Postado em Natal-RN
Por Reinaldo Azevedo
Entrando no terceiro mês de governo, a marquetagem de Dilma vai mudar um tantinho, sem abrir mão da imagem da soberana austera, que toma decisões acima das paixões - sentimentos extremados são coisa de gente plebéia.
A prática em curso tem sido, sim, eficiente. Dilma é considerada uma "grata surpresa", especialmente por setores da imprensa. O povão deve continuar satisfeito, apesar do aumento de alguns preços - nada ainda que arranhe a imagem da presidente. Então por que a mudança?
Alguém poderia evocar uma questão de fundo: a economia não vai crescer com o mesmo vigor; a inflação vai incomodar o governo por alguns meses, e Dilma precisa ser menos olímpica. Embora faça sentido, acho que isso é o que menos pesa. O problema me parece outro.
Há uma espécie de vácuo de "liderança popular", o que eu, cá com os meus valores, tendo a achar positivo. Prefiro um país sem demiurgos. Ocorre que Lula está à espreita. Já lhe devolveram a presidência de honra do PT. Ele é um político apto a falar, opinar, palpitar etc.
O petismo precisa de um líder que mantenha a sociedade mais ou menos mobilizada contra adversários abstratos: os inimigos do povo, o atraso, as elites, sei lá eu… É preciso falar com as massas. Se Dilma não o fizer - e vai ter de aprender a fazê-lo -, Lula se encarrega da tarefa. Ainda que tomasse um cuidado extremo para não competir com a liderança da presidente, isso aconteceria naturalmente.
Ainda voltarei ao assunto, mas, por ora, sintetizo assim: o marketing de Dilma vai ter de mudar porque, em certo sentido, seu único adversário, hoje, é Lula. Fosse só por causa da oposição, tudo poderia ficar como está.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Entrando no terceiro mês de governo, a marquetagem de Dilma vai mudar um tantinho, sem abrir mão da imagem da soberana austera, que toma decisões acima das paixões - sentimentos extremados são coisa de gente plebéia.
A prática em curso tem sido, sim, eficiente. Dilma é considerada uma "grata surpresa", especialmente por setores da imprensa. O povão deve continuar satisfeito, apesar do aumento de alguns preços - nada ainda que arranhe a imagem da presidente. Então por que a mudança?
Alguém poderia evocar uma questão de fundo: a economia não vai crescer com o mesmo vigor; a inflação vai incomodar o governo por alguns meses, e Dilma precisa ser menos olímpica. Embora faça sentido, acho que isso é o que menos pesa. O problema me parece outro.
Há uma espécie de vácuo de "liderança popular", o que eu, cá com os meus valores, tendo a achar positivo. Prefiro um país sem demiurgos. Ocorre que Lula está à espreita. Já lhe devolveram a presidência de honra do PT. Ele é um político apto a falar, opinar, palpitar etc.
O petismo precisa de um líder que mantenha a sociedade mais ou menos mobilizada contra adversários abstratos: os inimigos do povo, o atraso, as elites, sei lá eu… É preciso falar com as massas. Se Dilma não o fizer - e vai ter de aprender a fazê-lo -, Lula se encarrega da tarefa. Ainda que tomasse um cuidado extremo para não competir com a liderança da presidente, isso aconteceria naturalmente.
Ainda voltarei ao assunto, mas, por ora, sintetizo assim: o marketing de Dilma vai ter de mudar porque, em certo sentido, seu único adversário, hoje, é Lula. Fosse só por causa da oposição, tudo poderia ficar como está.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Um comentário:
Francamente, ainda não entendi qual é a dessa gente, Dimas. Dilma não perde a oportunidade de dar uma "puxadinha" na sacola da imprensa, sempre que tem a oportunidade prá isto. Está agindo tão diferente de Lula, em relação ao seu comportamento, que parece até mais perigoso do que se se comportasse mais ou menos como êle, porque teríamos a certeza de conhecer melhor nosso "adversário" político. Como está, mas sendo rodeada DAQUÊLES que bem conhecemos, nada recomendáveis, fica uma interrogação no ar, prá muitos. Eu, não me iludo; ela disse, assim que venceu, que NINGUÉM a separaria de Lula, lembra-se? Um blefe, pode ser o caminho mais fácil que ela encontrou prá passar bem os 4 anos de mandato, prá entregá-lo a Lula, em 2014.
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