Postagem em Natal-RN
Editorial
Pela estrita lógica dos números, a alta nas cotações do petróleo provocada pela eclosão dos levantes populares no mundo árabe e acelerada pela incerteza sobre o destino das reservas líbias - embora seja modesta a participação do feudo do coronel Muamar Kadafi no mercado global do produto - deveria ser um maná para o seu único verdadeiro amigo, discípulo e imitador no subcontinente americano, o caudilho venezuelano Hugo Chávez.
Sem prejuízo do culto ao reverenciado mentor Fidel Castro, a sua messiânica revolução bolivariana para o implante e a propagação do socialismo do século 21 no mundo se inspirou no Livro Verde, a bíblia revolucionária do coronel autocrata de Trípoli.
Era a sua leitura de cabeceira na escola militar venezuelana, antes de se fazer promover a coronel, assumir o governo e amordaçar a liberdade em seu país.
Chávez, cujo talento para o histrionismo é inversamente proporcional ao seu preparo para os negócios de Estado, além de adotar políticas populistas sem lastro, promoveu dilapidação de tal ordem nos recursos nacionais que já se prevê que a Venezuela não terá como honrar os seus compromissos a vencer em 2012.
Uma crise da dívida soberana do país reproduziria no Novo Mundo a quebra da Grécia, em 2009, com a agravante de levar à insolvência a quase única fonte de sustento do país, a pilhada PDVSA, a estatal venezuelana do petróleo.
Portanto, se fosse um ser racional, Chávez deveria ter recebido com alegria a disparada das cotações do óleo cru nos maiores mercados.
No entanto, movido pela compulsão do protagonismo, o caudilho deve ter achado muito pouco para a sua megalomania conseguir a duvidosa distinção de aparecer na mídia internacional como o defensor número um de Kadafi.
O número dois tem sido Fidel Castro, mas ninguém ainda se interessa pelos tartamudeios que garatuja sobre o futuro da humanidade. Enquanto o venezuelano se limitava a louvar o líbio, a vida continuava como se nada tivesse mudado.
Mas agora ele dá de propor a criação de uma comissão internacional para a pacificação da Líbia, a Liga Árabe faz saber que examina a iniciativa e o próprio Kadafi indica que poderia comprar a proposta.
Fonte: "O Estado de S. Paulo"
Pela estrita lógica dos números, a alta nas cotações do petróleo provocada pela eclosão dos levantes populares no mundo árabe e acelerada pela incerteza sobre o destino das reservas líbias - embora seja modesta a participação do feudo do coronel Muamar Kadafi no mercado global do produto - deveria ser um maná para o seu único verdadeiro amigo, discípulo e imitador no subcontinente americano, o caudilho venezuelano Hugo Chávez.
Sem prejuízo do culto ao reverenciado mentor Fidel Castro, a sua messiânica revolução bolivariana para o implante e a propagação do socialismo do século 21 no mundo se inspirou no Livro Verde, a bíblia revolucionária do coronel autocrata de Trípoli.
Era a sua leitura de cabeceira na escola militar venezuelana, antes de se fazer promover a coronel, assumir o governo e amordaçar a liberdade em seu país.
Chávez, cujo talento para o histrionismo é inversamente proporcional ao seu preparo para os negócios de Estado, além de adotar políticas populistas sem lastro, promoveu dilapidação de tal ordem nos recursos nacionais que já se prevê que a Venezuela não terá como honrar os seus compromissos a vencer em 2012.
Uma crise da dívida soberana do país reproduziria no Novo Mundo a quebra da Grécia, em 2009, com a agravante de levar à insolvência a quase única fonte de sustento do país, a pilhada PDVSA, a estatal venezuelana do petróleo.
Portanto, se fosse um ser racional, Chávez deveria ter recebido com alegria a disparada das cotações do óleo cru nos maiores mercados.
No entanto, movido pela compulsão do protagonismo, o caudilho deve ter achado muito pouco para a sua megalomania conseguir a duvidosa distinção de aparecer na mídia internacional como o defensor número um de Kadafi.
O número dois tem sido Fidel Castro, mas ninguém ainda se interessa pelos tartamudeios que garatuja sobre o futuro da humanidade. Enquanto o venezuelano se limitava a louvar o líbio, a vida continuava como se nada tivesse mudado.
Mas agora ele dá de propor a criação de uma comissão internacional para a pacificação da Líbia, a Liga Árabe faz saber que examina a iniciativa e o próprio Kadafi indica que poderia comprar a proposta.
Fonte: "O Estado de S. Paulo"

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