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Em entrevista coletiva após cerimônia no Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville, o presidente Jair Bolsonaro comentou o pronunciamento do ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro afirmou que suas críticas não são à instituição do Supremo, mas a alguns de seus membros.
O presidente disse: "As críticas que eu faço são pontuais. Não tem briga entre eu e os outros poderes". Bolsonaro explicou: "o que o povo quer é uma eleição limpa, com voto democrático, e contagem pública. Existe algo mais democrático que isso? A alma da democracia é o voto. Não queremos ter dúvidas nas eleições do ano que vem".
Questionado sobre a narrativa da velha imprensa sobre supostas "intenções golpistas", Bolsonaro disse: "Até o momento, eu tenho agido dentro das quatro linhas da Constituição. O que não pode é o outro lado, alguns do outro lado, agirem fora. Vou continuar sempre a agir dentro das quatro linhas. Espero que o outro lado volte para dentro das quatro linhas. Nós queremos democracia, respeito, respeito à Constituição, que não está sendo respeitada. Deixar de querer usar o poder da força para intimidar. Abrir inquérito de fake news, pelo amor de Deus! Fake news é o próprio ministro Alexandre de Moraes. Ele abre inquérito, ele julga, ele coleta informações, ele condena. Que negócio é esse? Sem ouvir o Ministério Público?".
O presidente apontou: "O que ele tem feito nesse inquérito do fim do mundo não tem cabimento. Prendendo parlamentar. Ou respeitamos a Constituição ou não". Bolsonaro explicou que parlamentares são invioláveis por quaisquer palavras, opiniões e votos, e disse: "Prendeu parlamentar, prendeu um colega de vocês. Prendeu jornalista por ter feito matéria contra o Supremo". Bolsonaro perguntou: "Quando você critica uma decisão do Supremo, isso é atentar contra a democracia?".
O presidente afirmou que, se alguém deseja um golpe, é o outro lado: "Afinal de contas, as urnas são inauditáveis". Bolsonaro explicou que essa é a conclusão da auditoria feita pelo PSDB e de relatórios da Polícia Federal, além de diversos técnicos. O presidente lembrou que apresentou provas em sua live, fornecidas pelo próprio TSE, e perguntou: "Quem é que não quer eleições limpas?".
Questionado sobre a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira, de levar ao plenário a PEC do Voto Impresso, Bolsonaro lembrou que o ministro Luís Roberto Barroso foi para dentro do parlamento, e após sua conversa com chefes de partidos, os integrantes da comissão foram trocados. O presidente perguntou: "Isso é democracia? Com que interesses?". Bolsonaro disse: "Quero saber qual é o poder de persuasão do sr. Barroso. Por que não diz pra mim o que disse pra eles na reunião? Por que não me convence?".
O presidente mencionou ainda várias outras questões relativas à proposta do voto impresso, discutiu evidências de interferência, e disse: "A quem o sr. Barroso deve lealdade? Não é ao povo. Eu não critico o Supremo, critico decisões. Ou não pode criticar?".
Questionado sobre o que dirá ao presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, Bolsonaro disse: "Depois do pronunciamento dele, aguardo um comunicado dele. Sei que ele já ligou para alguns ministros meus. Não vou ligar, não. Ele tem meu telefone. Nós temos que engolir sapo muitas vezes. Para o bem da população, da democracia. Outra coisa: eu não estou errado no voto impresso. Ninguém é mais democrata do que eu . Tudo o que me acusaram, disseram que eu faria, eu não fiz. Eles é que estão fazendo. Qual o medo do voto democrático? Qual o problema? Para quê termos dúvida nas próximas eleições?"
O presidente afirmou que as atitudes de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal estão minando a credibilidade da Corte. Ele exemplificou, ao falar da CPI: "A Rosa Weber manteve a quebra o sigilo da irmã de um assessor meu. Nunca trabalhou comigo. Agora, a Rosa Weber e outros do Supremo mantêm o sigilo dos advogados do Adélio. Quer mais parcialidade do que isso? O povo vai perdendo o respeito". O presidente perguntou: "O Alexandre de Moraes, o Barroso, pode comprar um pão na padaria de manhã? Não pode. Perdeu a credibilidade". Bolsonaro prosseguiu: "Diz o ministro Fux que estou perseguindo ministros pelo que eles votam. Eles deveriam ter orgulho do que votam, não se esconder, temer".
Informações: http://www.folhapolitica.org
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