Ciudad de México, 16/08/09
Queridos amigos e amigas queridas,
Que saudade já sinto de vocês, da minha cidade, das comidinhas gostosas nossas, do calor humano, dos beijos e abraços que trocamos quando encontramos os amigos, da vida mais pacata numa cidade como a nossa.
Mas, como sabem, decidi partir por um tempo em busca de novas descobertas e desafios e assim é a vida. Às vezes, é muito importante olhar o mundo por outro prisma.
Como sempre, quero compartilhar um pouco do que tem sido essa experiência, com vocês, meus amigos e companheiros. Obrigada a todos e todas pelas mensagens de carinho e afeto. Chorei muito ao sair do meu país querido, especialmente, porque senti como tenho tantos e maravilhosos amigos e amigas. Nunca vou poder esquecer.
Cheguei à Cidade do México exatamente às 8 da manhã do dia 1º de agosto, depois de mais de 24 horas de viagem, contando o horário que saí de Feira com umas 3 horas de antecedência para pegar o primeiro avião às 11h40 e contando as duas escalas que precisei fazer. Foram 24 horas com três trocas de temperatura - Salvador, São Paulo, Santiago e logo Cidade do México. Mas, cheguei bem, apesar do cansaço. No aeroporto, me esperava o Sr. Carlos, dono da casa em que resido com outros estudantes este primeiro mês do período em que vou estar aqui. Aqui vivemos uma brasileira, uma chilena muito gente boa (com quem divido o quarto), uma canadense bem simpática, um americano, um francês e uma coreana. A casa é grande, tem quatro quartos, duas salas amplas, cozinha também ampla e três banheiros, ou seja, não nos esbarramos. Um respeita o espaço do outro, na medida do possível. O mais difícil mesmo é a cozinha pequena, os hábitos de limpeza variam.
A vida aqui tem sido marcada por muitas descobertas, desafios e algo de paciência. Toda minha vida morei em duas cidades do interior, então, de repente, mudar para uma dimensão tão maior, é mesmo ter que encarar tudo de outra maneira. Todos vocês conhecem Feira tanto quanto eu, Comento algo sobre a Cidade do México. Trata-se do centro político e econômico do país e também da terceira metrópole mais populosa do mundo, estando logo depois de Tóquio e São Paulo (quanto a extensão, os dados são os mesmos para as três cidades). O Distrito Federal (onde estou) aporta a quinta parte do PIB Nacional do México. A área metropolitana da Ciudad de México ocupa o oitavo lugar das cidades mais ricas do mundo. Mas, não se deve comparar Feira com esta cidade, seria desleal. Teria de fato que compará-la com São Paulo, por exemplo. (só para dar uma dimensão, claro)
Então, para quem estava acostumada a dirigir seu próprio carro e chegar em quinze minutos ao trabalho, faculdade, restaurantes, amigos, tudo é muito novo. Ter sua própria casa, comida, enfim, tudo diferente.
No entanto, quis esta nova experiência e estou curtindo tudo. Claro, me adaptando aos poucos. A moeda deles, peso mexicano, tem uma cotação bem diferente da nossa. Então, ainda estranho muito. Um peso vale algo como 0,16 de real. Comprei uma calculadora pequenina e sigo convertendo tudo, para entender melhor. Por outro lado, o custo de vida pode ser alto em algumas situações - é preciso observar com cuidado tudo.
A primeira semana foi dedicada aos trâmites legais. Secretaria de Relaciones Exteriores, Consulado do Brasil no México, Setor de Migração, Universidade, matrícula, apresentação de documentos, preencher e assinar um monte de papéis.
Pelo que vi até o momento, apesar de algumas semelhanças com o Brasil, o sistema de transporte deles é melhor do que o nosso (pela minha parca experiência), estaria mais bem distribuído e barato. O bilhete do metrô custa R$ 0,32 e percorre praticamente a cidade toda - claro, algumas vezes é preciso trocar de uma linha para outra e pagar de novo, mas é bem barato. Eles têm um metrobus que também é muito bom, com baixo custo - R$ 0,80. Vai a vários pontos por um preço barato. Eu estou vivendo numa zona da cidade boa, perto de coisas interessantes, ou seja, bem localizada, mas é distante da Universidad Iberoamericana, onde estudo. A universidade fica numa zona mais cara, chamada Santa Fé. E para chegar lá, pego duas conduções. É preciso sair de casa uma hora e meia mais cedo.
