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terça-feira, 29 de março de 2011

Ônibus incendiado no campus da Uefs na noite desta terça

Dois homens encapuzados atearam fogo num ônibus da empresa Princesinha que estava estacionado no ponto do módulo 5 do campus da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) na noite desta terça-feira, 29, por volta das 20h45. O motorista José Jorge Santos Gomes e o cobrador se encontravam no interior do veículo esperando o horário para mais um balão da linha Uefs-Centro via Sobradinho, quando foram surpreendidos pelos homens que entraram por uma das portas traseiras com um vasilhame, derramaram combustível e atearam fogo.
"Pensei se tratar de um assalto, mas eles mandaram que saíssemos correndo", contou José Jorge, que nada pode fazer para impedir a ação dos marginais. Um grande número de pessoas, principalmente estudantes, se aproximaram do local do incêndio.
O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas quando a guarnição chegou ao local o ônibus já havia sido totalmente destruído, restando, apenas, apagar as chamas. Parte de um toldo que abrigava um pequeno palco removível também foi atingindo pelo calor e destruído.
A ação criminosa foi precedida por um movimento de estudantes na tarde desta terça-feira, quando interromperam o trânsito na BR 116 Norte (sentido Feira-Serrinha), na entrada do campus da Uefs, que fica a cerca de oito quilômetros do centro de Feira de Santana. Eles protestaram contra o aumento da tarifa do transporte coletivo decidida há poucos dias durante reunião do Conselho Municipal de Transportes.
Sobre o incêndio, alguns estudantes que não quiseram se identificar chegaram a dizer que não acreditam que a ação tenha partido de pessoas da comunidade universitária. O campus da Uefs, de quase um quilômetro quadrado de perímetro, é murado e possui duas entradas principais abertas ao público que pode entrar a pé ou de carro pelo pórtico , situado em frente à BR 116 Norte, ou apenas a pé pelo portão que faz fronteira com o conjunto Feira 6. As entradas possuem guaritas, mas, como em todas as universidades brasileiras, não é exigida a apresentação de documento de identificação. Apenas pelo pórtico principal o motorista recebe um cartão para ser entregue ao vigilante no momento na saída, o que serve para evitar roubos de veículos no campus. Desta forma, é praticamente impossível evitar que pessoas entrem na Uefs portando vasilhames de combustíveis como o ocorrido na noite desta terça-feira.
Debate
No momento do incêndio, do outro lado do campus, no Auditório Central, era realizado o último debate entre os candidatos a reitor da Uefs, Francisco de Assis Ribeiro (chapa 1 / ReAge Uefs) e José Carlos Barreto (chapa 2 / Mais Uefs), que concorre à reeleição. O debate chegou a ser interrompido em função da notícia do incêndio, mas após alguns minutos os trabalhos foram reiniciados. A votação será realizada de 4 a 6 de abril.
O vice-reitor da Uefs, Wasghington Almeida Moura, preferiu não comentar, em princípio, sobre o incêndio, mas se deslocou ao local para prestar assistência ao motorista e ao cobrador do veículo.
(Com informações do Jornal Feira Hoje)

7 comentários:

Mariana disse...

Seja lá quem fôr o incendiário, sou contra e acho que deve ser tratado como um bandido. Não se destroe patrimônio alheio assim sem considerar o perigo de que êsse ato pudesse machucar pessoas inocentes...façam-me o favor!!Investigar e mandar prender os baderneiros, é o mínimo!

Priscila disse...

Não concordo com o incêndio ao ônibus e não acredito que este ato foi executado por pessoas da comunidade universitária. entretanto, apoio o protesto pacifico contra o aumento da passagem de ônibus em Feira que já é um absurdo e as empresas querem aumentar para 2,37. é totalmente inaceitável!

Dilson Simões disse...

A Uefs reclama da entrada da Polícia no campus e não da ação criminosa e de vandalismo. Assim, é muito fácil tocar fogo em ônibus.

Thomas disse...

Discordo de qualquer manifestação que fira o direito constitucional de ir e vir dos outros cidadãos. O engarrafamento e o transtorno causado pelos estudantes é ilegal. E não há causa nobre que justifique uma ilegalidade que fere principio básico da constituição. Se os estudantes acreditam que estão exercendo a cidadania ao praticar uma atitude dessas, estão muito mal de ideologia. Mas já é de se esperar, com o que vem sendo ensinado na sala de aula há 25 anos.

Liza disse...

"O engarrafamento e o transtorno causado pelos estudantes é ilegal."
Então, meu caro, nos diga uma forma de protesto 'legal'. Acho que os direitos de ir e vir já foram feridos a muito tempo pelas empresas de ônibus da cidade. Afinal, esperar 1 hora no ponto de ônibus sendo que tem carros parados logo ao lado é muito pior do que causar um engarrafamento. Qualquer forma de protesto infelizmente vai ferir principalmente a burguesia que não pega ônibus e não tem nada a ver com a história não é? Enfim. Eu acho que queima de ônibus realmente não resolve nada, não é nada mais que apenas vingança por pessoas que provavelmente se revoltaram e perderam a cabeça. É importante ressaltar que o movimento estudantil nada tem a ver com isso e inclusive pediram durante a assembléia que nada do tipo fosse feito. Quanto a questão da entrada da polícia no campus, gostaria que compreendessem que isso foi uma medida tomada para resolução de uma série de problemas que ocorriam na Uefs. A Universidade é autônoma, tem segurança própria mas está sujeita a perigos, como qualquer outro lugar. A polícia nunca impediu de que seu filho fosse assaltado, então, no campus, ela não fará diferença também. Se for preciso, com certeza a própria prefeitura do campus solicitará a entrada da polícia. E quanto aos autores do pequeno delito, não acho que devam ser presos. Afinal, marginais matam pessoas e assaltantes estão soltos. Políticos fazem grandes sujeiras e estão soltos. Esses fatos não devem ser descartados.

