De Augusto Nunes, em "Direto ao Ponto"
Erenice Guerra é o nervo exposto de Dilma Rousseff. É a chaga viva, a ferida que não cicatriza, o estigma irremovível, o sinal riscado a faca. Por vontade de Dilma, Erenice acumulou durante sete anos o posto de braço-direito e a chefia da quadrilha formada por parentes e agregados. Quando Dilma deixou o gabinete, foi a pedido da Mãe do PAC que Lula instalou no comando da Casa Civil a Mãe da Bandidagem.
No palácio abandonado pelo rei do palanque, Erenice mandou e desmandou desde o começo da campanha. Acobertou negociatas, transformou o gabinete em gazua a serviço do filho arrombador de cofres, foi coiteira dos larápios de estimação, ganhou dinheiro sujo como nunca. Livre de vigilância, sem medo de castigos, assumiu interinamente a Presidência e expandiu as fronteiras da capitania envilecida. Anexou a Anac, a Infraero, o Ministério de Minas e Energia. Foi ela quem expropriou os Correios e escolheu a nova diretoria da estatal hoje em avançado estado de decomposição.
Agora, açulada por ciros e dirceus, Dilma tenta repetir o velho truque: acusar o adversário de fazer o que faz o PT. O candidato da oposição deve deter imediatamente a ofensiva dos prontuários. Se alguém no PSDB cometeu crimes, que seja punido já. Se a denúncia é caluniosa, que acione a Justiça. Em qualquer hipótese, o país que pensa exige que Serra introduza no próximo debate na TV, numa das perguntas de um minuto, o escândalo da Casa Civil.
Cinquenta segundos bastarão para o resumo da ópera. Foi Dilma quem pariu, criou e protegeu Erenice Guerra. Foi a herdeira do pajé da tribo do mensalão quem transformou em sucessora a matriarca da família fora-da-lei. Durante sete anos, sempre juntas, as melhores amigas fizeram compras e dossiês. Sempre juntas, trancaram numerosos esqueletos no armário. Mas Dilma jura que Erenice roubou sozinha.
Feita a sinopse, Serra precisa apresentar à oponente as três opções possíveis. Se nunca suspeitou das bandalheiras na sala ao lado, Dilma é uma administradora inepta, incapaz de selecionar assessores e, portanto, despreparada para chefiar o governo. Se desconfiou de algo e não agiu, pecou por leniência e está, portanto, desqualificada para o cargo. Se descobriu alguma patifaria e preferiu calar-se, é cúmplice - e lugar de comparsa é o banco dos réus, não um palanque.
Nos 10 segundos restantes, bastará a Serra perguntar se Dilma sabia ou não sabia das bandalheiras protagonizadas pela melhor amiga (e repetir a pergunta, para que ela não finja que não entendeu). Qualquer que seja a resposta, será consumado o abraço das afogadas.
Fonte:
Erenice Guerra é o nervo exposto de Dilma Rousseff. É a chaga viva, a ferida que não cicatriza, o estigma irremovível, o sinal riscado a faca. Por vontade de Dilma, Erenice acumulou durante sete anos o posto de braço-direito e a chefia da quadrilha formada por parentes e agregados. Quando Dilma deixou o gabinete, foi a pedido da Mãe do PAC que Lula instalou no comando da Casa Civil a Mãe da Bandidagem.
No palácio abandonado pelo rei do palanque, Erenice mandou e desmandou desde o começo da campanha. Acobertou negociatas, transformou o gabinete em gazua a serviço do filho arrombador de cofres, foi coiteira dos larápios de estimação, ganhou dinheiro sujo como nunca. Livre de vigilância, sem medo de castigos, assumiu interinamente a Presidência e expandiu as fronteiras da capitania envilecida. Anexou a Anac, a Infraero, o Ministério de Minas e Energia. Foi ela quem expropriou os Correios e escolheu a nova diretoria da estatal hoje em avançado estado de decomposição.
Agora, açulada por ciros e dirceus, Dilma tenta repetir o velho truque: acusar o adversário de fazer o que faz o PT. O candidato da oposição deve deter imediatamente a ofensiva dos prontuários. Se alguém no PSDB cometeu crimes, que seja punido já. Se a denúncia é caluniosa, que acione a Justiça. Em qualquer hipótese, o país que pensa exige que Serra introduza no próximo debate na TV, numa das perguntas de um minuto, o escândalo da Casa Civil.
Cinquenta segundos bastarão para o resumo da ópera. Foi Dilma quem pariu, criou e protegeu Erenice Guerra. Foi a herdeira do pajé da tribo do mensalão quem transformou em sucessora a matriarca da família fora-da-lei. Durante sete anos, sempre juntas, as melhores amigas fizeram compras e dossiês. Sempre juntas, trancaram numerosos esqueletos no armário. Mas Dilma jura que Erenice roubou sozinha.
Feita a sinopse, Serra precisa apresentar à oponente as três opções possíveis. Se nunca suspeitou das bandalheiras na sala ao lado, Dilma é uma administradora inepta, incapaz de selecionar assessores e, portanto, despreparada para chefiar o governo. Se desconfiou de algo e não agiu, pecou por leniência e está, portanto, desqualificada para o cargo. Se descobriu alguma patifaria e preferiu calar-se, é cúmplice - e lugar de comparsa é o banco dos réus, não um palanque.
Nos 10 segundos restantes, bastará a Serra perguntar se Dilma sabia ou não sabia das bandalheiras protagonizadas pela melhor amiga (e repetir a pergunta, para que ela não finja que não entendeu). Qualquer que seja a resposta, será consumado o abraço das afogadas.
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Um comentário:
A essa altura dos acontecimentos, as duas já deverão estar afinadas prá que Erenice assuma sòzinha...foi assim com Delúbio Soares, com aquêle que ganhou um Land Rover(o Silvinho), com vários outros, até com Palocci, no caso do sigilo bancário do caseiro em Brasília, lembra-se? Estamos falando do PT e de sua máfia já acostumada a agir e livrar a cara de todos os figurões! Até Lula foi salvo quantas vêzes?
Mas vale a pena tentar, de preferência com um detetor de mentira.
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