Tragédia mítica de 1947, "Senhora dos Afogados" de Nelson Rodrigues, aporta em Feira de Santana, nesta sexta-feira, 18, e no sábado, 19, às 20 horas, no Teatro do Centro de Cultura Améio Amorim.Em três atos e seis quadros, a peça transcorre na casa da família Drummond e, num dos quadros, é transposta para o café do cais. Misael Drummond (Ednael Marcos), acusado de assassinar uma prostituta a golpes de machado no dia em que ia se casar com Eduarda Drummond (Carla Soares) supunha que o filho nascido da ligação infiel estivesse morto. No entanto, o filho, que assume a identidade de Noivo (Vinícius José e Ednael Marcos ) entra na vida dos Drummond para vingar a morte de sua mãe, e namora com Moema (Cleilton Silva), jovem que possui um amor incestuoso à figura do pai, Misael, e repúdio à presença materna de Eduarda, que sente uma ligação misteriosa pelo Noivo.
A tragédia se passa durante o 19º aniversário de casamento de Eduarda e Misael e também data do falecimento da prostituta assassinada, mãe do Noivo.
O terceiro ato de "Senhora dos Afogados", escolhido pela Cia Teatral Farinha Seca, por sublinhar com a presença ritualística das orações e sintetizar o drama dos Drummond de modo que não se perdesse a plasticidade do texto rodriguiano traz, a partir das narrativas do café do cais, o dono do bordel (Alfredo Jr.), pai da prostituta assassinada, de origem estrangeira, gordo e velho e anda com gazes enroladas nas pernas. Ajudam a compor o ambiente do café o vendedor de pentes (Cleilton Silva/Alfredo Jr.), cliente do bordel e única pessoa a testemunhar a tragédia que mudará os rumos da família Drummond, e Sabiá (Ednael Marcos) sujeito simples que tem por assunto preferido o assassinato da prostituta. Há ainda Paulo (Vinícius José e Ednael Marcos), filho de Misael e Eduarda, que é frágil e tem grande ligação à mãe e o sentimento mais forte que o domina é o de que a mãe "não faça nada que uma esposa não possa fazer".
(Com informações de Elaine Matos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário