Por Thomas Sowell, em 1 de julho de 2008, no site "Mídia Sem Máscara" (www.midiasemmascara.org):
Ao se tornar o candidato democrata à presidência dos EUA, para a alegria da mídia doméstica e internacional, o senador Barack Obama escreveu uma carta ao Ministro da Defesa como se ele já fosse presidente e estivesse se dirigindo a um de seus subordinados.
A carta termina assim: “Aguardo uma resposta imediata”.
Com as guerras do Iraque e Afeganistão ainda em andamento, um ministro da Defesa deve ter outras coisas com que se preocupar antes de elaborar uma “resposta imediata” a um candidato político.
Por causa das estatísticas, amplamente divulgadas, de que a taxa de suicídio entre os soldados americanos se elevou, o senador Obama diz querer saber do ministro, imediatamente:
“Quais mudanças o senhor fará para providenciar aos soldados no campo de batalha o apropriado tratamento médico?”.
“Qual tipo de treinamento o Pentágono tem dado aos profissionais de saúde que trabalham nas zonas de guerra para que eles reconheçam quem está a ponto de cometer suicídio?”.
“Que tipo de assistência o senhor providenciou para as famílias que estão aqui em casa para que elas possam reconhecer os fatores de risco de suicídio e, desta forma, ajudar os profissionais a prestarem assistência aos soldados necessitados?”
“Quais são os programas que o Pentágono tem implementado para reduzir o estigma que carrega alguém com problemas de saúde mental, de forma a que um maior número de militares procure a ajuda apropriada?”.
Tudo isso parece muito plausível, como muitas outras coisas ditas pelo senador Obama. Mas, como muitas das outras coisas, isso não se sustenta sob o devido escrutínio.
O que tem sido amplamente divulgado pela mídia é que o número de suicídios entre soldados americanos aumentou. O que não tem sido amplamente divulgado é que essa taxa maior de suicídios não é ainda tão alta quanto a taxa de suicídios entre grupos demograficamente comparáveis de civis.
Ninguém precisa ser lembrado de que suicídio é uma questão séria, quer entre soldados, quer entre civis. Mas a mídia tem agido de forma a criar a impressão de que é o serviço militar no exterior a causa dos suicídios entre os soldados americanos, quando se sabe que civis de mesma idade e mesmas características demográficas estão cometendo, em casa, suicídio a taxas ainda mais elevadas.
Ademais, esta não é a primeira vez em que o serviço militar é descrito na mídia como a causa de problemas que são piores na população civil no país.
O New York Times foi o primeiro a tratar na primeira página do jornal a questão dos homicídios cometidos por militares que voltam da guerra, colocando a culpa disso no “trauma de combate e no estresse da permanência na zona de guerra”. Por outro lado, o New York Post mostrou que a taxa de homicídio entre os veteranos de guerra é uma fração da taxa de homicídios entre os civis demograficamente comparáveis.
Em outras palavras, se os veteranos militares não são completamente imunes aos problemas encontrados na população civil no país, então os problemas dos veteranos são culpa do serviço militar - pelo menos para a mídia mais influente.
Saberá o senador Obama a relação entre os suicídios ou homicídios entre os veteranos militares e entre a população civil? Terão os fatos alguma importância para ele, comparados a uma oportunidade de ganhar alguns pontos políticos?
Talvez ainda mais importante: estará a mídia minimamente preocupada se o senador Obama sabe do que ele está falando? Ou esse simbolismo do “primeiro presidente negro” é tão importante, mesmo se isso significar um presidente com uma ignorância atrevida em tempos de perigo para a nação?
A mídia tem sido crucial para toda a candidatura de Barack Obama. Suas únicas realizações de significância nacional em toda a sua carreira têm sido retóricas e midiáticas.
Talvez a maior delas tenha sido ser candidato com uma imagem totalmente incompatível com o que ele realmente tem feito por décadas. Esse homem, que vai agora supostamente nos “unir”, tem trabalhado lado a lado e contribuído com seu dinheiro e com o dinheiro dos contribuintes com gente que procura nos dividir da forma mais demagogicamente grosseira.
Com toda a sua expressa preocupação com a guerra do Iraque, ele não pôs os pés lá por mais de dois anos – incluindo exatamente os anos em que progressos têm sido feitos contra os terroristas.
Você não precisa saber dos fatos quando é um ignorante atrevido e tem a mídia a seu lado.
Publicado por Townhall.com. Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo.
* Thomas Sowell é doutor em Economia pela Universidade de Chicago e autor de mais de uma dezena de livros e inúmeros artigos, abordando tópicos como teoria econômica clássica e ativismo judicial. Atualmente é colaborador do Hoover Institute.
