Por Percival Puggina
A maior dificuldade enfrentada nestes dias pelo
governo federal é criada pelo gigantesco mecanismo que os movimentos
revolucionários acionam a um estalar de dedos no plano nacional e
internacional. É impressionante a fidelidade e a dedicação à causa. Há muito
que aprender observando sua atuação, na qual o mais relevante é a reciprocidade
dos apoios.
Não houve coisa sequer parecida na história
dos povos fora do espaço religioso e das sociedades secretas. Nos dois últimos
séculos, porém, os movimentos revolucionários trouxeram para o terreno da
política uma energia capaz de lhes dar longa vida e efetividade. A rápida
circulação de informações que caracteriza as últimas décadas, assim como acabou
com a hegemonia da mídia formal e com o privilegiado poder dos formadores de
opinião, serviu também, esplendidamente, ao papel pró-hegemônico da articulação
esquerdista, exercida mundialmente, sem contraponto.
Durante a campanha eleitoral brasileira de 2018, a imprensa internacional, acompanhando a nacional, procurou desconhecer as possibilidades eleitorais do candidato vitorioso. Entretanto, no dia seguinte à eleição de Bolsonaro, a mesma mídia externa expressava sua repulsa ao sucesso de um candidato "machista, homofóbico, misógino, antidemocrático e de extrema-direita". Onde foi que aprenderam isso?
Durante a campanha eleitoral brasileira de 2018, a imprensa internacional, acompanhando a nacional, procurou desconhecer as possibilidades eleitorais do candidato vitorioso. Entretanto, no dia seguinte à eleição de Bolsonaro, a mesma mídia externa expressava sua repulsa ao sucesso de um candidato "machista, homofóbico, misógino, antidemocrático e de extrema-direita". Onde foi que aprenderam isso?
É perigosa e alarmante a ausência de algo capaz de
articular enfrentamento com orientação liberal e/ou conservadora. Nada, nem
aqui, nem mundo afora. Só o governo brasileiro fala a favor de si mesmo e de
seus programas. E só fala em português, nas redes sociais. Zero articulação
internacional.
Em contrapartida, é imenso o volume de poder
político e financeiro que se vai concentrando em mãos de grupos
revolucionários, anticapitalistas, alinhados em formas de "democracia popular"
(de novo, como no Leste Europeu!) ao molde adotado pelos governos de Cuba,
Nicarágua, Venezuela, Bolívia, com os quais o PT confraterniza e volta a se
congregar no Grupo de Puebla. Alguém poderá se indagar sobre a necessidade
desse novo grupo, dado que já existe o Foro de São Paulo. No entanto, mais um
grupo é um grupo a mais, na linha do que aqui exponho.
Há uma miríade de fundações e organismos
internacionais despejando dinheiro em pautas "progressistas" empenhadas em
lutar contra o progresso e apoiando medidas antiocidentais ou
anticivilizatórias. Em todo o mundo, organizações de direitos humanos,
rescendendo a perfume barato de falso humanismo (oportunista, abortista,
materialista e anticristão), fazem trabalho semelhante pelas mesmas causas. No seu
horizonte estão o desejado poder político e a engenharia social.
Se pudermos deixar de lado a armação nacional e
internacional a que o novo presidente está exposto, o que presenciamos nestes
dias evidencia que o vencedor do pleito presidencial de 2018 está muito bem
assessorado para conduzir uma gestão com resultados positivos. Embora os
agentes da corrupção lutem por sobrevivência e restauração do status quo
anterior, embora a Lava Jato tenha tantos inimigos no Congresso e no STF, as
lâmpadas vermelhas acesas nos painéis dos economistas começam a apagar e as
verdes a tremeluzir.
Bolsonaro, a despeito das características de sua
personalidade, pavio curto e freio desregulado, faz um bom governo porque não
delegou tarefas a picaretas. Seus ministros não são operadores de sistemas
criminosos. Bem ao contrário, enfrentam uma luta de vida ou morte contra os
criminosos remanescentes nos poderes de Estado. Tenhamos em conta, sempre, que
política não é um jogo que se assiste, mas um jogo que se joga.
Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de "Crônicas Contra o Totalitarismo", "Cuba, a Tragédia da Utopia", "Pombas e Gaviões", "A Tomada do Brasil". Integrante do grupo Pensar+.
Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de "Crônicas Contra o Totalitarismo", "Cuba, a Tragédia da Utopia", "Pombas e Gaviões", "A Tomada do Brasil". Integrante do grupo Pensar+.
Fonte;
http://www.puggina.org
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