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sábado, 2 de março de 2013

"Estou com meda, muita meda"

Por Neil entregando a carteira Ferreira, publicado no Diário do Comércio da Associação Comercial de São Paulo
Antes-Scriptum: Minha admiração a Bento XVI pela decisão que tomou de tirar o peso do catolicismo das suas costas; descanse em paz enquanto estiver vivo.
"Ô mané, passa o carro, a cartera, o relógio e o celular!" Não sei se já falei, continuamos perdendo a guerra embora resistindo heroicamente. Sabem na prática a teoria do Livrinho Vermelho de Mao, afanada do Lao Tsé: "A Grande Marcha começa com o primeiro passo".
Deram o milionésimo primeiro passo, invadiram nosso jardim, pisaram nossas flores, chutaram nosso cachorro, aboletaram-se no sofá da nossa sala. Distribuem a nossa "renda" para os bolsos deles.
Conhecem as artes da guerra, alguém leu Sun Tzu pra eles. São peritos na estratégia desenvolvida pelo Engenheiro Brizola, a de "Esse angu come-se pelas beiradas", somada à tática da guerra de desgaste, bate-e-corre mata-e-foge, inspirada no general romano que venceu os elefantes de Anibal . Praticam a guerrilha leve e veloz, que nos mantém em estado de sítio e medo permanentes.
O delinquente dimenor que assassinou um adolescente na Bolívia com o disparo de um sinalizador, matou-e-fugiu. A mídia passa-lhe a mão na cabeça, chama-o de "menino" e "garoto", um bitelão que se aparecer na minha frente fujo a 200 por hora.
A "Guerra Relâmpago" dos nazistas era papo furado, levou quase quatro horas inteiras para tomar a Polônia e a eternidade de um mês para derrotar a França e ocupar Paris.
Na velocidade em que nem percebemos os relâmpagos, fomos cercados, ocupados, capitulamos. Pagamos pedágio pra circular em algumas regiões; em outras, obedecemos bovinamente ao toque de recolher.
Não dá pra ir à padaria da esquina sem correr o risco de ter seu pão expropriado, ao primeiro pé que coloca na calçada. Pode ser fome, você tem dó e se conforma; pode não ser, aí morre-se de susto e medo.
Você se apavora com o maninho que vem na sua direção, armado com aquela garrafa com água imunda para "limpar" o vidro do seu carro. Você acha que ele quer é te limpar. (Quer).
Até o meu bairro em São Paulo, a Granja Viana, com fama de sossegado, virou alvo de ataques, primeiro os da Infantaria deles. Infantaria porque são a vanguarda; Infantaria porque são infantes mesmo, são dimenor.
Vi a polícia prender dois moleques que roubavam uma moto. Apanhados, não apanharam mas um atirou-se ao chão gritando "Sô dimenor para di mi batê".
Ninguém estava "mi bateno" nele. Mas alguém já tinha lhe ensinado o ato a ser interpretado, numa atuação digna de um Daniel Day-Lewis.
As caixas eletrônicas do Itaú e do Bradesco, no centrinho da Granja, foram explodidas duas vezes cada; os bancos largaram mão desse serviço. Um supermercado sofreu uma ação violenta no estacionamento, com sequestro relâmpago de um dos clientes.
Minha filha sofreu um desses sequestros que de relâmpago não teve nada; na cabecinha dela durou horas, dias, semanas, meses, anos a fio, não acabava nunca. Graças a Deus, Jeovah e Alah U Akbar, de plantão naquele momento crucial, escapou viva e ilesa.
Não foi em nenhuma dessas periferias que a classe média só vê em reportagens da Globo, quando tem enchente, desabamento, incêndio, crime hediondo ou chacina. Foi no bairro de Pinheiros, repleto de lojas e restaurantes de alta classe. O porta-malas do seu Golzinho foi estourado no estacionamento da USP.
No front da Paulista, da praça Oswaldo Cruz à Brigadeiro; da Brigadeiro ao Trianon em frente ao Masp; do Conjunto Nacional à Consolação, não tem escapatória - você já foi, será ou está sendo assaltado.
Dá a impressão de que São Paulo é o pior lugar do mundo para se viver, não é; e que há mais violência do que na Síria, não há.
Há menos mortes violentas por cem mil habitantes do que em qualquer outro Estado do "país dos mais de 80%". Ninguém quer negar que haja violência nem sua escalada. Mas a segurança, ainda que precária, é mais segura do que em todos os outros Estados. Mesmo assim, não aceitamos a que temos; tememos e cobramos.
Vivemos sob o signo do "pelo menos"; se "pelo menos" você chega vivo em casa, ainda que agnóstico, faz uma prece ao Deus de serviço.
Já quase esquecemos de que uma agência do Itaú foi assaltada, numa ação cinematográfica, jamais deslindada. Cem cofres particulares foram arrombados. A VEJA falou que só em jóias levaram Cem Milhões de Pilas, sem contar os dólares capturados na maior moleza.
Adesivos como "Fui assaltado na Brasil com Rebouças" ou "Fui assaltado no Morumbi" ou "Fui pego num arrastão na Vila Madalena", seriam sucessos de vendas.
Não quero tapar o sol com a peneira, fingindo que não há o que há. Mas, "pelo menos" estamos vivos. (Ainda).
Poste-Scriptum: Não dava pra me calar ao ver a grosseria com que Lula se dirigiu a FHC.
Seus áulicos e puxa-sacos deveriam ensinar a ele que ignorância dá enfarte e se somada à inveja e à cafajestagem, é fulminante.
Agora, fui também ignorante e cafajeste, mas não tanto quanto queria e poderia.
Por que no te calas, Lula !

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