Frederico de Mendonça: Feira tem maior concentração de bens tombados, depois de Salvador
Foto: Basílio Fernandez
"Patrimônio e Desenvolvimento" foi o tema do encontro promovido pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), autarquia da Secretaria de Estado da Cultura, realizado na noite de segunda-feira, 30 de junho, no Teatro do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca). O diretor geral do Ipac, arquiteto Frederico de Mendonça, palestrou sobre a questão e colocou sobre a "aproximação" do instituto e como ele pode ajudar Feira de Santana, "abrindo cabeças para a memória e a salvaguarda de bens materiais e imateriais".
Para ele, a discussão foi aberta e pretende que o debate sobre a importância do tombamento de bens culturais seja aprofundado. Segundo Frederico de Mendonça, "é preciso cuidar da vizinhança dos bens tombados". Recomendou "gestos concretos além do estardalhaço que é feito". Tratou sobre a mudança de paradigma e também fez questionamentos sobre os bens tombados locais e se isso atrasa o desenvolvimento: "O que eles têm a ver com Feira de Santana?"
O diretor do Ipac ainda fez considerações sobre a restauração do Paço Municipal Maria Quitéria, que teve acompanhamento do instituto, e como "mudou meu olhar sobre Feira de Santana". Ele colocou também que "Feira apresenta uma trajetória antropofágica, comendo o seu passado", a partir da visão do documentário "Memórias Videográficas de Feira de Santana", de Reinaldo Bacellar, apresentado na abertura do encontro.
O secretário Carlos Brito, do Planejamento, que representou o prefeito José Ronaldo de Carvalho, elencou uma série de ações e intervenções do Munícipio na restauração de bens municipais, ressaltando o trabalho feito no Paço Municipal Maria Quitéria, bem como no Arquivo Público Municipal. Também citou todos templos católicos que foram restaurados nesses oito anos.
Participaram da mesa e também fizeram considerações o vereador Marialvo Barreto, o arcebispo metropolitano dom Itamar Vian, a diretora do Cuca Selma Soares e o engenheiro João Falcão, inspetor chefe do Crea em Feira de Santana. Também tiveram voz, representantes de movimentos populares, que condenaram o "tombamento de bens materiais das elites".
Como ações conseqüentes, o Ipac deverá promover junto com a Prefeitura e a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) curso de Educação Patrimonial e novos encontros com instituições interessadas na questão.
Os presentes foram convidados para visitarem a exposição "Ipac 40 Anos", em pauta desde 13 de junho e até este domingo, 6, no Salão Nobre do Paço Municipal Maria Quitéria.
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