Mas, é preciso encarar. Semana passada, começamos as aulas. Minhas primeiras disciplinas são Comunicación Interactiva, Estrategia Competitiva de la Tecnologia de la Información, Globalización y Sociedad del Conocimiento, Medios, Receptores y Audiencias, e, por fin, Metodología Cualitativa en Comunicación. Todos os professores são doutores e exigem muito. Por enquanto, tive três aulas e já tenho um monte de textos para ler e dois trabalhos - assim é a vida!
Fiquei impressionada com a dimensão da Universidad Iberoamericana. Nos receberam muito bem como alunos estrangeiros. Parece que tem muito boas condições - tudo é informatizado, a biblioteca mede 6.400 metros quadrados, nunca vi tantos livros juntos em toda minha vida. Tem computadores conectados à Internet para todos os lados, para os estudantes. Também na universidade, podemos fazer atividade física ou dança sem pagar nada. Está cheia de gringos e europeus que vieram por intercâmbio, sem falar nos próprios mexicanos. O lado ruim é que vamos ter muitas aulas à noite, alguns dias até as 22 horas, e a universidade está há uma hora e meia da casa em que moramos. Mas, a zona em que está localizada, chamada Santa Fé, é caríssima, é um lugar para escritórios de luxo. Fica ao lado da IBM, General Eletric, HP (impressoras) e muitas outras empresas. Estamos tentando ir morar mais perto, vamos avaliar se não será mais caro.
Bom, vamos nos adaptando como pode ser, claro!
Olha, os donos da casa em que estamos, Carlos e Geni, são bem simpáticos e solícitos, ajudam muito. Outro dia nos levaram para dar uma volta pela cidade, conhecendo alguns pontos. Mas, ainda não saímos para passear... primeiro, tinha os trâmites legais e burocracia, logo, as aulas... acho que passear mesmo só nas férias...
Bem, queridos e queridas, este é um breve relato. Vou tentando contar novidades quando tiver tempo. Por favor, sintam-se abraçados de verdade. E cuidem-se! Quando voltar quero vê-los muito bem.
Beijo com carinho,
Lineia Fernandes
Queridos amigos e amigas queridas,
Que saudade já sinto de vocês, da minha cidade, das comidinhas gostosas nossas, do calor humano, dos beijos e abraços que trocamos quando encontramos os amigos, da vida mais pacata numa cidade como a nossa.
Mas, como sabem, decidi partir por um tempo em busca de novas descobertas e desafios e assim é a vida. Às vezes, é muito importante olhar o mundo por outro prisma.
Como sempre, quero compartilhar um pouco do que tem sido essa experiência, com vocês, meus amigos e companheiros. Obrigada a todos e todas pelas mensagens de carinho e afeto. Chorei muito ao sair do meu país querido, especialmente, porque senti como tenho tantos e maravilhosos amigos e amigas. Nunca vou poder esquecer.
Cheguei à Cidade do México exatamente às 8 da manhã do dia 1º de agosto, depois de mais de 24 horas de viagem, contando o horário que saí de Feira com umas 3 horas de antecedência para pegar o primeiro avião às 11h40 e contando as duas escalas que precisei fazer. Foram 24 horas com três trocas de temperatura - Salvador, São Paulo, Santiago e logo Cidade do México. Mas, cheguei bem, apesar do cansaço. No aeroporto, me esperava o Sr. Carlos, dono da casa em que resido com outros estudantes este primeiro mês do período em que vou estar aqui. Aqui vivemos uma brasileira, uma chilena muito gente boa (com quem divido o quarto), uma canadense bem simpática, um americano, um francês e uma coreana. A casa é grande, tem quatro quartos, duas salas amplas, cozinha também ampla e três banheiros, ou seja, não nos esbarramos. Um respeita o espaço do outro, na medida do possível. O mais difícil mesmo é a cozinha pequena, os hábitos de limpeza variam.
A vida aqui tem sido marcada por muitas descobertas, desafios e algo de paciência. Toda minha vida morei em duas cidades do interior, então, de repente, mudar para uma dimensão tão maior, é mesmo ter que encarar tudo de outra maneira. Todos vocês conhecem Feira tanto quanto eu, Comento algo sobre a Cidade do México. Trata-se do centro político e econômico do país e também da terceira metrópole mais populosa do mundo, estando logo depois de Tóquio e São Paulo (quanto a extensão, os dados são os mesmos para as três cidades). O Distrito Federal (onde estou) aporta a quinta parte do PIB Nacional do México. A área metropolitana da Ciudad de México ocupa o oitavo lugar das cidades mais ricas do mundo. Mas, não se deve comparar Feira com esta cidade, seria desleal. Teria de fato que compará-la com São Paulo, por exemplo. (só para dar uma dimensão, claro)
Então, para quem estava acostumada a dirigir seu próprio carro e chegar em quinze minutos ao trabalho, faculdade, restaurantes, amigos, tudo é muito novo. Ter sua própria casa, comida, enfim, tudo diferente.
