"Adeus Saco do Limão".
Neste ano de 2014, ainda bem, não foi lembrado o bicentenário mais
dez anos de Lucas Evangelista (1804-1849). Feira de Santana não comemorou os 210
anos de nascimento de Lucas da Feira.
Nem os que defendem Lucas da Feira fizeram lobby para tal
finalidade. A data de seu nascimento é 18 de outubro, dia de São Lucas, daí o
seu nome em cima do calendário católico.
A maioria considera Lucas da Feira como um temível chefe de um
bando, terror de Feira de Santana e região durante 20 anos, um cangaceiro, um
bandido cruel, que não merece nem ser lembrado e sim ser esquecido para sempre.
Como conta a história, ele acabou condenado à forca.
Pelos seus feitos criminosos, Lucas tornou-se personagem da literatura,
até mitificado, como se fosse um Robin Hood sertanejo, que roubava dos ricos
para dar aos pobres. Por ser negro, também virou símbolo de luta contra a
escravidão.
Ele foi retratado em “Lucas, O Demônio Negro”, romance folclórico
de Sabino de Campos, em 1957, no “ACB de Lucas da Feira”, cordel de Souza
Velho, e em “Lucas, O Salteador”, de Virgílio Martins Reis e Artur Cerqueira
Lima.
A maior obra - inclusive em tamanho - das artes plásticas feirenses é "O Flagelo de Lucas" (Foto: Reprodução), tela pintada por Carlo Barbosa, que pertence ao Município e está emprestado - e relegado ao abandono - ao Museu Regional de Arte, do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca).
Outra data relacionada a Lucas da Feira é 26 de setembro. Nessa
data, há 165 anos (1849), ocorreu o seu enforcamento, no Campo do Gado (hoje,
praça D. Pedro II).
O bandido Lucas da Feira nunca foi retratado no cinema brasileiro,
que é tão afeito a personagens do cangaço e bem voltado para personagens
marginais e bandidos. O cineasta feirense Olney São Paulo até que tinha projeto
de fazer um filme sobre Lucas, mas morreu antes de concretizar o intento.
"Para findar o meu destino".
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