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terça-feira, 2 de setembro de 2008

Philip Glass apresenta sua singular criatividade musical


Ícone da música minimalista e um dos compositores mais influentes do século XX, ele é conferencista do Fronteiras Braskem do Pensamento


Com fama de gênio musical, o compositor americano Philip Glass vai falar nesta quarta-feira, 3, no Teatro Castro Alves, às 20 horas, sobre "Criatividade e Colaboração", um tema sobre o qual tem respeitada propriedade, tendo em vista sua privilegiada versatilidade artística e parceria criativa com cineastas, músicos e outros realizadores, inclusive com brasileiros como Marisa Monte e a companhia de dança Corpo, além de sua história pessoal.
Trabalhando em uma loja de discos com o pai Ben Glass, o futuro compositor se familiarizaria com Beethoven, Schubert e Shostakovich, entre outros, aos 12 anos de idade. Aos seis se iniciou no violino e na flauta aos oito. Mais tarde, freqüentou a tradicional Escola de Música Julliard, onde começou a tocar quase exclusivamente piano.
Após estudar com a compositora francesa de música erudita Nadia Julliete Boulanger e trabalhar com o músico indiano Ravi Shankar, na França, Glass viajou em 1966 à Índia, principalmente por razões religiosas. Alí entrou em contato com os refugiados tibetanos, tornou-se budista e conheceu Dalai Lama em 1972. Foram o trabalho junto a Ravi Shankar e a percepção do ritmo aditivo na música indiana que o conduziram a seu singular estilo.
Quando voltou a Nova York, começou a escrever peças baseadas em ritmos aditivos e com um sentido do tempo influenciado pelo dramaturgo e escritor irlandês Samuel Beckett, cujo trabalho descobriu compondo para obras de teatro experimentais.
No final da década de 60, Glass forma seu próprio grupo. O Philip Glass Ensemble começa a tocar principalmente em galerias de arte e outros ambientes undergrounds. Foram tempos duros para o compositor. Ele teve que trabalhar como taxista e reparador de eletrodomésticos ao mesmo tempo em que continuava compondo e interpretando.
Seu reconhecimento começou a partir da colaboração com o cenógrafo minimalista Robert Wilson, com quem realizou a ópera experimental Einstein on the Beach, um manifesto antinuclear com libreto escrito por um psicótico onde cada elemento clássico do gênero operístico é renovado e alterado de modo consciente. Contudo, a fama internacional e certo status de gênio musical chegariam pelo filme experimental Koyaanisqatsi, dirigido por Godfrey Reggio e produzido por Francis Ford Coppola.
Em toda a sua carreira o músico contabiliza a produção de inúmeras óperas, sinfonias, concertos, trilhas sonoras para filmes e trabalhos em colaboração com outros compositores. Tem dois filhos e reside em Nova York, nos Estados Unidos, e em Nova Escócia, no Canadá.
O que é
O Fronteiras Braskem do Pensamento é um circuito internacional de conferências que acontece este ano pela primeira vez em Salvador e em São Paulo e, pela segunda, em Porto Alegre. Desde março, o projeto trouxe à Bahia estetas globais como os filósofos franceses Bernard-Henri Lévy e Luc Ferry, a escritora norte-americana Camille Paglia, a política somali Ayaan Hirsi Ali, o psiquiatra francês Charles Melman e, por último, o cineasta alemão Wim Wenders. Nos próximos meses trará ainda o ex-ministro da Cultura e da Educação da França, Jack Lang, e o antropólogo e historiador Edgar Morin. Este substituirá o músico David Byrne que, por questões pessoais, cancelou sua vinda ao Brasil.
(Com informações de Ariluz Fernandes, da AC Comunicação)

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