Francesa Elsa Schiaparelli recebeu Ordem do Vaqueiro
"Expressivas
homenagens foram prestadas pela sociedade baiana à Madame Schiaparelli (Foto) em sua
visita à Bahia. Integrando uma comitiva da qual faziam parte o sr. Assis
Chateaubriand, a sra. Yolanda Penteado Matarazzo, sra. Maria Frias, da
Embaixada do Brasil em Paris, advogado José Rabello e o pintor português Pedro
Leitão. Nenhuma, porém, tocou tão de perto ao coração da grande lançadora de
modas parisiense como a que lhe foi prestada na cidade de Feira de Santana,
onde teve oportunidade de receber, numa autêntica vaquejada nordestina, a Ordem
do Vaqueiro. Ostentando soberba roupa de couro, que lhe fora presenteada pelo
sr. Pedro de Freitas, governador do Piauí, e tendo ao seu lado, vestido de
vaqueiro, o sr. Assis Chateaubriand e mais oitenta vaqueiros, cavalgando um
cavalo da Fazenda Provisão do sr. Vicente Grillo, Madame Schiaparelli, a famosa
mestra da alta costura francesa, desfilou pelas ruas de Feira de Santana, rumo
aos Currais Modelo, onde se realizou o cerimonial, presidido pelo sr. Almaquio
Boaventura, prefeito municipal."
Este o relato dos meios de comunicação sobre o importante nome da alta-costura, Elsa Schiaparelli, em sua visita a Feira de Santana.
Quem é
Elsa Schiaparelli nasceu em 10 de setembro de 1890 em Roma, Itália. Morreu em 13 de novembro de 1973 em Paris, na França.
Formada em filosofia e dedicada à poesia, ela sempre frequentou os círculos mais intelectualizados, tanto dos Estados Unidos como da Europa. Na América, frequentou os mais sofisticados círculos de artes, dadaístas e surrealistas, nos quais conheceu Marcel Duchamp, o barão de Meyer e Man Ray. Em junho de 1922, seguiu para Paris, quando iniciou sua carreira de estilista, incentivada pelo papa da moda, Paul Poiret (1879-1944), um dos primeiros designers de moda a estabelecer trocas com artistas de vanguarda. Além de detentora do cetro da alta costura por muitos anos em Paris, sua inteligência e seu charme cativam a amizade de grandes artistas e escritores, muitos dos quais frequentadores assíduos de sua casa.
Avó da atriz Marisa Berenson. Ganhou o Prêmio Neiman-Marcus em 1940. Publicou sua autobiografia, "Shocking Life", em 1954.
Promoção da moda
O empresário Assis Chateaubriand, chamado de "O Rei do Algodão", promoveu a moda brasileira no início dos anos 50. Ele buscava associar matéria-prima nacional com a alta-costura francesa. Nesse sentido, entre 1951 e 1952, ele foi responsável pela vinda ao Brasil de três importantes nomes da alta-costura: Elsa Schiaparelli, Jacques Fath e Marcel Rochas.
No período, "O Cruzeiro" a revista era a mais lida do Brasil, e sua tiragem média na década de 1950 chegava a 500 mil exemplares.
O roteiro cultural preparado por Chateaubriand para Schiaparelli é repleto de visitas a lugares que se coadunavam com os estereótipos do Brasil propagados no exterior, e especialmente pelos filmes de Walt Disney realizados no âmbito da política da "Boa Vizinhança", como "Alô Amigos" e "Você Já Foi à Bahia". A costureira é levada pelo empresário, por exemplo, à favela carioca Morro do Pinto, onde ocorreu uma cerimônia na qual foram exibidas três obras de Amadeo Modigliani (1884-1920) - ela foi paraninfa da tela "Retrato de Madame Hanka Zborowsk" - então recém-adquiridas pelo Museu de Arte de São Paulo (Masp), seguida de uma apresentação de samba. Schiaparelli também esteve em São Paulo e no Recife, mas foi a Bahia que lhe chamou a atenção. A italiana gostou das igrejas incrustadas de ouro, do Mercado Modelo, visitou praias soteropolitanas e se encantou com o que denominou "balé dos pescadores".
Este o relato dos meios de comunicação sobre o importante nome da alta-costura, Elsa Schiaparelli, em sua visita a Feira de Santana.
Quem é
Elsa Schiaparelli nasceu em 10 de setembro de 1890 em Roma, Itália. Morreu em 13 de novembro de 1973 em Paris, na França.
