Por Miguel Lucena
Eu presenciei a violência contra
Marina Silva em 2014. Gente que se dizia leve, amiga dos amigos dela,
defensores dos direitos humanos, democratas e progressistas, de repente se
transformou em seres alucinados e violentos, desferindo ataques sem pensar,
reproduzindo o que era repassado pela máquina de moer reputações.
- Guerra é guerra! - justificou-se
um deles, ao ser por mim questionado.
Reviraram a vida de Marina, do
marido dela, buscaram defeitos onde não havia, mentiram e injuriaram, porque os
fins justificavam os meios.
- Feio é perder - emendou o teórico
da baixaria.
Eles fazem isso com a certeza de que
é quase impossível alguém da esquerda sair dela, escapar do laço do
passarinheiro. Marina que o diga, ao declarar apoio crítico aos seus algozes.
Vingativos e donos da razão, eles
posam de bonzinhos agora para dar o troco depois de segunda-feira, caso
obtenham êxito nas urnas, que Deus nos livre e guarde! Estão com a faca entre
os dentes para furar a barriga dos "inimigos do povo".
Acusam os adversários de fascistas,
mas agem como os sindicalistas de Mussolini ao fraudar eleições sindicais,
desaparecendo com urnas no meio da noite. Mentem e roubam, sob uma capa de
honestidade, rasgada após as investigações da Lavajato. Desmascarados, adotaram
o lema de que todos são corruptos. A diferença é que eles roubam em nome do povo.
Como sempre fizeram, matando, massacrando e exterminando o povo em nome do
próprio.
Não se iludam: eles são os fascistas
de esquerda.
Miguel Lucena é delegado
de Polícia Civil do DF, jornalista e escritor
Fonte: https://diariodopoder.com.br
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