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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

"Presidente: 2010 não é 2002 e não é 2006!"

De César Maia:
1. No segundo turno da eleição presidencial de 2002, embora Lula não tenha alcançado os índices que ele mesmo alcançou em 2006 e Dilma em 2010, há uma diferença fundamental. Dois fortes candidatos que somaram mais de 20% dos votos, e que tinham expressão regional e nacional, apoiaram abertamente Lula no segundo turno: Garotinho e Ciro Gomes. Dado o perfil de ambos, a indução ao voto convergia com o perfil de Lula.
2. No segundo turno de 2006, embora a diferença de Lula para Alckmin tenha sido bem menor, a tercius - Heloisa Helena - teve apenas 6%, e a origem de seus votos estava à esquerda de Lula. Por isso, o segundo turno de 2006 abriu com Lula radicalizando à esquerda com um discurso demagógico fortemente estatizante, acusando seu adversário do contrário.
3. Agora, em 2010, a tercius - Marina Silva - obteve votação expressiva de 20%. Mas a origem de seus votos é dicotômica: 50% de voto "politicamente correto". Não necessariamente à esquerda. Por exemplo, o voto ético. E 50% de voto conservador que saiu da Dilma em função de valores cristãos. Com isso, Serra tem capacidade de atrair pelo menos metade do "voto politicamente correto" e 100% do voto conservador de Marina. Ou seja: 15 pontos.
4. Como os 42% de Marina (sobre o total de eleitores que compareceram a urna em 3 de outubro) não são ideológicos, mas pragmáticos em boa medida, e além disso a abstenção e votos brancos/nulos somaram 27%, o segundo turno de 2010 está em aberto. Até que se avalie o poder de atração de Serra.
Fonte: "Ex-Blog do César Maia"

Um comentário:

Mariana disse...

De direita, de esquerda, políticamente correto ou não, prefiro pensar que o povo de bom senso e com mais chances de entender todo êsse processo eleitoral e as consequências de uma candidata ruim, que foi programada prá tal, ainda que sem preparo, seja eleita. Não acho que tirando os beneficiários de qualquer bolsa-vadiagem e os aliados(que cobram por isso) dentre os restantes eleitores haja alguém com boas razões prá votar nela. Não estaremos elegendo o Mister ou Mrs Simpatia de Lula, mas o gestor de um país continental, que requer preparo, ética e probidade.