PAULO RIBAS disse...

Carta às Instituições Democáticas de Feira de Santana I escreveu:
As nossas Instituições Democráticas não podem se deixar manipular por manobras criminosas e repugnantes e que já fazem parte de uma época que muitos gostariam de apagar da memória, e que tiveram como objetivo incriminar os ativistas políticos que, democraticamente resistiram contra o Regime Ditatorial, que dentre outros factóides políticos planejou o frustrado atentado à bomba ao Riocentro, perpetrado na noite de 30 de abril de 1981, quando se realizava um show comemorativo do Dia do Trabalhador.

Uma das bombas explodiu dentro do carro onde estavam os militares, no estacionamento . O artefato explodiu antes da hora, matando o sargento e ferindo gravemente o capitão.Os ditadores culparam os radicaios da esquerda pelo atentado. Mas se comprovou por confissão, que o atentado foi uma tentativa de setores mais radicais do governo de convencer os mais moderados de que era necessária uma nova onda de repressão de modo a paralisar a abertura política em andamento.

Uma segunda explosão ocorreu a alguns quilômetros de distância, na miniestação elétrica responsável pelo fornecimento de energia do Riocentro. A bomba foi jogada por cima do muro da miniestação, mas explodiu em seu pátio e a eletricidade do pavilhão não chegou a ser interrompida.

É preciso um olhar para esta época obscura para entender o não menos lastimável episódio ocorrido na noite desta terça-feira no Campus da UEFS quando um ônibus foi incendiado por duas pessoas encapuzadas e o campus violado em sua autonomia, logo em seguida, com a invasão da Polícia Miitar, sem que a Direção da UEFS tivesse solicitado a presença dos militares, conforme atesta nota oficial dirigida aos meios de comunicação.

O contexto político conflituoso em que vem se dando as discussões sobre o aumento das tarifas do transporte público, sobretudo neste atual governo, com estudantes sendo proibidos de participar, junto ao SINCOL E A PREFEITURA MUNICIPAL das discussões envolvendo os custos das planilhas apresentadas pelos empresários, culminando com agressões físicas de prepostos da prefeitura contra duas representantes da classe estudantil, sugere que todos nos acaltelemos.

A primeira vista nos sentimos tentados a jogar para um dos lados a responsabilida jde para o aparente vandalismo, e não seria temerário afirmar que o alvo seria uma das partes litigantes destas escaramuças que já fogem do contexto civilizado e descambam para uma disputa política com claros sinais obje tivos para incriminar a classe estudantil.

Esta capítulo já vem sendo paulatinamente ensaiado, desde que o prefeito Tarcízio Pimenta fechou a porta principal da Prefeitura Municipal, sugerindo que estaria sendo alvo de uma retaliação dos estudantes, que preparavam invadir o paço municipal e atentar contra a sua integridade física, quando do primeiro embate ente ele e os estudantes, no primeiro aumento da passagem do seu governo.

Sabem os senhores, que embora sejam aparentemente modestos os tais aumentos das passagens, a multiplicação destes centavos redundam em milhões aos cofres dos donos das empresas, sempre autorizadas a praticar os novos preços com o aval do poder público, cuja lisura, nestes episódios, sempre será uma incognita para o grosso da população, obrigada a bancar o custo do acerto entre o prefeito e os donos das frotas.

É focando a história e os interesses politico-financeiros que mexem com o contexto administrativo em que vivemos que apelo às nossas instituições democráticas, no sentido de que o arbitrio não volte a se instalar em solo feirense. Por isso se faz necessário que a Imprensa, a Polícia Militar, a OAB, a Sociedade Civil Organizada, o Ministério Público e a ABI fiquem de olhos bem abertos para este episódio,evitando, assim, que um mal maior possa se abater sobre nossas cabeças.

João Carlos Gomes disse...

O comentário do senhor Paulo Ribas, como outros que ele vem assinando, está cercado de uma argumentação plausível e calçada com os fatos históricos já ocorridos anteriormente.

Quero apenas ressaltar, porém, que não existe na história nenhum embate em que um estudante precisou se encapuzar para lutar pelos seus direitos.

Foi assim em Maio de l969,na França,com o lema "É Proibido Proibir", nas lutas pela redemocratização do Brasil, com José Dirceu como presidente nacional da UNE, ou nas manifestações promovidas pela estudantada de 64, aqui em Feira, todos episódios em que os estudantes não precisaram esconder as suas identidades para lutar contra os seus ideais.

Daí o oportuno alerta de Paulo Ribas, a quem aproveito para parabenizar pelo brilhete texto.