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quarta-feira, 20 de março de 2013

Zé das Congas: Músico e construtor de instrumentos de efeito e percussão

Por Jorge Magalhães
Os rataplans ecoam pelos ares da rua Itororó e ganham as ruas do Barro Vermelho, localidade que faz divisa com o bairro Rua Nova, conhecido celeiro cultural de Feira de Santana, berço de afoxés, bandas de reggae e escolas de samba. Sob a batuta de Zé das Congas (Foto), músico e construtor de instrumentos de efeito e percussão, meninos com idade a partir de 13 anos ensaiam ritmos que brotam com uma naturalidade espantosa do quintal/oficina mais badalado da cidade.
José Pereira dos Santos, ou simplesmente Zé das Congas, já correu a Itália com o seu talento e os seus instrumentos made in Feira de Santana ganharam o mundo, requisitados principalmente por músicos americanos, argentinos e espanhóis.
No quintal da casa simples da rua Itororó, 664, em meio à parafernália de instrumentos acabados e em construção pendurados entre as paredes e teto, Zé das Congas remete o pensamento à infância, a radiola quebrada, encontrada no lixo, e um disco dos Menudos: as primeiras descobertas musicais.
Tímido e pouco falante, à primeira vista, o que Zé das Congas economiza em palavras esbanja em sons e ritmos que extrai de qualquer instrumento percussivo que lhe cai às mãos. De Jorge de Angélica a Luiz Caldas, já passou por várias bandas, sempre se valendo dos instrumentos da sua própria lavra: congas, atabaques, berimbaus, cajons, kalimbas, paus-de-chuva, chocalhos, timbales... Tudo feito de material reciclável - árvores mortas, tampinhas de garrafas; alumínio, ferro, plásticos e chaves inservíveis.
 

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