Informações estão na 1ª delação fechada pelo
ex-ministro de Lula e Dilma. Termo de colaboração de 13 de abril de 2018 foi
anexado na quinta-feira ao inquérito.
As informações estão em um termo da primeira
delação fechada por Palocci com a Polícia Federal de Curitiba. O depoimento foi
prestado em 13 de abril de 2018, e a delação foi homologada pelo Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF4) em junho do ano passado. O depoimento foi
anexado na quinta-feira, 17, ao inquérito da PF sobre a Usina de Belo Monte,
que tramita em sigilo.
Um trecho da delação diz: "[Palocci] Também se
recorda que, dos recursos em espécie recebidos da Odebrecht e retirados por
Branislav Kontic, levou em oportunidades diversas cerca de trinta, quarenta,
cinqüenta e oitenta mil reais em espécie para o próprio Lula".
O ex-ministro afirmou ter entregue R$ 50 mil ao
ex-presidente, dentro de uma caixa de celular, no Terminal da Aeronáutica em Brasília-DF,
durante a campanha de 2010. Um ex-motorista de Palocci chamado Claudio Souza
Gouveia testemunhou o encontro.
"Em São Paulo, recorda-se de episódio de
quando levou dinheiro em espécie a Lula dentro de caixa de whisky até o
Aeroporto de Congonhas, sendo que no caminho até o local recebeu constantes
chamadas telefônicas de Lula cobrando a entrega", diz um trecho da
delação.
Segundo Palocci, essa cobrança do ex-presidente a
caminho do aeroporto foi presenciada por outro motorista, chamado Carlos
Pocente, que inclusive brincou, perguntando se toda aquela cobrança de Lula era
apenas pela garrafa de uísque.
Em resposta, Palocci disse que "era óbvio que a
insistência de Lula não era por bebida, e sim pelo dinheiro; que o motorista
afirmou ao colaborador que estava brincando e que sabia que se tratava de
dinheiro em espécie".
O G1 procurou a
defesa do ex-presidente Lula e aguarda um posicionamento. Em outras ocasiões, a
defesa de Lula disse que o ex-presidente nunca cometeu atos ilícitos. O G1 também tenta contato com as defesas de
Branislav Kontic, Emilio Odebrecht e Marcelo Odebrecht e com a empreiteira
Odebrecht.
O que disseram os motoristas
Dois motoristas que trabalharam com o ex-ministro
Palocci também foram ouvidos pela PF como testemunhas, em agosto do ano
passado, no inquérito sobre a Usina de Belo Monte.
Claudio Souza Gouveia disse no depoimento prestado
à PF que por diversas vezes levou Palocci até o Terminal da Aeronáutica em
Brasília para levar a Lula presentes e outros objetos.
Gouveia recordou que, entre os presentes, estavam
caixas de uísque, celulares e canetas. Elas eram entregues por Palocci, que
voltava minutos depois ao carro. O motorista, no entanto, declarou que nunca
soube as caixas continham efetivamente os produtos.
Ele também disse ter visto o ex-ministro carregando
grandes quantidades de dinheiro em espécie. Em algumas oportunidades, Palocci
teria dito se tratar de documentos, mas fazia um gesto com os dedos que
indicavam ser dinheiro.
De acordo com Gouveia, o ex-ministro tinha pressa
ao fazer esses deslocamentos.
Já o motorista Carlos Alberto Pocente afirmou se
recordar de um episódio, entre aqueles que envolviam dinheiro, no qual Palocci
estava com muita pressa para levar uma caixa de uísque até Lula, no Aeroporto
de Congonhas (SP).
Fonte: https://g1.globo.com
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