"Carta ao Leitor" da revista "Veja", edição que está nas bancas:
Terminou na semana passada, em Buenos Aires, a 65ª Assembleia-Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que reuniu cerca de 500 editores de jornais. As conclusões do encontro são alarmantes para o único modo de jornalismo que vale a pena, o independente. Verificou-se que, na América Latina, o autoritarismo avança a passos largos, com cerceamento mais ou menos explícito, conforme o país, da liberdade de informação e opinião. Nos casos mais agudos, como Venezuela e Equador, os seus presidentes simplesmente mandam fechar jornais, emissoras de rádio e TV e sites que ousam discordar das políticas governamentais. Na Argentina, a presidente Cristina Kirchner tenta calar a imprensa que denuncia o caos da administração federal de duas maneiras. A primeira, por meio de leis limitadoras da atuação das empresas de comunicação. A segunda, pela força bruta, ao incentivar o lumpesinato esquerdista pago pelo estado a bloquear a saída dos caminhões que distribuem os dois grandes jornais do país, La Nación e El Clarín.
No Brasil, se é fato que a imprensa permanece livre, de acordo com o preceito constitucional, não é menos verdadeiro que ela vem sendo fustigada com frequência e violência crescentes. O presidente Lula chegou a dizer que não é papel da imprensa fiscalizar, mas apenas noticiar. Traduzindo: não deve denunciar os malfeitos urdidos no mundo oficial, mas contentar-se em reproduzir os éditos emanados da máquina de propaganda do governo.
Constranger a imprensa, domesticá-la e, se possível, calá-la serve àqueles que se empenham em banir a democracia representativa, uma conquista duramente conseguida e pacientemente lapidada pelos brasileiros. A imprensa livre é um obstáculo aos planos de poder permanente da casta de autocratas oriundos do sindicalismo, de partidos de esquerda e de suas respectivas adjacências fisiológicas. Por isso mesmo, que não passem em branco as luminosas palavras do ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal, publicadas no dia 6, no Diário da Justiça. Ao lançar a última pá de cal sobre a Lei de Imprensa redigida durante a ditadura militar, ele escreveu: "Não há liberdade de imprensa pela metade ou sob as tenazes da censura prévia, inclusive a procedente do Poder Judiciário. Ela, Constituição, destinou à imprensa o direito de controlar e revelar as coisas respeitantes à vida do estado e da própria sociedade".
No Brasil, se é fato que a imprensa permanece livre, de acordo com o preceito constitucional, não é menos verdadeiro que ela vem sendo fustigada com frequência e violência crescentes. O presidente Lula chegou a dizer que não é papel da imprensa fiscalizar, mas apenas noticiar. Traduzindo: não deve denunciar os malfeitos urdidos no mundo oficial, mas contentar-se em reproduzir os éditos emanados da máquina de propaganda do governo.
Constranger a imprensa, domesticá-la e, se possível, calá-la serve àqueles que se empenham em banir a democracia representativa, uma conquista duramente conseguida e pacientemente lapidada pelos brasileiros. A imprensa livre é um obstáculo aos planos de poder permanente da casta de autocratas oriundos do sindicalismo, de partidos de esquerda e de suas respectivas adjacências fisiológicas. Por isso mesmo, que não passem em branco as luminosas palavras do ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal, publicadas no dia 6, no Diário da Justiça. Ao lançar a última pá de cal sobre a Lei de Imprensa redigida durante a ditadura militar, ele escreveu: "Não há liberdade de imprensa pela metade ou sob as tenazes da censura prévia, inclusive a procedente do Poder Judiciário. Ela, Constituição, destinou à imprensa o direito de controlar e revelar as coisas respeitantes à vida do estado e da própria sociedade".
Nenhum comentário:
Postar um comentário