A primeira vez que assisti ao filme "Grito da Terra", de Olney São Paulo, foi no lançamento, em noite de gala, no Cine Santanópolis, em 27 de novembro de 1964, então com 16 anos.
Depois, no Clube de Cinema de Feira de Santana que presidi, em 1974, assisti ao filme projetando-o em 16mm em pavilhão da então Faculdade de Educação, hoje Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca).
Na noite desta sexta-feira, 14, a re-revisão do filme, em cópia digitalizada.
“Grito da Terra” foi o primeiro longa-metragem realizado em Feira de Santana, no interior da Bahia. Ainda hoje, causa espanto pelo feito, há 45 anos. Mesmo realizado em período de repressão no país, uma mostra de liberdade de expressão artística, com dimensão histórica e engajamento.
Helena Ignez - o papel foi escrito por Olney especialmente para ela, que era a “musa do cinema baiano” na época, faz Mariá, uma jovem que acredita na força do sertanejo para enfrentar as dificuldades, como a seca e as pressões do latifúndio. O seu entendimento é que o Nordeste precisa do seu povo para salvar o seu futuro. Ela quer ficar na terra - ao contrário da outra personagem feminina, Loli (Lucy Carvalho), que deseja sair do sertão, ir para a cidade grande.
Inocente, Mariá vive na esperança de dias melhores, sem sofrimentos, esperando a chegada de um cavaleiro, que promoveria a redenção da região.
A questão da reforma agrária está colocada no filme, assim como problemas sociais, como fome, miséria e violência no campo, que são temas atuais no Brasil, mesmo 45 anos depois da realização do filme.
"Grito da Terra" é regionalista, é pleno do universo cultural sertanejo. É Cinema Novo. Telúrico. As imagens de forte brilho em preto & branco (fotografia de Leonardo Bartucci) têm grande beleza plástica. O homem e a terra são personagens - a partir do título está clara a motivação. Com a re-revisão feita, a constatação que é mesmo sensível e lírico, um filme-poema, como queria Olney. Também um depoimento quase documental sobre a vida do sertanejo sem amparo.
Enfim, um filme contemplativo, cheio de planos gerais que salientam a paisagem bucólica e situa a realidade nua e crua do sertão. Um filme importante sobre a temática nordestina.
Helena Ignez - o papel foi escrito por Olney especialmente para ela, que era a “musa do cinema baiano” na época, faz Mariá, uma jovem que acredita na força do sertanejo para enfrentar as dificuldades, como a seca e as pressões do latifúndio. O seu entendimento é que o Nordeste precisa do seu povo para salvar o seu futuro. Ela quer ficar na terra - ao contrário da outra personagem feminina, Loli (Lucy Carvalho), que deseja sair do sertão, ir para a cidade grande.
Inocente, Mariá vive na esperança de dias melhores, sem sofrimentos, esperando a chegada de um cavaleiro, que promoveria a redenção da região.
A questão da reforma agrária está colocada no filme, assim como problemas sociais, como fome, miséria e violência no campo, que são temas atuais no Brasil, mesmo 45 anos depois da realização do filme.
"Grito da Terra" é regionalista, é pleno do universo cultural sertanejo. É Cinema Novo. Telúrico. As imagens de forte brilho em preto & branco (fotografia de Leonardo Bartucci) têm grande beleza plástica. O homem e a terra são personagens - a partir do título está clara a motivação. Com a re-revisão feita, a constatação que é mesmo sensível e lírico, um filme-poema, como queria Olney. Também um depoimento quase documental sobre a vida do sertanejo sem amparo.
Enfim, um filme contemplativo, cheio de planos gerais que salientam a paisagem bucólica e situa a realidade nua e crua do sertão. Um filme importante sobre a temática nordestina.
3 comentários:
Nunca vi este filme, mas lendo seus comentários a respeito,acredito que ele deve ser incrível,mesmo.E falando da vida do sertanejo daquela época,até parece estar vivendo o sertão de hoje,com pouca diferença. Mariana
"Grito da Terra" é um filme simples e importante.
Nunca assisti.
Postar um comentário