O engenheiro civil e hidrólogo Manoel Bonfim Ribeiro, ex-diretor do Dnocs e da Codevasf e ex-consultor da Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério de Meio Ambiente, palestrou na terça-feira, 29, na reunião almoço do Rotary Club de Feira de Santana.
Com conhecimento de causa, ele criticou a transposição do Rio São Francisco - obra do Governo Federal orçada em R$ 4,5 bilhões, que consiste no desvio das águas do São Francisco por 720 quilômetros de canais de concreto abertos na caatinga. Para Manoel Bonfim Ribeiro, a obra "é um grande equívoco, é desprovida de significado". Ele salientou que "não vou conseguir paralisar a obra, mas deixo para a posteridade que nem todo mundo era louco".
Até 2007, como contou, existiam 23 grandes obras hídricas paralisadas no semi-árido nordestino. "Este ano mais quatro empreendimentos foram abandonados pelo Governo Federal nas ribeiras do São Francisco, equipamentos expostos ao tempo e à sanha de malfeitores. Seriam mais de 200 mil hectares irrigados produzindo alimentos e que iriam gerar mais de um milhão de empregos, parte das metas do presidente Lula”, revelou Ribeiro.
Seu livro, recentemente publicado, "A Potencialidade do Semi-Árido Brasileiro", que foi lançado na oportunidade, detalha os caminhos das águas que irão ser transportadas pelos canais. Deverão ser despejadas em oito açudes que já detêm 13 bilhões de metros cúbicos de água nos seus bojos.
Com as palavras do eminente especialista o claro entendimento sobre a questão da água no Nordeste. O problema do semi-árido não é de escassez de água, mas de falta de conclusão de obras. Enfim, um problema de distribuição.
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