Por Ricardo Bordin
A tônica da
cerimônia de premiação dos melhores da música no ano, o Grammy,
realizada domingo passado em Los Angeles, foi, a exemplo do que já ocorrera na
entrega do Globo de Ouro recentemente, o combate ao assédio sexual perpetrado
contra mulheres - mais ou menos como se Collor resolvesse nos passar um sermão
contra a corrupção.
O "teste do sofá", afinal de contas,
sempre foi sabidamente uma prática corriqueira no meio artístico, solenemente
tolerada durante décadas por aqueles expoentes da mídia que de tudo sabiam e
poderiam, se assim quisessem, ter denunciado e revertido o quadro (como Oprah
Winfrey e Meryl Streep, amigonas do peito do tarado produtor Harvey Weinstein).
Sim, poderiam estas figuras proeminentes ter
evitando o sofrimento de inúmeras vítimas, mas preferiram quedar-se caladas e
seguir gozando de seus privilégios (para somente agora, depois de tudo vindo à
tona, fingirem afetação e lucrarem chorando no púlpito).
Tudo foi temperado, claro, com uma generosa dose de ódio ao presidente
Donald Trump, expressado das mais variadas e criativas formas (não que isto
tenha sido bom para os negócios, visto que a audiência caiu 21% em relação ao
ano anterior).
É claro que este evento não foi um ato isolado: ele está inserido em uma
onda de acusações de sexual misconduct que vem tomando conta
das capas de jornais na América. E a patrulha politicamente correta, como não
poderia deixar de ser, já está fazendo de tudo para capitalizar em cima da dor
alheia.
Nesta empreitada para amealhar poder, quanto mais melhor: já há casos de
carreiras profissionais destruídas do dia para a noite por conta de revelações
de abusos sexuais que teriam ocorrido há mais de trinta anos e muitas outras
histórias de suposto machismo mal explicadas.
É o mesmo roteiro que observamos desenrolar-se sempre que a esquerda
resolve cooptar determinado segmento da sociedade como massa de manobra:
queremos opor negros a brancos? Então qualquer traço de desigualdade será
apontada como "racismo estrutural" a partir de agora, a fim de inflar o coro dos
descontentes - prováveis eleitores, no caso; queremos opor homossexuais a
heterossexuais? Então agora qualquer piadinha será vista como "homofobia"; e
por aí vai o processo de dividir para conquistar.
Ou seja, aniquilar o senso de proporção das coisas é o primeiro passo
desta estratégia de dominação, e não poderia ser diferente no caso do assédio
sexual: se aqueles que se denominam "progressistas" querem chamar para si a
defesa de um determinado grupo (e dele ganhar a simpatia e o apoio), quando
mais elástico for o critério para fazer parte deste grupo, melhor para eles.
Neste cenário, qualquer elogio, assobio, piscada ou até mesmo olhar pode virar
atitude condenável típica do patriarcalismo.
O problema é que quando tudo é estupro, nada é estupro. O conceito resta
banalizado de tal forma que sequer logra chamar mais a atenção do público em
geral - exatamente como já ocorre com o racismo e a homofobia.
Há uma consequência não intencional deste movimento (conhecido na América
como #MeToo), porém, que muito em breve se fará sentir no mercado
de trabalho, e que consiste em (mais um) tiro no pé das mulheres disparado pelo
movimento feminista: muitas empresas podem deixar de contratar empregadas por
receio de processos por assédio sexual, como declarou o diretor de cinema Steven Soderbergh em
entrevista recente.
Que dúvida que isso iria acontecer: já parou para pensar no tamanho da
insegurança jurídica para um empregador se aceitarmos automaticamente como
verdadeira qualquer acusação feita por ex-empregadas décadas depois - podendo
resultar na ruína de seu empreendimento? Nem mesmo a Justiça do Trabalho
representa risco tão grande, visto que o trabalhador tem até dois anos para
acionar o Judiciário depois da rescisão contratual.
Existe, todavia, uma saída mais ou menos definitiva para este estado de
coisas, mas ela não interessa muito àqueles tomados pela mentalidade
anticapitalista: uma pessoa somente se submete a constrangimentos das mais
diversas naturezas e a condições degradantes no ambiente de trabalho se não
tiver outra opção para prover seu sustento.
Tipo assim: o que impede que a empregada que não aguenta mais o
supervisor que a convida todo dia para ir ao motel simplesmente peça demissão e
procure outro emprego? Simples: a incerteza diante da possibilidade de ficar
desempregada.
A solução duradoura deste conflito, portanto, passa por estimular o
empreendedorismo no país, especialmente cortando burocracias que travam
investimentos e reduzindo impostos. Mais liberdade econômica implica em
economia aquecida, que redunda em mais empregos, os quais consistem em mais
oportunidades e opções de trabalho.
E é exatamente o que está começando a acontecer nos Estados Unidos sob a administração Trump: o desemprego da parcela feminina da população está no menor nível registrado
nos últimos dezessete anos (a da parcela negra está no menor nível de todos os
tempos).
Quer dizer, Trump está criando as condições econômicas necessárias para
que mulheres, negros, gays, enfim, qualquer indivíduo que se sinta ofendido por
seus colegas ou chefes possa conquistar sua alforria sem depender do governo,
bastando partir para uma alternativa - e elas tanto existirão em bom número
quanto mais o Estado eliminar barreiras ao setor privado.
A ironia das ironias: os apaniguados dos políticos Democratas, que tanto
querem estrangular a iniciativa privada com dirigismo estatal e tributos
escorchantes, vestindo preto em uma refinada festa, regada a muito luxo, para
protestar pelas mulheres abusadas, sendo que as medidas governamentais que
defendem só fazem expor essas mesmas mulheres ao primeiro emprego que
milagrosamente lhes aparecer no horizonte - e daí aguente o que vier pela frente
(na melhor das hipóteses) durante o expediente; ou isso, ou rua!
As protagonistas do #MeToo recentemente foram
criticadas por artistas e intelectuais francesas. Essas alegaram, em seu
manifesto, que aquelas deturparam por completo o movimento feminista de
primeira onda. E não poderiam estar mais corretas: essas lutaram, em meados do
século passado, pelo direito de trabalhar, dirigir e ter mais liberdade;
aquelas só conseguem fazer as mulheres pagarem mais para entrar na balada,
serem preteridas na entrevista de emprego e ficarem solteiras e depressivas por
enxergarem nos homens inimigos mortais.
Encerro com as palavras de Cris Corrêa, que não conheço mas já admiro:
Publicado em https://medium.com/@rickbordan/
Fonte: "Mídia Sem Máscara"
O "teste do sofá", afinal de contas, sempre foi sabidamente uma prática corriqueira no meio artístico, solenemente tolerada durante décadas por aqueles expoentes da mídia que de tudo sabiam e poderiam, se assim quisessem, ter denunciado e revertido o quadro (como Oprah Winfrey e Meryl Streep, amigonas do peito do tarado produtor Harvey Weinstein).
Sim, poderiam estas figuras proeminentes ter evitando o sofrimento de inúmeras vítimas, mas preferiram quedar-se caladas e seguir gozando de seus privilégios (para somente agora, depois de tudo vindo à tona, fingirem afetação e lucrarem chorando no púlpito).
Tudo foi temperado, claro, com uma generosa dose de ódio ao presidente Donald Trump, expressado das mais variadas e criativas formas (não que isto tenha sido bom para os negócios, visto que a audiência caiu 21% em relação ao ano anterior).
É claro que este evento não foi um ato isolado: ele está inserido em uma onda de acusações de sexual misconduct que vem tomando conta das capas de jornais na América. E a patrulha politicamente correta, como não poderia deixar de ser, já está fazendo de tudo para capitalizar em cima da dor alheia.
Nesta empreitada para amealhar poder, quanto mais melhor: já há casos de carreiras profissionais destruídas do dia para a noite por conta de revelações de abusos sexuais que teriam ocorrido há mais de trinta anos e muitas outras histórias de suposto machismo mal explicadas.
É o mesmo roteiro que observamos desenrolar-se sempre que a esquerda resolve cooptar determinado segmento da sociedade como massa de manobra: queremos opor negros a brancos? Então qualquer traço de desigualdade será apontada como "racismo estrutural" a partir de agora, a fim de inflar o coro dos descontentes - prováveis eleitores, no caso; queremos opor homossexuais a heterossexuais? Então agora qualquer piadinha será vista como "homofobia"; e por aí vai o processo de dividir para conquistar.
Ou seja, aniquilar o senso de proporção das coisas é o primeiro passo desta estratégia de dominação, e não poderia ser diferente no caso do assédio sexual: se aqueles que se denominam "progressistas" querem chamar para si a defesa de um determinado grupo (e dele ganhar a simpatia e o apoio), quando mais elástico for o critério para fazer parte deste grupo, melhor para eles. Neste cenário, qualquer elogio, assobio, piscada ou até mesmo olhar pode virar atitude condenável típica do patriarcalismo.
O problema é que quando tudo é estupro, nada é estupro. O conceito resta banalizado de tal forma que sequer logra chamar mais a atenção do público em geral - exatamente como já ocorre com o racismo e a homofobia.
Há uma consequência não intencional deste movimento (conhecido na América como #MeToo), porém, que muito em breve se fará sentir no mercado de trabalho, e que consiste em (mais um) tiro no pé das mulheres disparado pelo movimento feminista: muitas empresas podem deixar de contratar empregadas por receio de processos por assédio sexual, como declarou o diretor de cinema Steven Soderbergh em entrevista recente.
Que dúvida que isso iria acontecer: já parou para pensar no tamanho da insegurança jurídica para um empregador se aceitarmos automaticamente como verdadeira qualquer acusação feita por ex-empregadas décadas depois - podendo resultar na ruína de seu empreendimento? Nem mesmo a Justiça do Trabalho representa risco tão grande, visto que o trabalhador tem até dois anos para acionar o Judiciário depois da rescisão contratual.
Existe, todavia, uma saída mais ou menos definitiva para este estado de coisas, mas ela não interessa muito àqueles tomados pela mentalidade anticapitalista: uma pessoa somente se submete a constrangimentos das mais diversas naturezas e a condições degradantes no ambiente de trabalho se não tiver outra opção para prover seu sustento.
Tipo assim: o que impede que a empregada que não aguenta mais o supervisor que a convida todo dia para ir ao motel simplesmente peça demissão e procure outro emprego? Simples: a incerteza diante da possibilidade de ficar desempregada.
A solução duradoura deste conflito, portanto, passa por estimular o empreendedorismo no país, especialmente cortando burocracias que travam investimentos e reduzindo impostos. Mais liberdade econômica implica em economia aquecida, que redunda em mais empregos, os quais consistem em mais oportunidades e opções de trabalho.
E é exatamente o que está começando a acontecer nos Estados Unidos sob a administração Trump: o desemprego da parcela feminina da população está no menor nível registrado nos últimos dezessete anos (a da parcela negra está no menor nível de todos os tempos).
Quer dizer, Trump está criando as condições econômicas necessárias para que mulheres, negros, gays, enfim, qualquer indivíduo que se sinta ofendido por seus colegas ou chefes possa conquistar sua alforria sem depender do governo, bastando partir para uma alternativa - e elas tanto existirão em bom número quanto mais o Estado eliminar barreiras ao setor privado.
A ironia das ironias: os apaniguados dos políticos Democratas, que tanto querem estrangular a iniciativa privada com dirigismo estatal e tributos escorchantes, vestindo preto em uma refinada festa, regada a muito luxo, para protestar pelas mulheres abusadas, sendo que as medidas governamentais que defendem só fazem expor essas mesmas mulheres ao primeiro emprego que milagrosamente lhes aparecer no horizonte - e daí aguente o que vier pela frente (na melhor das hipóteses) durante o expediente; ou isso, ou rua!
As protagonistas do #MeToo recentemente foram criticadas por artistas e intelectuais francesas. Essas alegaram, em seu manifesto, que aquelas deturparam por completo o movimento feminista de primeira onda. E não poderiam estar mais corretas: essas lutaram, em meados do século passado, pelo direito de trabalhar, dirigir e ter mais liberdade; aquelas só conseguem fazer as mulheres pagarem mais para entrar na balada, serem preteridas na entrevista de emprego e ficarem solteiras e depressivas por enxergarem nos homens inimigos mortais.
Encerro com as palavras de Cris Corrêa, que não conheço mas já admiro:
Nenhum comentário:
Postar um comentário