Por Reinaldo Azevedo
O PT está sendo algo "injusto" ao atacar a mídia como um todo, não é? Vamos ver essa história de Zé Dirceu, por exemplo. Boa parte da turma só começou a tratar do assunto quando uma banda do PT - a julgar pela linguagem empregada, poderia ser "bando" - resolveu atacar a VEJA. Ainda agora a coisa é feita naquele formatinho "ladinho-outro ladinho", como se houvesse alguma contenda entre a revista e aquele acusado de ser "chefe de quadrilha" pela PGR. Que contenda? VEJA, que estava no lugar certo (onde a notícia estava), flagrou Dirceu e uns tantos no lugar errado. Como eram homens que exercem importantes funções de estado, fez uma reportagem.
Agora notem! Fosse o Zé um daqueles do PMDB, do PR ou do PP, e não teria havido hesitação nenhuma. Boa parte dos coleguinhas que estão brincando de "ladinho e outro ladinho" teria ido ao cerne da questão: um sujeito cassado sob a acusação de corrupção, processado pelo STF, conhecido lobista do setor privado, pode manter encontros secretos, clandestinos, com um ministro de estado e com um presidente de estatal, entre outros? Não pode! Tanto mais se está ajudando a articular a queda de um outro ministro.
Uma pergunta aos coleguinhas: e se fosse Marcos Valério, por exemplo, para citar um emblema? Vamos lá: digamos que VEJA tivesse flagrado Marcos Valério, num quarto de hotel, promovendo reuniões com figurões do governo e de estatais. Alguém hesitaria em considerar aquilo impróprio? Se Valério insistisse nas mesmas acusações ridículas de Dirceu, alguém lhe daria trela?
Agora me digam qual é a diferença de fundo entre Dirceu e Valério. Existe alguma? O que depõe a favor de Dirceu? O presente? Acho que não! O passado recente? De jeito nenhum! O passado remoto, de ladrão de hóstia? Também não! "Ah, mas ele é do PT e estava mantendo encontro com petistas". É? Num quarto de hotel, à socapa? Quando o petista Dirceu se encontra com o petista José Sérgio Gabrielli, Dirceu deixa de ser "consultor" de empresa de petróleo e gás, e Gabrielli deixa de ser presidente da Petrobras? Se é assunto do partido, por que não conversam na sede do partido?
Eu digo o que se passou: é que petistas gozam de uma reserva, absolutamente injustificada, de credibilidade. Há um conjunto de fatores que atuam aí, e o alinhamento ideológico não é o menor deles. Há até alguns vagabundos que pretendem que o episódio deva servir de pretexto para debater a “ética da imprensa”. Canalhas que são, propõem um confronto "neutro", com representantes da VEJA e de Dirceu… Coisa de vigaristas a serviço do crime. Por que não promovem logo um debate "neutro" sobre o nazismo, com representantes dos dois lados? Ou um outro entre Fernandinho Beira-Mar e o chefe da Polícia Federal? Mas coisa neutra!
O problema é outro: se um petista for flagrado roubando pirulito de criança, o primeiro impulso de uma boa parte da turma é conjecturar: "É preciso ver se essa criança é de confiança…"
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Agora notem! Fosse o Zé um daqueles do PMDB, do PR ou do PP, e não teria havido hesitação nenhuma. Boa parte dos coleguinhas que estão brincando de "ladinho e outro ladinho" teria ido ao cerne da questão: um sujeito cassado sob a acusação de corrupção, processado pelo STF, conhecido lobista do setor privado, pode manter encontros secretos, clandestinos, com um ministro de estado e com um presidente de estatal, entre outros? Não pode! Tanto mais se está ajudando a articular a queda de um outro ministro.
Uma pergunta aos coleguinhas: e se fosse Marcos Valério, por exemplo, para citar um emblema? Vamos lá: digamos que VEJA tivesse flagrado Marcos Valério, num quarto de hotel, promovendo reuniões com figurões do governo e de estatais. Alguém hesitaria em considerar aquilo impróprio? Se Valério insistisse nas mesmas acusações ridículas de Dirceu, alguém lhe daria trela?
Agora me digam qual é a diferença de fundo entre Dirceu e Valério. Existe alguma? O que depõe a favor de Dirceu? O presente? Acho que não! O passado recente? De jeito nenhum! O passado remoto, de ladrão de hóstia? Também não! "Ah, mas ele é do PT e estava mantendo encontro com petistas". É? Num quarto de hotel, à socapa? Quando o petista Dirceu se encontra com o petista José Sérgio Gabrielli, Dirceu deixa de ser "consultor" de empresa de petróleo e gás, e Gabrielli deixa de ser presidente da Petrobras? Se é assunto do partido, por que não conversam na sede do partido?
Eu digo o que se passou: é que petistas gozam de uma reserva, absolutamente injustificada, de credibilidade. Há um conjunto de fatores que atuam aí, e o alinhamento ideológico não é o menor deles. Há até alguns vagabundos que pretendem que o episódio deva servir de pretexto para debater a “ética da imprensa”. Canalhas que são, propõem um confronto "neutro", com representantes da VEJA e de Dirceu… Coisa de vigaristas a serviço do crime. Por que não promovem logo um debate "neutro" sobre o nazismo, com representantes dos dois lados? Ou um outro entre Fernandinho Beira-Mar e o chefe da Polícia Federal? Mas coisa neutra!
O problema é outro: se um petista for flagrado roubando pirulito de criança, o primeiro impulso de uma boa parte da turma é conjecturar: "É preciso ver se essa criança é de confiança…"
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
2 comentários:
O problema dessa gente é ainda pensar que quem não é da tchurma, é burro, não raaciocina e não tem faro prá perceber onde há algoo de podre...
Eu posso me reunir com quem eu quiser e não é o conservador caluniador do Reinaldo que vai me impedir. Imprensa criminosa. Ética na imprensa!
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