda e durou cerca de cinco meses, resultando na quebra de empresas em diversos países e em variações abruptas do preço do barril de petróleo.
No final de 2009, o sistema econômico mundial deu sinais de tendência a voltar a ser o que era antes do inicio da crise. Carlos Carvalho, porém, ressaltou que ainda restam dúvidas sobre perspectivas da insolvência ou não dos bancos norte-americanos, o grau de importância do dólar, a capacidade dos EUA com endividamento triplicado em continuar a conduzir a economia mundial e a inserção da China na economia mundial.
"A crise afeta os vários planos econômicos mundiais e ainda não é possível estabelecer as suas consequências", enfatizou Carlos Eduardo. Ele salientou que a dificuldade de análise científica da situação é decorrente das peculiaridades inerentes da atual crise econômica, as quais não permitem conclusões precisas a partir de experimentações.
Protestos
A abertura do semestre letivo na Uefs contou com protestos de estudantes, liderados pelo DCE, contra o preço da passagem do transporte coletivo de Feira de Santana. Eles afirmaram que em oito anos houve aumento de 100% no preço da passagem e que o município possui a segunda tarifa mais cara dentre as cidades do Nordeste.
A luta dos professores por melhores salários foi citada pelo representante da Associação dos Docentes da Uefs (Adufs), José Carlos Oliveira. Apesar do diálogo com o Governo do Estado, os resultados não agradam a categoria em função do que chamou de cláusulas desvantajosas nas propostas de acordo. A queixa foi ratificada pelo representante do Sindicato dos Servidores (Sintest), Enaton Benevides Júnior, que disse não ver avanços nas negociações.
Em pronunciamento, o reitor José Carlos Barreto de Santana afirmou que a Uefs está em constante transformação, mas que os avanços não são presentes da administração da Instituição nem do Governo. "As conquistas são frutos da luta de toda a comunidade", disse.
José Carlos Barreto também se referiu aos três novos cursos oferecidos pela Uefs, as Licenciaturas em Química e em Música e a Licenciatura e Bacharelado em Filosofia. Segundo observou, implantação desses cursos foi fruto do trabalho desenvolvido por uma comissão designada que, de início, teve que administrar precariedades dos cursos já existentes.
A nomeação de novos funcionários através de concurso público também foi citada pelo reitor, que chamou a atenção para o fato de o quadro de servidores da Instituição não ter sido aumentado, mas apenas reposto em função de aposentadorias, mortes e de afastamentos espontâneos de pessoas que passam em outros concursos mais vantajosos financeiramente.
Sobre negociações salariais referentes a funcionários e professores, Barreto garantiu que a Administração Central da Uefs vai manter a posição de interlocutor com o Governo do Estado, além de incitar a participação, no processo, do Fórum de Reitores das Universidades Estaduais da Bahia. Neste sentido, atualmente são feitas gestões na Assembléia Legislativa da Bahia e na Secretaria Estadual de Administração.
As atividades contaram também com a presença do vice-reitor da Uefs, Washington Almeida Moura, do representante do DCE, Eduardo Pereira Santos, de membros da Administração Central, servidores, estudantes e professores, além de representantes da comunidade externa. Na abertura, a musicista do Cuca, Caroline Abreu, fez apresentação com violoncelo.
(Com informações de Everaldo Góes, da Ascom/Uefs)

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