Formada em filosofia e dedicada à poesia, ela sempre frequentou os círculos mais intelectualizados, tanto dos Estados Unidos como da Europa. Na América, frequentou os mais sofisticados círculos de artes, dadaístas e surrealistas, nos quais conheceu Marcel Duchamp, o barão de Meyer e Man Ray. Em junho de 1922, seguiu para Paris, quando iniciou sua carreira de estilista, incentivada pelo papa da moda, Paul Poiret (1879-1944), um dos primeiros designers de moda a estabelecer trocas com artistas de vanguarda. Além de detentora do cetro da alta costura por muitos anos em Paris, sua inteligência e seu charme cativam a amizade de grandes artistas e escritores, muitos dos quais frequentadores assíduos de sua casa.
Avó da atriz Marisa Berenson. Ganhou o Prêmio Neiman-Marcus em 1940. Publicou sua autobiografia, "Shocking Life", em 1954.
Promoção da moda
O empresário Assis Chateaubriand, chamado de "O Rei do Algodão", promoveu a moda brasileira no início dos anos 50. Ele buscava associar matéria-prima nacional com a alta-costura francesa. Nesse sentido, entre 1951 e 1952, ele foi responsável pela vinda ao Brasil de três importantes nomes da alta-costura: Elsa Schiaparelli, Jacques Fath e Marcel Rochas.
No período, "O Cruzeiro" a revista era a mais lida do Brasil, e sua tiragem média na década de 1950 chegava a 500 mil exemplares.
O roteiro cultural preparado por Chateaubriand para Schiaparelli é repleto de visitas a lugares que se coadunavam com os estereótipos do Brasil propagados no exterior, e especialmente pelos filmes de Walt Disney realizados no âmbito da política da "Boa Vizinhança", como "Alô Amigos" e "Você Já Foi à Bahia". A costureira é levada pelo empresário, por exemplo, à favela carioca Morro do Pinto, onde ocorreu uma cerimônia na qual foram exibidas três obras de Amadeo Modigliani (1884-1920) - ela foi paraninfa da tela "Retrato de Madame Hanka Zborowsk" - então recém-adquiridas pelo Museu de Arte de São Paulo (Masp), seguida de uma apresentação de samba. Schiaparelli também esteve em São Paulo e no Recife, mas foi a Bahia que lhe chamou a atenção. A italiana gostou das igrejas incrustadas de ouro, do Mercado Modelo, visitou praias soteropolitanas e se encantou com o que denominou "balé dos pescadores".
Sua estadia em Feira
de Santana foi no segundo semestre do ano de 1952, quando recebeu de Chatô a Ordem
do Vaqueiro, uma condecoração criada por Assis Chateaubriand para
homenagear pessoas ilustres. No ato da
homenagem o condecorado deveria vestir gibão e chapéu
confeccionados em couro cru de bode. Entre
outras personalidades agraciou Winston Churchill, Getúlio Vargas
e Lomanto Júnior com a referida ordem. Chateaubriand
entendia que os vaqueiros nordestinos eram um dos principais signos indentitários do País. Para
estudiosos, a presença de Schiaparelli foi um compromisso de conotações
surrealistas.
No cinema
Ela é
conhecida no cinema por seus trabalhos como figurinista nos filmes "Túnel
Transatlântico" (1935), com Richard Dix; "O Amado Vagabundo" (1936), com
Maurice Chevalier; "Amor no Exílio" (1936), com Clive Brook e Helen
Vinson; "Larápio Encantador" (1937), com Douglas Fairbanks Jr.; "A Vida É uma
Festa" (1937), com Mae West; "No Turbilhão Parisiense" (1938), com Joan
Bennett; "Não Sei Quem Sou" (1940), com Rex Harrison; "Como Damas do Bois de
Bologne" (1945), com Maria Casares; "Topaze" (1951), com Fernandel; e "Moulin
Rouge" (1952), com Jose Ferrer e Zsa Zsa Gabor.
Citações de Schiaparelli
"Em tempos difíceis,
a moda é sempre escandalosa."
"Nunca coloque um
vestido no corpo, mas treine o corpo para encaixar no vestido."
"As mulheres se vestem do mesmo jeito em todo o mundo: elas se vestem para incomodar outras mulheres."
"As mulheres se vestem do mesmo jeito em todo o mundo: elas se vestem para incomodar outras mulheres."
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