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sexta-feira, 12 de março de 2010

"Os riscos da candidatura Dilma"

Deu no "Ex-Blog do César Maia":
1. Um desenho que representasse uma campanha eleitoral deveria ser uma curva quase horizontal em sua parte inicial e que iria crescendo progressivamente, tornando-se quase vertical, num ângulo de 60 graus, nos últimos 15 dias de campanha. O "produto" eleitoral tem uma característica única: se leva ao mercado num dia só, das 7 às 17 horas. Se não servir, só poderá ser reapresentado ao mercado quatro anos depois.
2. Nos EUA, os planos de campanha fazem, inclusive, acompanhar o gasto com esta curva. Diz-se que eleição não se ganha de véspera, nem no dia seguinte.
3. Grande parte do eleitorado está com a cabeça longe da política. Por isso, os institutos separam os indecisos e os não totalmente decididos, que ainda podem mudar seus votos. Uma campanha muito antecipada ou é de um candidato franco favorito, ou corre o risco de ser um filme já visto pelo eleitor na hora de começar a decidir o seu voto.
4. A superexposição, segundo a escola francesa de Jacques Seguelá, queima como a luz do sol. Há a necessidade de mergulhos e retorno à superfície. Deve ser assim, segundo ele, no caso dos governos, para que a superexposição não venha com queimaduras de terceiro grau. Nas campanhas, esse movimento sinuoso não cabe como nos governos. Mas cabe um processo de exposição progressiva, onde o eleitor vai descobrindo ou redescobrindo o candidato, numa imagem que vai se tornando cada vez mais nítida.
5. Uma campanha muito antecipada, sem que exista a justificativa de eleições primárias, como nos EUA, pode, pela repetição, cansar o eleitor, que começa a resmungar: Outra vez? Que cara chato(a)!
6. Esse é o risco que Dilma começa a correr. Pesquisas qualitativas informadas a este Ex-Blog começam a notar essa sensação de estresse por excesso. Um fenômeno que hoje poderia se chamar de "Síndrome do Filho do Brasil", ou seja, o filme que foi tão badalado antes, tão apresentado, tão debatido, tão polemizado, que quando foi para os cinemas não resistiu mais que à primeira semana.
7. E depois, a imagem que fica vai perdendo a nitidez para o eleitor. Não há óculos, propaganda ou dinheiro que dê jeito. As pesquisas qualitativas eleitorais (grupos de foco) são difíceis de serem feitas, pois exigem experiência de rua. As candidaturas podem testar e fazê-las com um Instituto com muita experiência nelas. E com isso, comprovar que Dilma começou a cansar antes mesmo de a eleição começar. Afinal - disse uma pessoa num desses grupos -, essa mulher não trabalha? Disse outro: Todo dia ela aparece num comício, e eu nem me lembro o que ela disse! E por aí vai.
8. Uma pesquisa qualitativa hoje deve testar a tese: Dilma começou a cansar o eleitor antes mesmo da campanha?

Um comentário:

Unknown disse...

O problema não é bem a exposição excessiva de Dilma, que parece, todo o mundo se lixa prá ela...pior, é esta exposição excessiva do cara ao lado. Mas creio que depois que eles pararem de aparecer tanto, e SE NÃO FIZER CAMPANHA PRÁ ELA nos palanques da vida, com certeza, na hora do "X" na urna eletrônica, vai ter é dedo tremendo só de olhar prá cara de ditadora dessa criatura!!Você já viu a cara dela na Veja? AAAAHH, não teve coragem, né?rs...