Texto de Carlos Brickmann, em 17 de maio de 2005:
Gente, que horror! Um grande jornal decidiu seguir a cartilha do Lula e chamar os negros de "afrodescendentes" - uma cópia meio mambembe dos afroamericans que os Estados Unidos passaram a usar. O objetivo é evitar palavras "negativas", como "negro" ou "preto". É interessante verificar que as mesmas pessoas que vêem conotação negativa em "negro" ou "preto" acham normal chamar alguém de "branco". Branco não é "negativo". Preto é. Quem é racista?
Este colunista gosta de ciências, mas não chega a ler revistas estrangeiras. Foi nos jornais brasileiros que hoje chamam negros de afrodescendentes que aprendeu que a origem do ser humano é a África. Somos todos afrodescendentes.
A discussão sobre a afrodescendência recorda outra, hoje abandonada, sobre o nome dos americanos. Americano não podia, porque também somos parte da América; norte-americanos também não, porque México e Canadá também estão na América do Norte. Alguns optaram por "estadunidense". Só que estadunidenses são também os mexicanos, nascidos nos Estados Unidos do México; e, antes que mudassem o nome do país para República Federativa, também os brasileiros.
Em geral, quem tenta fugir aos nomes consagrados revela o racismo que tem dentro de si. O cavalheiro não é "judeu": é de "ascendência judaica" (ou, muitas vezes, de "descendência judaica", o que mostra que além de racista o redator é meio analfabeto). Não é "índio", mas de "ascendência indígena".
Negro é negro, anão é anão, judeu é judeu. Preconceito é outra coisa.
Gente, que horror! Um grande jornal decidiu seguir a cartilha do Lula e chamar os negros de "afrodescendentes" - uma cópia meio mambembe dos afroamericans que os Estados Unidos passaram a usar. O objetivo é evitar palavras "negativas", como "negro" ou "preto". É interessante verificar que as mesmas pessoas que vêem conotação negativa em "negro" ou "preto" acham normal chamar alguém de "branco". Branco não é "negativo". Preto é. Quem é racista?
Este colunista gosta de ciências, mas não chega a ler revistas estrangeiras. Foi nos jornais brasileiros que hoje chamam negros de afrodescendentes que aprendeu que a origem do ser humano é a África. Somos todos afrodescendentes.
A discussão sobre a afrodescendência recorda outra, hoje abandonada, sobre o nome dos americanos. Americano não podia, porque também somos parte da América; norte-americanos também não, porque México e Canadá também estão na América do Norte. Alguns optaram por "estadunidense". Só que estadunidenses são também os mexicanos, nascidos nos Estados Unidos do México; e, antes que mudassem o nome do país para República Federativa, também os brasileiros.
Em geral, quem tenta fugir aos nomes consagrados revela o racismo que tem dentro de si. O cavalheiro não é "judeu": é de "ascendência judaica" (ou, muitas vezes, de "descendência judaica", o que mostra que além de racista o redator é meio analfabeto). Não é "índio", mas de "ascendência indígena".
Negro é negro, anão é anão, judeu é judeu. Preconceito é outra coisa.
2 comentários:
É isso aí. Na ocasião, alguém mencionando outros exemplos de preconceito, citando a "gordinha", que agora deve ser entre aspas, também, porque ninguém é gordo, mas "horizontalmente prejudicado" ou algo assim. Também o anão, que não deixará de sê-lo, só porque você o denomina de outra forma; é alguém "verticalmente prejudicado",KKKKK...coisa de doido! Acho que devemos continuar como sempre e o único preconceito que continuo tendo, já disse, é com os "moralmente acabados", os "desprovidos de vergonha", os "eticamente inexistentes", por aí...poderia ser a definição do partido dos aloprados, já que fazem questão de definições indiretas.
É brasileiro todo aquele que nasce no território nacional, e tem os seus direitos garantidos pela constituição do país. É simplesmente rídiculo alguém se declarar euro-descedente, afrodescedente, sino-descedente etc.
Somos todos cidadãos brasileiros e ponto. Iguais como manda a Lei.
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