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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

"Uma empulhação foi desmascarada; vamos ver, agora, se estamos diante de outra. Só 20 presos e 50 fuzis… “Tropa de Elite 3″ decepciona…"

De Reinaldo Azevedo
Uma empulhação foi desmascarada pelos fatos. A polícia de Sérgio Cabral e José Mariano Beltrame não prendia ninguém, “ocupava” os morros com suas UPPs sem reprimir o tráfico, desde que ele seguisse as regras do decoro, e a “paz” estava garantida! Passou a ser, assim, um comércio velado, mas aceitável. Sem precisar da soldadesca do crime para garantir a segurança - uma vez que a polícia passou a fazer parte da paisagem -, o lúmpen foi oferecer sua mão-de-obra em outras paragens.
Finda a primeira empulhação, vamos ver se estamos agora diante da segunda. É cedo para contar vantagem, para declarar vitória - a depender, claro, do que se considere exatamente vitória. Estimavam-se em até 500 os traficantes acoitados no Complexo do Alemão, aquele onde a polícia não punha os pés havia mais de dois anos e onde o governo federal se orgulhava de tocar obras do PAC. A segunda “operação histórica” (a primeira foi a da Vila Cruzeiro) prendeu 20 pessoas, com três mortes, e 50 fuzis. A bandidagem fugiu . Teve tempo para isso! O Alemão é do Comando Vermelho. A maioria se mandou para a Rocinha, governada pelo ADA (Amigos dos Amigos).
A polícia diz que vai lá e no Vidigal, mas na hora certa. Bem, então agora são os 500 do Alemão mais os que já estavam na Rocinha. Quantos? Mil? 1.500? Estima-se que o narcotráfico empregue 16 mil. A apreensão de armas também foi ridícula: 50 fuzis. A bandidagem manteve o seu arsenal. Estupenda é a quantidade droga: 40 toneladas de maconha e 250 kg de cocaína! E é de se supor que isso seja apenas uma parte da mercadoria. Agora, sim, acredito que os cheiradores e queimadores de mato sentirão algum impacto no bolso. Haverá uma queda no abastecimento. As leis de mercado tornarão o produto mais caro - a menos que a atividade entre com algum estoque regulador…
Recuperar o território é importante, sim - se for para valer -, mas não existe combate ao crime sem prender criminosos. Essa é uma jabuticaba que Beltrame e Cabral ainda não conseguiram cultivar. A questão vai ganhando contornos interessantes. Digamos que se decida, agora, recuperar o território da Rocinha - e espero que não seja preciso uma nova rodada de incêndio a carros e ônibus para que isso aconteça. Muito bem, caso o padrão “olha que eu vou subir” se repita, o exército de marginais migra dali para outro lugar. E assim sucessivamente.
Bem, das duas uma: ou o tráfico decide reordenar-se para absorver os seus soldados no novo esquema - uma coisa, assim, de “tráfico com consciência social” -, ou a bandidagem vai procurar oportunidades de negócios em outros estados, né? Os que fazem fronteira com o Rio, diga-se, devem se precaver desde já. Eu não aposto muito que Cabral e Beltrame mudem a escolha essencial: na forma como se dão ocupações e invasões, baixas e prisões são poucas. Preso dá trabalho e custa caro, sem contar que é preciso ter onde alojá-los…
Não foi um "Tropa de Elite 3"! O filme da vida foi bem mais chocho do que a expectativa gerada no público. Tanto é assim que foi preciso recorrer a um outro tipo de narrativa, bem mas intimista. Mas falo a respeito quando acordar.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"

Um comentário:

Mariana disse...

E eu que gostei tanto do montão de policiais entrando nas favelas prá "acabar" com os bandidos...pensei até que, no domingo, haveria um banho de sangue ou um pavilhão lotado de bandidos aguardando seu nôvo enderêço(prisão). Se bem que o presidente Lula durante os seus oito anos de reinado, construiu quantos presídios? Já a muito, não há lugar prá tanto bandidos, não é? Mas há quem diga por aqui, que Beltrame também anda meio chateado com as operações, nem gosta de falar muito no assunto.
Dimas, Reinaldo tem razão; continuamos sem saber em que esquina seremos abordados por um "fugitivo" dêsses. Quem passar pela zona sul, nas proximidades do Vidigal e da Rocinha que se cuidem.