Por Percival Puggina, em 4 de agosto, no site "Mídia Sem Máscara" (midiasemmascara.org):
Periodicamente, o Datafolha realiza investigação sobre o pensamento político do brasileiro. A última pesquisa foi realizada há exatos dois anos. Para expressar sua posição no arco ideológico, o eleitor é posto diante de um gráfico com sete possibilidades, sendo que as posições 1,2 e 3 correspondem à esquerda, as posições 5, 6 e 7 à direita e a posição 4 ao centro. Resultado? Quarenta e sete por cento se colocam na direita, 23% no centro e 30% na esquerda. Surpreso, leitor? Pois saiba que a juventude não deixa por muito menos. O Datafolha acaba de divulgar pesquisa realizada nesse específico segmento, com o seguinte resultado: 37% à direita, 28% à esquerda e 23% no centro. Os dados ainda estão no site do instituto.
Mas se é assim, por que a imensa maioria dos políticos gosta de se exibir com discurso de esquerda? “Ah! - responderão eles - é que a cabeça da sociedade, o senso comum das pessoas é progressista. Se você fizer perguntas objetivas, sobre temas concretos, verá que a maioria tem conceitos de esquerda”. Pois saiba, leitor, que isso é totalmente falso, como mostra a matéria daquele jornal paulista publicada em 13 de agosto de 2006. Textualmente. “Apesar de menos da metade se definir como de direita, é esmagadora a maioria que adota posições geralmente associadas ao conservadorismo, como a condenação ao aborto, às drogas e a defesa de medidas mais duras de combate ao crime. A pesquisa mostra que são contra a descriminalização da maconha 79%. Do aborto, 63%. Outros 84% defendem a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos e 51% querem a instituição da pena de morte”.
Mas se é assim, por que a imensa maioria dos políticos gosta de se exibir com discurso de esquerda? “Ah! - responderão eles - é que a cabeça da sociedade, o senso comum das pessoas é progressista. Se você fizer perguntas objetivas, sobre temas concretos, verá que a maioria tem conceitos de esquerda”. Pois saiba, leitor, que isso é totalmente falso, como mostra a matéria daquele jornal paulista publicada em 13 de agosto de 2006. Textualmente. “Apesar de menos da metade se definir como de direita, é esmagadora a maioria que adota posições geralmente associadas ao conservadorismo, como a condenação ao aborto, às drogas e a defesa de medidas mais duras de combate ao crime. A pesquisa mostra que são contra a descriminalização da maconha 79%. Do aborto, 63%. Outros 84% defendem a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos e 51% querem a instituição da pena de morte”.
Na pesquisa, recentíssima, feita entre jovens, sobre temas objetivos, fica ainda mais evidente a posição conservadora. No conjunto dos pesquisados, os valores mais apreciados estão radicados na família e na religião. E os objetivos majoritários estão postos no estudo, no trabalho e na aquisição de bens. A imensa maioria é contra a descriminalização das drogas. E acrescento eu: embora a pesquisa não indague sobre posições a respeito do direito de propriedade, invasões de terra, greve no setor público e por aí afora, tenho certeza de que as convicções dominantes estariam diametralmente opostas àquelas assumidas pela esquerda.Ora, com um eleitorado majoritariamente de direita e com perfil ainda mais acentuadamente conservador, como entender o tom monocórdio do atual discurso político? Aí é preciso ler Antônio Gramsci e compreender o modo através do qual se alcança a hegemonia fazendo as cabeças dos fazedores de cabeça. Isso vai evidenciar que estamos sob a ditadura do “politicamente correto”, imposta pela mídia, pela maior parte do clero católico, pelo ambiente universitário e pelo sistema de ensino em geral. É admirável a resistência e o discernimento revelados pela sociedade brasileira em suas convicções doutrinárias e ideológicas quando submetida a tamanha dominação cultural! Dias atrás, numa reunião com amigos, conversávamos sobre estes assuntos e eu indaguei: “Se nós, que somos leigos, fôssemos criar uma escola, admitiríamos no corpo docente professores ateus, comunistas, favoráveis ao aborto, materialistas, anticlericais ou inimigos declarados da Igreja?”. A resposta de todos foi a mais óbvia possível. “Não!”. Como admitir, então, que tradicionais ordens religiosas, fundadas para ensinar segundo os valores do cristianismo, implantem universidades e redes de escolas de vários níveis e graus onde vale tudo, inclusive ridicularizar a própria instituição e as crenças que alega esposar? Veja leitor, o que fizeram conosco! Nós, conservadores, que no mundo inteiro respondemos pelos valores que conduzem ao progresso e ao Bem, nos deixamos submeter e conduzir pelos tais “progressistas” de araque, sabotadores do templo e seus fazedores-de-cabeça. Em número cada vez maior lhes concedemos posições de comando nas instâncias do Poder Judiciário, na mídia e na política nacional.
O autor é arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública.
O autor é arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública.
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