Opção de transferência bancária para a Pessoa Física: Dimas Boaventura de Oliveira, Banco do Brasil, agência 4622-1, conta corrente 50.848-9

Clique na imagem

*

*
Clique na logo para ouvir

Pré-venda no Orient CinePlace Boulevard

Pré-venda no Orient CinePlace Boulevard
9 a 15 de maio - 14 - 17 - 20

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

"O placar do futebol da Dilma"

Artigo de Samuel Celestino, na edição desta quinta-feira, 12, de "A Tarde"
O guindaste Lula não conseguiu até aqui levantar o peso que a candidatura Dilma Rousseff representa. Sequer ela aprendeu como seu padrinho político o que dizer e como falar para atrair o interesse dos eleitores, de sorte a projetar uma imagem mais flexível e interessante sobre a sua figura. Ela está em pleno clima de campanha, mas isto apenas acentua o que está posto acima. Quando faz comparações com o futebol, Lula usa a imagem do Corinthians, a segunda maior torcida nacional. Sabe o que diz e como tocar na sensibilidade de quem é amante deste esporte.
Já a sua candidata, não.
Tentou agora utilizar linguagem semelhante para atacar a oposição e desembestou afirmando que o “este governo dá de 400 a zero no anterior”.
Placar de Dilma.
A ministra passou a usar marqueteiros para moldar a sua imagem e o seu comportamento de campanha, a primeira que fará em busca do primeiro voto de sua vida, já que nunca foi candidata a nada.
Até aqui, o trabalho desses profissionais não apareceu.A não ser pelo fato de que a ministra passou a falar mais e a dar declarações. Pegou carona nas críticas feitas pelos oposicionistas há coisa de uma semana e subiu no palanque para comparar o governo petista com o governo tucano, de modo a chegar a Fernando Henrique Cardoso.
Não deu certo. Se enrolou toda.
Primeiro, porque o governo FHC está sete anos atrás. Isso o seu final, ou há15 anos, se for contado do seu início.
Aliás, foi ali, no início do primeiro mandato do tucanato, que foi desenhada a formatação da política econômica que Luiz Inácio teve a sensatez de dar continuidade. Um mérito porque, no Brasil, os governantes costumam interromper ciclos, impedindo a continuidade no intuito de implantar projetos novos que, na maioria das vezes, causam grandes prejuízos ao País, na medida em que deixam ações de governos anteriores inconclusas.
Observem as declarações de Dilma que estou a me referir: “O volume de realizações do governo Lula é significativo e ganha destaque quando se compara o que fizemos em sete anos com o fato de, até o ano de 2002, o País ter vivido um processo de estagnação acentuado. Essa parceria entre trabalhadores, empresários e governo mostra claramente que tudo o que a oposição não quer é que comparemos o governo do presidente Lula com o anterior. Porque o governo anterior perde de 400 a zero”. E continuou: “O governo anterior perde porque, diante da crise, aumentava tributo, aumentava juros, reduzia investimentos e deprimia o Brasil. Nós diminuímos juros, tributo, IPI, aumentamos investimentos”.
Ora, é uma declaração insensata.
Este governo é devorador do dinheiro dos brasileiros em forma de tributos.
Com Lula atingimos o ápice e está ainda recente a luta que travou – e perdeu no Senado – para manter o CPMF, que foi criado para gerar investimentos na saúde, ideia do ex-ministro e cardiologista paulista Adib Jatene, e acabaram desviados.
Em relação à crise (a “marolinha” de Lula), o crescimento do PIB desabou, a área econômica manteve a taxa Selic elevada e, depois, acertou em cheio ao diminuir os juros para não empobrecer a população, reduzindo também o IPI da linha branca (fogão, geladeira) e da indústria automotiva para forçar o consumo e ajudar setores do segmento industrial.
Dilma voltou, sem dizer o nome, com a velha, batida e cansativa citação da tal “herança maldita”. A verdade é que o primeiro quadriênio de FHC foi de sucesso absoluto, a partir do Plano Real, idealizado por seu grupo, que derrubou a inflação, mantendo-a sob controle; desregulamentou a economia impulsionando o desenvolvimento e diminuindo o tamanho do Estado.
O segundo período foi de tropeços.
O País pegou pela frente a crise dos então chamados “tigres asiáticos”, a crise da Rússia, e não estava preparado para enfrentá-las. O erro de FHC ocorreu quando, na transição do primeiro mandato para o segundo, para não complicar a reeleição, sua equipe econômica manteve o câmbio engessado em relação ao dólar, só quebrando está política para deixar o câmbio flutuar no segundo e difícil mandato.
Houve, de fato, um grande desgaste para o tucanato, daí porque Lula bateu José Serra e emplacou a Presidência na sua quarta tentativa (perdeu duas vezes para FHC). Ao chegar ao poder, Luiz Inácio manteve os princípios da política econômica malanista (de Pedro Malan, ministro da Fazenda) e os resultados começaram a se encaixar. Foi em razão desta política que Lula conseguiu ultrapassar as crises do seu governo, que se envolveu em corrupção com o mensalão e teve que abandonar ministros, como José Dirceu e Antonio Palocci.
Não há como se negar que Lula faz um bom governo, reconhecido internacionalmente, dando o destaque que o Brasil nunca teve. Mas as origens dos resultados que seu governo colhe estão lá atrás, com Fernando Henrique. Daí que os oposicionistas, tucanos principalmente, desdenham do discurso da “herança maldita”.
Na verdade, o que Dilma está a fazer é aquilo que os jornalista traduzem, nas redações, como “encher linguiça”, ou seja, dissertar sobre o nada para cobrir espaços em branco nos diagramas dos jornais.
A ministra deverá ficar falando nesse tom até apresentar resultados do PAC, que está atrasadíssimo em relação ao que se previa.
É só verificar aqui na Bahia.
Cadê a Ferrovia Oeste-Leste? Cadê o Porto de Ilhéus? Que é da Via Portuária? E o porto do atraso da velha Codeba? Por que o governo da União não ajuda a Bahia, que deu a Lula as suas maiores votações no País? Essas votações, aliás, foram reflexos da fadiga que se tinha em relação à política carlista, que se manteve até acabar, sem mudar nada, aprisionando o Estado numa situação de semiarbítrio do populismo personalista de ACM.
As obras baianas do PAC sairão.
Mas é preciso que Wagner ganhe o segundo mandato.
Certamente, de uma forma ou de outra a Bahia as receberá, mesmo que seja com outro nome, ao invés de PAC, se a ministra Dilma não tiver êxito na sua campanha para a Presidência da República.
A ministra Dilma Rousseff desembestou afirmando que “este governo dá de 400 a zero no anterior”
Ela subiu no palanque para comparar o governo petista com o governo tucano, de modo a chegar a FHC
Dilma voltou (...) com a velha, batida e cansativa citação da tal “herança maldita”.

Nenhum comentário: