Por Reinaldo Azevedo
A presidente Dilma Rousseff, abraçada a seus dois
mandatos - o que ela já tem e o que ela ainda terá - vê a Petrobras virar pó e
não consegue sair do lugar. É impressionante! Parece estar em transe. A
situação não faz nada senão piorar, e a presidente que há e a que haverá se
estreitam num abraço insano. Os papéis preferenciais da estatal (PN, sem
direito a voto) caíram 9,20%, maior queda diária desde 27 de outubro deste ano,
para R$ 9,18 reais. Os ordinários (ON, com direito a voto) recuaram 9,94%, a R$
8,52, as menores cotações, respectivamente, desde 20 de julho de 2005 e 15 de
setembro de 2004. O desempenho da empresa jogou o Bovespa para baixo, frechando
em queda de 2,05%, aos 47.019 pontos.
A conjuntura internacional explica parte do
desastre? Explica. O preço do barril do petróleo não é nada estimulante para a
petroleira; a economia americana se recupera, o que provoca uma migração de
papeis dos países emergentes para os EUA, parte do movimento de aversão ao
risco etc. Assim, ainda que as ações da gigante brasileira estivessem nas
nuvens, é justo inferir que teriam caído um pouco - quem sabe tivessem
despencado.
O problema é que as ações já estavam no fundo do
poço em razão de fatores que nada têm a ver com a economia mundial. O que
conduziu a Petrobras à beira do colapso é a roubalheira. Juntam-se, assim,
fatores que não dependem de escolhas feitas pelo governo brasileiro com outros
que dependem, sim. Até quando Dilma pretende empurrar com a barriga a
necessária substituição de toda a diretoria da empresa? A governanta tem alguma
esperança de que Graça Foster, presidente da estatal, recupere a credibilidade?
De que modo?
A mais recente notícia escabrosa saída daquele
hospício de malfeitores informa que, ora vejam, a diretoria da estatal
subscreveu um contrato em branco com a empresa holandesa SBM Offshore para a
construção do navio-plataforma P-57. Isso aconteceu na sexta-feira, 1º de
janeiro de 2008. O contrato de construção da P-57 (nº 0801.0000032.07.2), que
chegou à CPMI da Petrobras, não contém “informação expressa sobre seu valor”,
relataram os técnicos, por escrito, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Só para lembrar: mesmo assim, o relator, Marco Maia (PT-RS), não viu nada de
errado.
Voltemos à Petrobras. Dilma está esperando o quê? A
inação já beira o crime de responsabilidade, conforme o expresso na Alínea 3 do
Artigo 9º da Lei 1.079: "Não tornar efetiva a responsabilidade dos seus
subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos
contrários à Constituição". A melhor maneira que Dilma tem de cobrar a
responsabilidade desses subordinados é demitindo-os.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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