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sexta-feira, 26 de julho de 2024

O Brasil, o Nobel e as medalhas olímpicas

Por Paulo Cesar Bastos

Brasil está no G20, é um dos mais fortes emergentes do BRIC (Brasil-Rússia-India e China), possui uma das maiores populações e território no mundo, tem uma economia dinâmica, diversificada e articulada com o mercado global.

Com tudo isso, nunca conseguimos um Prêmio Nobel e o nosso desempenho olímpico é sempre inferior ao dos países que mais receberam o Nobel. Existem razões? É claro que existem.

Precisamos do programa nacional de desenvolvimento científico e tecnológico cada vez mais forte e adequado à sociedade contemporânea, integrando a pesquisa com o desenvolvimento, levando as noções empreendedoras, inovadoras e vencedoras para as instituições de pesquisa e de educação superior. Pesquisar para utilizar. Mais ação e menos locução. Interação com as empresas e as demandas da sociedade.

No Brasil, somos pródigos em incorporar tecnologia, mas temos dificuldades em gerá-las. O nosso "balanço comercial" tecnológico é negativo, importamos quase toda a moderna tecnologia que utilizamos. Esse cenário precisa ser modificado com uma estratégia moderna e inovadora no sentido de um novo tempo de desenvolvimento, sustentável e duradouro.

A mudança deve começar com uma maior produção do conhecimento além do ambiente público. A sociedade do conhecimento exige, também, o fortalecimento de um sistema privado para a produção científica e tecnológica. Para ser competitivo, todo o país precisa ser criativo.

Quanto às medalhas olímpicas, é notória e urgente a necessidade de colocar o esporte como fator motivador da juventude, incentivando a prática nos bairros, nos clubes, nas escolas e nas universidades, com acompanhamento e monitoramento de treinadores, médicos e paramédicos.

Esporte é cultura, mas hoje, também, é ciência. Essa compreensão é fundamental para a construção não só das quadras poliesportivas, mas, sobretudo, de um projeto nacional para a melhoria do nível do nosso esporte, com o rigor tecno-científico necessário para ser competitivo, não só para disputar, mas para vencer.

Enfim, para ser vencedor de Prêmio Nobel e de medalhas olímpicas o Brasil precisa ingressar de fato e direito na sociedade e economia do conhecimento. Estabelecer metas e desenvolver uma visão de futuro. Melhorar o insumo básico para o acesso a essa sociedade moderna: a educação. Valorizar os sábios e não os sabidos.

Não podemos, no entanto, continuar com a visão de esperar tudo da máquina do Estado. Precisamos fazer a nossa parte, exercer o direito, mas, também, o dever de cidadão. Capacitação, cooperação, comunicação, compromisso e confiança. O tempo não pára. Participar e inovar é preciso, pois a nossa hora para avançar é agora. Não se constrói nada sozinho.

Paulo Cesar Bastos nasceu em Feira de Santana-BA. É engenheiro civil pela Escola Politécnica da UFBA, 1973. Profissional com mais de 40 anos de atuação em diversas áreas da engenharia civil.

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