Ao se tornar o candidato democrata à presidência dos EUA, para a alegria da mídia doméstica e internacional, o senador Barack Obama escreveu uma carta ao Ministro da Defesa como se ele já fosse presidente e estivesse se dirigindo a um de seus subordinados.
A carta termina assim: “Aguardo uma resposta imediata”.
Com as guerras do Iraque e Afeganistão ainda em andamento, um ministro da Defesa deve ter outras coisas com que se preocupar antes de elaborar uma “resposta imediata” a um candidato político.
Por causa das estatísticas, amplamente divulgadas, de que a taxa de suicídio entre os soldados americanos se elevou, o senador Obama diz querer saber do ministro, imediatamente:
“Quais mudanças o senhor fará para providenciar aos soldados no campo de batalha o apropriado tratamento médico?”.
“Qual tipo de treinamento o Pentágono tem dado aos profissionais de saúde que trabalham nas zonas de guerra para que eles reconheçam quem está a ponto de cometer suicídio?”.
“Que tipo de assistência o senhor providenciou para as famílias que estão aqui em casa para que elas possam reconhecer os fatores de risco de suicídio e, desta forma, ajudar os profissionais a prestarem assistência aos soldados necessitados?”
“Quais são os programas que o Pentágono tem implementado para reduzir o estigma que carrega alguém com problemas de saúde mental, de forma a que um maior número de militares procure a ajuda apropriada?”.
Tudo isso parece muito plausível, como muitas outras coisas ditas pelo senador Obama. Mas, como muitas das outras coisas, isso não se sustenta sob o devido escrutínio.
O que tem sido amplamente divulgado pela mídia é que o número de suicídios entre soldados americanos aumentou. O que não tem sido amplamente divulgado é que essa taxa maior de suicídios não é ainda tão alta quanto a taxa de suicídios entre grupos demograficamente comparáveis de civis.
Ninguém precisa ser lembrado de que suicídio é uma questão séria, quer entre soldados, quer entre civis. Mas a mídia tem agido de forma a criar a impressão de que é o serviço militar no exterior a causa dos suicídios entre os soldados americanos, quando se sabe que civis de mesma idade e mesmas características demográficas estão cometendo, em casa, suicídio a taxas ainda mais elevadas.
Ademais, esta não é a primeira vez em que o serviço militar é descrito na mídia como a causa de problemas que são piores na população civil no país.
O New York Times foi o primeiro a tratar na primeira página do jornal a questão dos homicídios cometidos por militares que voltam da guerra, colocando a culpa disso no “trauma de combate e no estresse da permanência na zona de guerra”. Por outro lado, o New York Post mostrou que a taxa de homicídio entre os veteranos de guerra é uma fração da taxa de homicídios entre os civis demograficamente comparáveis.
Em outras palavras, se os veteranos militares não são completamente imunes aos problemas encontrados na população civil no país, então os problemas dos veteranos são culpa do serviço militar - pelo menos para a mídia mais influente.
Saberá o senador Obama a relação entre os suicídios ou homicídios entre os veteranos militares e entre a população civil? Terão os fatos alguma importância para ele, comparados a uma oportunidade de ganhar alguns pontos políticos?
Talvez ainda mais importante: estará a mídia minimamente preocupada se o senador Obama sabe do que ele está falando? Ou esse simbolismo do “primeiro presidente negro” é tão importante, mesmo se isso significar um presidente com uma ignorância atrevida em tempos de perigo para a nação?
A mídia tem sido crucial para toda a candidatura de Barack Obama. Suas únicas realizações de significância nacional em toda a sua carreira têm sido retóricas e midiáticas.
Talvez a maior delas tenha sido ser candidato com uma imagem totalmente incompatível com o que ele realmente tem feito por décadas. Esse homem, que vai agora supostamente nos “unir”, tem trabalhado lado a lado e contribuído com seu dinheiro e com o dinheiro dos contribuintes com gente que procura nos dividir da forma mais demagogicamente grosseira.
Com toda a sua expressa preocupação com a guerra do Iraque, ele não pôs os pés lá por mais de dois anos – incluindo exatamente os anos em que progressos têm sido feitos contra os terroristas.
Você não precisa saber dos fatos quando é um ignorante atrevido e tem a mídia a seu lado.
Publicado por Townhall.com. Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo.
* Thomas Sowell é doutor em Economia pela Universidade de Chicago e autor de mais de uma dezena de livros e inúmeros artigos, abordando tópicos como teoria econômica clássica e ativismo judicial. Atualmente é colaborador do Hoover Institute.
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