O volume de
consumidores inadimplentes no país recuou 1,17% no mês de
outubro, em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do indicador
mensal calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O indicador leva em
consideração mais de 150 milhões de consumidores, cadastrados em 1,2 milhão de
pontos de vendas espalhados por todo o Brasil.
Na avaliação de
Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL, a baixa observada em outubro
reflete maior cautela e disciplina do consumidor em relação aos compromissos
adquiridos no passado. Dados do SPC Brasil mostram que desde março a
inadimplência do consumidor brasileiro vem avançando mais moderadamente,
intercalando desacelerações com quedas.
"O atual momento
em que os juros estão mais caros, reflexo dos recentes aumentos da Selic [taxa
básica de juros], e em que a inflação alta diminui o poder de compra, faz com
que o consumidor dê mais valor ao dinheiro e tenha mais disciplina ao pagar as
prestações", explica Pellizzaro Junior.
Quando comparada
com setembro, a taxa de inadimplência, que mede o atraso de pagamentos
superiores a 90 dias, ficou praticamente estável e avançou 0,07%.
No acumulado dos dez primeiros meses de 2013, comparando com igual período do
ano passado - de janeiro a outubro de 2012 - a inclusão de novos consumidores
no cadastro de inadimplentes do SPC Brasil cresceu 3,56%.
A projeção dos
especialistas do SPC Brasil é de que a inadimplência continue em patamares
moderadores por conta da proximidade das festas de fim de ano, período em que
tradicionalmente há uma maior recuperação de crédito, e volte a crescer com
mais força no inicio de 2014.
Vendas a prazo
Vendas a prazo
Mesmo com o
encarecimento do crédito e com o consumidor mais cauteloso para tomar novos
financiamentos, as consultas ao banco de dados do SPC Brasil, que refletem o
nível de atividade no varejo para as compras parceladas, apresentaram crescimento
e fecharam o mês de outubro com alta de 4,11%, o melhor
resultado desde abril, quando as vendas a prazo haviam crescido +7,34%.
O crescimento
das vendas verificado em outubro interrompe a trajetória de crescimento
moderado e em desaceleração nos últimos meses. Os economistas do SPC Brasil
avaliam que dois fatores foram fundamentais para o comportamento das vendas
observado em outubro: as contratações temporárias de fim de ano, período em que
os lojistas se preparam para atender a demanda aquecida do Natal, ampliando o
quadro de funcionários. E o aumento do poder de compra com a injeção de capital
extra, ocasionada pelos dissídios salariais de algumas classes trabalhadoras e
pelo adiantamento no início do segundo semestre do 13º salário de aposentados e
pensionistas.
No entanto, Pellizzaro Junior pondera que em 2013, o varejo nacional não conta
com os mesmos fatores macroeconômicos que ajudaram a aquecer o setor nos anos
anteriores, como os altos índices de crescimento de empregabilidade, expansão
da renda real e a larga oferta de crédito mais barato.
Na comparação
com setembro, as vendas apresentaram uma variação positiva de 3,18%. Segundo especialistas do SPC Brasil, o
aumento no número de consultas na base de comparação mensal resulta do chamado "efeito calendário", influenciado, principalmente, pelo incremento nas vendas
no Dia das Crianças, que neste ano caiu em um sábado, dia da semana em que os
shoppings e lojas de rua registram melhor faturamento.
No acumulado do
ano - de janeiro a outubro de 2013, frente ao mesmo período em 2012 - as vendas
registraram crescimento de 4,39%. "Este resultado está próximo da
nossa projeção para 2013. O comércio varejista deve fechar o ano crescendo em
torno de 4,5%, já descontada a inflação. É menor do que o resultado apresentado
no ano passado e também inferior ao que prevíamos no começo do ano, mas o
suficiente para apresentar, mais uma vez, um desempenho bastante superior ao PIB
nacional", garante Pellizzaro.
Fonte: SPC Brasil
Enviado por Silvana Ferraz,da Assessoria de
Comunicação CDL
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