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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Guerreira brasileira

Na publicação "Galileu História", de sábado, 7, a matéria "Além de Dom Pedro as outras vozes da Independência do Brasil", de Vanessa Centamori, com edição de Nathalie Provoste, que trata sobre a emancipação brasileira, que "não se deu apenas pelo grito de Dom Pedro I às margens do rio Ipiranga em 1822" e convida a conhecer "outros peronagens que deixaram sua marca nesse capítulo que transformou nossa história". 


Maria Quitéria de Jesus - Foto: Getty Images/Wikimedia Commons

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Um dos importantes registros que Maria Graham fez em seus anos no Brasil foi sobre uma figura de fora da corte: Maria Quitéria de Jesus, jovem do interior baiano hoje muito citada como a primeira mulher a integrar o Exército brasileiro. A inglesa descreveu a brasileira como "iletrada, mas inteligente" e afirmou que "sua compreensão é rápida e sua percepção, aguda", segundo o livro Mulheres do Brasil: A história não contada, de Paulo Rezzutti.

Órfã de mãe, Quitéria confidenciou a Graham que havia sido marcada por uma conversa entre o seu pai e um oficial da junta do governo baiano. Ao ouvir o soldado elogiar os serviços de Dom Pedro e as virtudes de Leopoldina, Maria teria "sentido o coração ardendo no peito" para lutar ao lado dos brasileiros. Assim, pediu ao pai para se alistar - mas ele proibiu. Rebelde, a jovem fugiu de casa na ausência dele. Com o auxílio da irmã, cortou o cabelo, vestiu-de se homem e passou a usar o nome do cunhado, atuando sob o nome de "soldado Medeiros".

Maria Quitéria, a primeira mulher a se alistar no Exército Brasileiro

Em 2018, Quitéria até entrou para a lista dos heróis e heroínas da Pátria inscritos no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves. Mas, embora seja um caso raro de uma mulher que teve um papel de destaque nas lutas de independência do Brasil, há discussões sobre o quão acurada é a narrativa popular que se tem sobre ela hoje. "Por detrás de todo herói, de toda heroína, tem uma mitificação, um exagero, uma distorção. Esses feitos são exagerados pela posteridade, porque a posteridade precisa de heróis", reflete o professor João Paulo Garrido. "A Maria Quitéria não foi exatamente uma heroína, porque a independência foi um processo muito, mas muito coletivo; envolveu milhares de pessoas que, de diferentes formas, construíram esse fundamental processo político."

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Fonte:https://revistagalileu.globo.com/

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