De César Maia:
1. As pesquisas são balizadores, ou como preferem os diretores técnicos do Ibope e DataFolha, são 'diagnósticos' e não 'prognósticos'. O importante, nesta reta final, é entender que pontos da comunicação dos candidatos estimulam o voto a seu favor, na base da sociedade através do que estatísticos chamam de 'jogo de coordenação'. Ou seja, a conversa solta e informal entre pessoas nos seus locais de moradia, trabalho, lazer..., sobre a campanha. Como induzir agendas que estimulem essas conversas na direção desse ou daquele candidato?
2. Paulo Coelho em "O Aleph": "É o que você faz no presente que redimirá o passado e logicamente mudará o futuro." Criticar as pesquisas não adianta nada. Há que avaliar as possibilidades efetivas de vitória -hoje- e trabalhar com elas.
3. Para não se entrar nas vísceras das pesquisas e buscar os polos de indução, o que exigiria centenas de cortes por região, nível de instrução, situação em relação ao emprego, a religião, a preferências na imprensa... (o que exigiria um, aqui, espaço muito grande e os dados internos das pesquisas) vamos nos concentrar nos cortes das grandes regiões que todos acompanham. Isolemos o Norte e Centro-Oeste, supondo que se anulem, pró-Dilma, pró-Serra. Ambos têm 7% dos eleitores.
4. A projeção dos resultados das pesquisas realizadas e em realização, pesquisas nacionais e diárias, mostra que Dilma vencerá no Nordeste e Serra no Sul e no Sudeste. Para simplificar, use a relação 1 para 2. Ou seja, a diferença de Dilma no Nordeste é compensada por uma diferença que seja a metade dessa no Sudeste. Se a diferença de Dilma no Nordeste for de 2, no Sudeste Serra terá que vencer por 1 para empatar.
5. As pesquisas de 'ontem' dão a Dilma no Nordeste uma diferença de 30 pontos. Se isso se confirmar, Serra teria que ter no Sudeste e no Sul 15 pontos de diferença. No Sul caminha para isso. O Datafolha já deu 11%. Chegar aos 15 pontos é provável. Em SP, pesquisas deste fim de semana já dão a Serra 20 pontos de diferença. O eleitorado de SP é de 2,6 vezes o do RJ. Com isso, a diferença - de ontem - pró-Dilma no Rio de 10 pontos é coberta por SP e ainda sobram 5 pontos para MG.
6. Em MG, a diferença foi eliminada nos últimos dias e o empate de ontem projeta uma vitória de Serra. Se Serra vencer em MG por 10 pontos a eleição estará empatada. (Ou claro, se reduzir a diferença no Nordeste, RJ, etc.).
7. E ainda há o complicador do 'não voto', ou seja, dos votos brancos, nulos e abstenção que mexem com importantes 3 a 4 pontos no final. O 'clinche' entre Serra e Dilma, com acusações recíprocas, deve afetar esse conjunto do 'não-voto' ampliando-o em relação ao primeiro turno. E, por razões sociais e sub-regionais, ocorre mais no Nordeste.
8. Política é um jogo estratégico: depende dos movimentos recíprocos das forças adversárias. Os números das pesquisas falam de ontem. Mas o jogo está sendo jogado e os 'jogos de coordenação', em andamento. Os números anteriores são factuais. E não são estáticos. O jogo está aberto.
Fonte: "Ex-Blog do César Maia"
2. Paulo Coelho em "O Aleph": "É o que você faz no presente que redimirá o passado e logicamente mudará o futuro." Criticar as pesquisas não adianta nada. Há que avaliar as possibilidades efetivas de vitória -hoje- e trabalhar com elas.
3. Para não se entrar nas vísceras das pesquisas e buscar os polos de indução, o que exigiria centenas de cortes por região, nível de instrução, situação em relação ao emprego, a religião, a preferências na imprensa... (o que exigiria um, aqui, espaço muito grande e os dados internos das pesquisas) vamos nos concentrar nos cortes das grandes regiões que todos acompanham. Isolemos o Norte e Centro-Oeste, supondo que se anulem, pró-Dilma, pró-Serra. Ambos têm 7% dos eleitores.
4. A projeção dos resultados das pesquisas realizadas e em realização, pesquisas nacionais e diárias, mostra que Dilma vencerá no Nordeste e Serra no Sul e no Sudeste. Para simplificar, use a relação 1 para 2. Ou seja, a diferença de Dilma no Nordeste é compensada por uma diferença que seja a metade dessa no Sudeste. Se a diferença de Dilma no Nordeste for de 2, no Sudeste Serra terá que vencer por 1 para empatar.
5. As pesquisas de 'ontem' dão a Dilma no Nordeste uma diferença de 30 pontos. Se isso se confirmar, Serra teria que ter no Sudeste e no Sul 15 pontos de diferença. No Sul caminha para isso. O Datafolha já deu 11%. Chegar aos 15 pontos é provável. Em SP, pesquisas deste fim de semana já dão a Serra 20 pontos de diferença. O eleitorado de SP é de 2,6 vezes o do RJ. Com isso, a diferença - de ontem - pró-Dilma no Rio de 10 pontos é coberta por SP e ainda sobram 5 pontos para MG.
6. Em MG, a diferença foi eliminada nos últimos dias e o empate de ontem projeta uma vitória de Serra. Se Serra vencer em MG por 10 pontos a eleição estará empatada. (Ou claro, se reduzir a diferença no Nordeste, RJ, etc.).
7. E ainda há o complicador do 'não voto', ou seja, dos votos brancos, nulos e abstenção que mexem com importantes 3 a 4 pontos no final. O 'clinche' entre Serra e Dilma, com acusações recíprocas, deve afetar esse conjunto do 'não-voto' ampliando-o em relação ao primeiro turno. E, por razões sociais e sub-regionais, ocorre mais no Nordeste.
8. Política é um jogo estratégico: depende dos movimentos recíprocos das forças adversárias. Os números das pesquisas falam de ontem. Mas o jogo está sendo jogado e os 'jogos de coordenação', em andamento. Os números anteriores são factuais. E não são estáticos. O jogo está aberto.
Fonte: "Ex-Blog do César Maia"
Um comentário:
Também tenho feito tantas contas e sabe de uma coisa, Dimas? Temos chances sim. Só depois da apuração dos votos, é que saberemos. Não tem essa de "já ganhou" não. Os indecisos podem bem decidir seu voto, agora. E as pesquisas tem furado muito. A maioria dos brasileiros que viu os acontecimentos dos últimos dias decidirá por um Brasil melhor ou pela continuidade do que tem tudo prá piorar.
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