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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Feira foi quartel-general de Labatut na Independência


                            Feira de Santana no cenário 
                      da Independência do Brasil na Bahia




Até agora não se sabia sobre a vinda de Pedro Labatut a Feira de Santana. Quase 200 anos depois, a descoberta da ilustre visita, que colocou Feira de Santana no cenário da Independência. Um trabalho de garimpagem feito pelo Núcleo de Preservação da Memória Feirense Rollie R. Poppino. Nos dois séculos, nem historiadores nem memorialistas tiveram conhecimento do fato relevante.
O general francês, natural de Cannes, veterano do exército napoleônico, veio para o Brasil a convite do imperador D. Pedro I e de José Bonifácio, para formar e comandar o Exército Pacificador durante a Independência do Brasil na Bahia.
O relato da memória histórica:
"Ilms. Srs. Commandantes militares e de ordenanças das villas de S. Francisco e Sergipe do Conde - Accuso a recepção do officio de VV. SS., datado de 25 do corrente, e agradeço sobremaneira a VV. SS. as expressões com que tanto me obrigão. Eu tenciono chegar á Feira hoje pelo meio-dia, e dahi passarei as ordens necessárias para a reunião das tropas.
Deus guarde a VV. SS. Quartel-general de Ipojuca, 27 de outubro de 1822. - Labatut."
Esse o teor do ofício que o general Labatut mandou da povoação da Ipojuca, em resposta ao tenente coronel Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque. Este, na mesma data oficiou, do quartel da força armada, ao governo interino o seguinte:
"Neste instante acabo de receber a participação do ajudante de ordens do Exm. general Labatut, em que me assevera hoje se achar na Feira; eu já parto para recebê-lo."
Diz o relato histórico que Labatut não chegou como desejava á povoação da Feira de Santa Anna (então villa) no dia 27 e sim no dia 28 de outubro, e imediatamente deu parte de sua chegada ao governo interino da província, e recebendo resposta, de novo oficiou, pedindo a o mesmo governo a enviatura de um delegado seu para conferir com ele.
No mesmo dia fez expedir do quartel general da Feira de Santa Anna o seguinte ofício:
"Sendo repetidos os ataques do inimigo nos pontos de Pirajá e Cabrito, e por consequencia mui grande o consumo de pólvora nos ditos pontos, VV. EExs. farão remeter para ali, com a maior brevidade possível, 100 barris de pólvora da que existe nessa villa, para ser entregue ao tenente-coronel comandante daquela força Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque.
Deus guarde a VV. EExs. Quartel-general da Feira de Sant'Anna, 28 de outubro de 1822. - Labatut."
Na mesma data, Labatut oficiou ao governo pedindo remessa de farinha, pela embocadura do rio Cotygipe; e providências para a descida de gados para o exército.
Também ordenou do quartel general da Feira de Santana Anna, que fizesse marchar todas as forças estacionadas na vila de Santo Amaro para o Engenho Novo.
Depois da Feira
Na sequência, Labatut obteve grandes sucessos durante seu comando na guerra. Num conflito que se desenvolvia como guerra de guerrilha, sob sua liderança foram conseguidas vitórias decisivas para os brasileiros: a Batalha de Pirajá e a derrota da Armada portuguesa quanto estes tentaram retomar a Ilha de Itaparica.
A Batalha de Pirajá foi a mais importante de todo o conflito e ocorreu no dia 8 de novembro de 1822.
Após a guerra, Pedro Labatut retornou à Bahia em 1824, quando foi homenageado por sua atuação durante a Guerra de Independência, permanecendo na província até a sua morte em 24 de setembro de 1849.

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