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sábado, 23 de março de 2013

Quando o sonho da casa própria vira pesadelo


Por J. C. Almeida

Em um determinado momento da vida, a gente pensa "era hora de ter a minha própria família" e, junto com esse pensamento, vêm os planos de arrumar um alguém, casar, ter filhos, comprar uma casa...
Encontra-se esse alguém; casa-se; têm-se os filhos e mora-se de aluguel. Mas o sonho de adquirir uma casa permanece. Comprar uma casa... Todos sonham em ter o seu cantinho. Embora a TV anuncie o contrário, não é tão fácil comprar a sua. São documentos infindáveis, taxas, impostos, procura incessante por uma que caiba em seu orçamento (e que agrade), aprovação de financiamento (se você não pode pagar à vista), burocracia e mais burocracia.
A dificuldade de comprar uma –- faz de qualquer oportunidade a chance de ouro. São corretores com boas promessas, construções belíssimas (aparentemente), parcelas suaves, subsídios para ajudar a pagar, pessoas solícitas e tantas outras "condições"...
Pronto! Você comprou a sua casa. Aquela que você sonhou. Uma casa bonita, ampla, em um residencial... Chamam-se os amigos e a família para comemorar. Você não cabe em si de alegria. Você conseguiu. Comprou a sua CASA PRÓPRIA.
Passada a euforia, você começa a perceber que o corretor prometeu varanda (avanço externo da casa protegido com uma cobertura de telha ou laje), portão na entrada do residencial, uma guarita para o segurança, uma frente de residencial bonita para chamar atenção para o empreendimento e valorizar a sua aquisição, "uma encanação decente porque a que tem por aí não presta", mas ele prometeu.
De repente, você descobre, por ele mesmo, que não mora num residencial, é só uma rua com casas iguais (vila?). Por ser uma rua, nada de portões, nem guarita de segurança, nem frente bonita... Varanda? Sim, a sua casa tem uma varanda. Descoberta, na terra, horrorosa... Acho que o corretor/construtor não sabe a definição de varanda. A rede de encanamento decente?  São vazamentos de água constantes. A empresa fornecedora já ameaçou cortar o abastecimento que, por sinal, já não é dos melhores.  Decente é uma palavra que ele também desconhece.
Então, as paredes e o forro racham; as portas empenam; a água da chuva cruza a casa porta a dentro por causa do desnivelamento; o calçamento começa a ceder; falta água e, ao mesmo tempo, jorra no calçamento... Começam a surgir problemas. Primeiro, pequenos; depois, insuportáveis e constantes. Neste instante, você lembra que pagou caro e que ainda está pagando. As parcelas começam a pesar no bolso. A alegria de ter conseguido comprar a casa cede lugar à tristeza de não ter andado mais, pesquisado mais e cometido o mesmo erro.
Alguém dirá "exija seus direitos" e eu perguntarei "a quem? como?". O corretor nem atende mais os telefonemas - a menos que tenha uma desculpa nova. O construtor sumiu do mapa. A financiadora não se mete. A fornecedora de água só ameaça cortar o abastecimento que não abastece. E a Justiça... Bem, você já sabe o que vem depois.
J. C. Almeida é compradora insatisfeita de um residencial (que não era resideencial)

4 comentários:

Antônio disse...

Infelizmente, essa é uma prática comum. Compramos gato por lebre com a nossa ingenuidade e má fé dos que nos cercam.
Eu comprei uma casa no Residencial Amaralina (que agora tem a versão II) e tenho enfrentado problema semelhante. Alguma coisa precisa ser feita. Mas, o quê???

Mariana disse...

Estou na mesma situação...sou moradora deste Residencial e aguardo com muita esperança que tudo se resolva o mais rápido!!!!

Cristiana disse...

Verdade, Antônio. A gente procura a mídia, a Justiça, as pessoas que venderam, as que construíram e nada... Muitas casas em diferentes empreendimentos passam pelo mesmo problema.
Ninguém se interessa por isso, não dá IBOPE.
Aí, quando acontece uma tragédia, todas as mídias se voltam pra "bater na mesma tecla". Tarde demais.

Carlos disse...

e isso vem acontecendo cada dia mais. Se com lucro as empresas não pensam nos clientes, imagina se eles começam a ter prejuízo. Absurdo. Algo tão caro e tão mal feito.