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Feira de Santana: "onde eram
vendidas, semanalmente, de duas a três mil cabeças de gado"
Mais uma preciosa garimpagem de Carlos Brito, do Núcleo de Preservação da Memória Feirense Rollie E. Poppino, proporciona o resgate de imagens de Feira de Santana em 1925, há 94 anos. Provavelmente, as primeiras imagens em movimento que registram aspectos desta cidade.
Trata-se
de registro de Cornélio Pires (Foto) em uma de suas viagens pelo Brasil, de São Paulo
a Pernambuco. Na Bahia, ele visita e documenta em filme Salvador, Cachoeira e
São Félix (Zona do Fumo) e Feira de Sant'Anna (Zona do Gado).
Em
1925, o cinema ainda era silencioso e o filme não tem som. Em pouco mais de
dois minutos, as primeiras imagens de Feira de Santana.
Com
letreiros explicativos, característica de quando o cinema ainda não era sonoro,
a apresentação de Feira como integrante da zona do gado, "onde eram
vendidas, semanalmente, de duas a três mil cabeças de gado"; encontro das
primeiras boiadas, com ele, "navegando num fordéco (como era chamado
automóvel da Ford), fomos à ponte Rio Branco"; Cornélio aparece
cumprimentando "um dos famosos vaqueiros do Norte" (na época não
existia Nordeste); por fim "aspectos da feira" (feira do gado, na
praça onde é hoje a D. Pedro II, a do Nordestino). Cornélio Pires encerra sua
visita a Feira montado numa animália (com o letreiro "Quem manda o pequeno
ser burro?".
Assim,
boiadeiro conduzindo manada. Feira do gado e exibição de vaqueiro laçando
um boi.
Na
viagem de São Paulo a Pernambuco, que passou pela Bahia, Cornélio Pires
conheceu os costumes e as riquezas de uma parte do Brasil. Ele não procurou
filmar belezas de praças e jardins, riquezas de palacetes ou aspectos da alta
sociedade. Fez questão de só filmar aspectos típicos, como o trabalho de
vaqueiros. Em suma, coisas pitorescas de cada lugar visitado.
O
Instituo Cultural Cornélio Pires foi quem viabilizou de forma moderna e
digital, com o auxílio das novas tecnologias, para as novas gerações, filmes
raríssimos de Cornélio Pires, como "Brasil Pitoresco". Os filmes são
raros e até o momento únicos, fazem parte do acervo da instituição, em
Tietê-SP. Antes do processo de digitalização as fitas foram limpas e
recuperadas em nitrato, o que revitaliza a película, preservando-a devidamente
pelas próximas décadas.
O
filme, de domínio público, está veiculado no You Tube pela Cinemateca Popular
Brasileira.
Cornélio Pires (13.08.1884-17.01.1958), paulista de Tietê, era jornalista, escritor, poeta, folclorista, empresário e ativista cultural. Foi importante etnógrafo da cultura caipira.
P.S.: O documentário vai ser postado no Memorial da Feira -
Cornélio Pires (13.08.1884-17.01.1958), paulista de Tietê, era jornalista, escritor, poeta, folclorista, empresário e ativista cultural. Foi importante etnógrafo da cultura caipira.
P.S.: O documentário vai ser postado no Memorial da Feira -
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