No entanto, quis esta nova experiência e estou curtindo tudo. Claro, me adaptando aos poucos. A moeda deles, peso mexicano, tem uma cotação bem diferente da nossa. Então, ainda estranho muito. Um peso vale algo como 0,16 de real. Comprei uma calculadora pequenina e sigo convertendo tudo, para entender melhor. Por outro lado, o custo de vida pode ser alto em algumas situações - é preciso observar com cuidado tudo.
A primeira semana foi dedicada aos trâmites legais. Secretaria de Relaciones Exteriores, Consulado do Brasil no México, Setor de Migração, Universidade, matrícula, apresentação de documentos, preencher e assinar um monte de papéis.
Pelo que vi até o momento, apesar de algumas semelhanças com o Brasil, o sistema de transporte deles é melhor do que o nosso (pela minha parca experiência), estaria mais bem distribuído e barato. O bilhete do metrô custa R$ 0,32 e percorre praticamente a cidade toda - claro, algumas vezes é preciso trocar de uma linha para outra e pagar de novo, mas é bem barato. Eles têm um metrobus que também é muito bom, com baixo custo - R$ 0,80. Vai a vários pontos por um preço barato. Eu estou vivendo numa zona da cidade boa, perto de coisas interessantes, ou seja, bem localizada, mas é distante da Universidad Iberoamericana, onde estudo. A universidade fica numa zona mais cara, chamada Santa Fé. E para chegar lá, pego duas conduções. É preciso sair de casa uma hora e meia mais cedo.
Mas, é preciso encarar. Semana passada, começamos as aulas. Minhas primeiras disciplinas são Comunicación Interactiva, Estrategia Competitiva de la Tecnologia de la Información, Globalización y Sociedad del Conocimiento, Medios, Receptores y Audiencias, e, por fin, Metodología Cualitativa en Comunicación. Todos os professores são doutores e exigem muito. Por enquanto, tive três aulas e já tenho um monte de textos para ler e dois trabalhos - assim é a vida!
Fiquei impressionada com a dimensão da Universidad Iberoamericana. Nos receberam muito bem como alunos estrangeiros. Parece que tem muito boas condições - tudo é informatizado, a biblioteca mede 6.400 metros quadrados, nunca vi tantos livros juntos em toda minha vida. Tem computadores conectados à Internet para todos os lados, para os estudantes. Também na universidade, podemos fazer atividade física ou dança sem pagar nada. Está cheia de gringos e europeus que vieram por intercâmbio, sem falar nos próprios mexicanos. O lado ruim é que vamos ter muitas aulas à noite, alguns dias até as 22 horas, e a universidade está há uma hora e meia da casa em que moramos. Mas, a zona em que está localizada, chamada Santa Fé, é caríssima, é um lugar para escritórios de luxo. Fica ao lado da IBM, General Eletric, HP (impressoras) e muitas outras empresas. Estamos tentando ir morar mais perto, vamos avaliar se não será mais caro.
Bom, vamos nos adaptando como pode ser, claro!
Olha, os donos da casa em que estamos, Carlos e Geni, são bem simpáticos e solícitos, ajudam muito. Outro dia nos levaram para dar uma volta pela cidade, conhecendo alguns pontos. Mas, ainda não saímos para passear... primeiro, tinha os trâmites legais e burocracia, logo, as aulas... acho que passear mesmo só nas férias...
Bem, queridos e queridas, este é um breve relato. Vou tentando contar novidades quando tiver tempo. Por favor, sintam-se abraçados de verdade. E cuidem-se! Quando voltar quero vê-los muito bem.
Beijo com carinho,
Lineia Fernandes
3 comentários:
TENHO ORGULHO DE NOSSA AMIGA
UMA MARIA QUITÉRIA DO SECULO XXI
Muita sorte prá ela! Que tenha muita força,quando acontecer "aquela" saudadezinha de casa,porque vai acontecer,com certeza.Sucesso,Linéia.Mariana
Li querida, tenho certeza que todo o sacrifício de ficar longe de todos que a amam, vai valer a pena!!! Voce voltará com mais bagagem e terá muito mais sucesso. Tenho certeza disso!
Fique com Deus e muitosss beijos para vc.
Da amiga Lilia Campos
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