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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A intercessão entre a fé e a política


Por Tiago Martins
Política e religião há muito tempo vêm se misturando. Na Câmara Municipal de Salvador há algumas legislaturas possui sua bancada evangélica, o que se repete na Assembleia Legislativa, Câmara Federal e Senado. Já é rotineiro no período eleitoral ter candidatos do "alto clero" das igrejas protestantes, como por exemplo, o bispo Marcelo Crivella (senador pelo PRB-RJ) e o pastor Luciano (PMN), que é vereador de Salvador.
Porém, a grande novidade é à entrada da Igreja Católica, que ultimamente vem atuando na defesa dos valores cristãos na política, opinando em temas como o aborto e a Ficha Limpa. Na campanha presidencial de 2010, o próprio papa Bento XVI sugeriu que os bispos católicos orientassem seus fieis nas eleições, de forma a preservar os valores morais, os preceitos doutrinários da Igreja Católica Apostólica Romana.
O padre Manoel Filho, coordenador de Comunicação da Arquidiocese de Salvador, em seu artigo “A Dimensão Política da Fé”, publicado no jornal "A Tarde", no dia 19 deste mês, veio muito claramente demonstrar que a ligação entre a política e a religião é muito mais antiga que a Proclamação da República do Brasil, trazendo fatos do Império Romano, do hinduísmo através de Gandhi, de Martin Luther King que era pastor protestante e do bispo anglicano Desmond Tutu, que não permitiram que a “fé fosse alheia a dimensão política da existência”.
Findando o ano eleitoral de 2010, o mundo político começa a se preocupar com as próximas eleições municipais. E, se a eleição de 2008 trouxe o bispo Marcio Marinho (da Igreja Universal do Reino de Deus) como candidato a vice-prefeito, além do próprio prefeito João Henrique e do deputado Walter Pinheiro como candidatos e representantes da Igreja Batista, não haveria de se estranhar que em 2012 a Igreja Católica pudesse participar mais efetivamente do processo eleitoral.
* Tiago Martins é pedagogo e membro do PTN

2 comentários:

Mariana disse...

Católico, evangélico ou de qualquer outra religião, prá mim tanto faz, se o candidato fôr competente e sério; o que não pode é alguém usar a religião prá conseguir votos e após eleito, se mostrar alguém tão ruim que envergonhe a sua igreja. Veja só o Bispo Crivella, evangélico da Universal do Reino de Bispo Macêdo e, na hora que tinha que se decidir entre apoiar ou não a candidata do abôrto e do casamento homossexual, ficou em cima do muro, sem coragem de assumir o que sempre pregara. Por isso, não me importo se o candidato é ou deixa de ser desta ou daquela religião; deve é viver como um cristão, sempre, independente de ser candidato a qualquer coisa.

Tiago Martins disse...

Meu amigo,
Mais uma vez obrigado pelo espaço!!!
Abraços,