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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Repercutindo grito

O Blog Demais recebe de Regina Machado, do Rio de Janeiro, e replica o apelo:
"Meu Irmão e Nossa Namorada" - na verdade, "Eu, Meu Irmão, Nossa Namorada" (Dan in Real Life), de Peter Hedges, 2007, com Steve Carell, Juliette Binoche e Dane Cook - num telão no Estádio do Pacaembu. Paga transporte, refrigerante e pipoca para milhares de espectadores assistirem a filme made in USA. Vi uma matéria na TV Band e fiquei esperando as imagens da tela para ver se era "Cidade de Deus", "Carandiru", "Se Eu Fosse Você" ou "Se Eu Fosse Você 2", "2 Filhos de Francisco" ou outro filme brasileiro. Na tela, vi imagens de uma comédia romântica norte-americana, que eu desconhecia. Aí, encontrei matéria no "Jornal da Tarde", de ontem (27-11-09), que comprara no Aeroporto de Congonhas, na qual se revelava o nome da tal comédia. De que adianta o Governo do Estado promover editais se apoia exibição de filmes comerciais norte-americanos, sem maiores qualidades artísticas, oferecendo mega-infra-estrutura ao Projeto Cinemagia (e com apoio de Walter Feldman, que deu depoimento à Band - Jornal do Boechat).
O texto acima é de Maria do Rosário e a indignação que se segue é do cineasta Noilton Nunes sobre evento do "Governo de São Paulo promovendo filme made in USA. O estranho é que ninguem estranha mais nada disso. Nenhum promotor do Ministério Público, nenhum deputado, nenhum governador, senador, jornalista... nem mesmo a maioria dos cineastas ou entidades audiovisualescas nacionais. O "Tela Quente", a "Sessão da Tarde", o "Domingo Maior", tudo isso virou base ianque instalada em Jacarepaguá, exibindo na sua maioria filmes subsidiados pela indústria bélica, para incentivar ainda mais os maus meninos, a violência, o terror... Que a Conferencia Nacional de Comunicação consiga mostrar claramente para os brasileiros o perigo de tal iceberg. Que consiga perguntar para a TV Brasil porque ela também passou a ser base ianque, britânica e ou francesa nos seus horários nobres, deixando milhares de produtos nacionais mofando, morrendo, sem conhecimento do nosso público alvo. Isso é uma vergonha, mas o Boris Casoy nunca tocou nesse assunto. Nem ele, nem o Arnaldo Jabor, nem o William Wack, nem a Fátima Bernardes, o Jô Soares, Joelmir Betting, Ricardo Boechat... Parabéns Maria do Rosário.

2 comentários:

Dilson Simões disse...

O choro é livre, mas acontece que o público não quer ver filme brasileiro. Prefere comédia americana. Uma questão de mercado.

Unknown disse...

Dilson Simões tem razão. Quem gosta de filme brasileiro somos nós, não os garotos de seus dezoito anos. Digo por meus sobrinhos e filhos de amigos. Mas tenho tido algumas surpresas, na Globo, horário após o JÔ, que tem levado alguns filmes brasileiros de vez em quando. O pior é o horário, quando muitos devem dormir antes por causa do trabalho no dia seguinte. Ontem, foi o "Três Marias", mas o horário...